Numa noite escura de inverno, junto de uma esquina por onde passavam muitas pessoas, uma criança de uns oito/nove anos, vendia rebuçados para ver se conseguia arranjar algumas moedas… Mas o frio era muito e as pessoas não paravam quando ele se aproximava. Não conseguindo vender nada, sentou-se nos degraus de uma escada de uma loja e ficou a observar o movimento das pessoas que nem para ele olhavam. Sem se aperceber, um polícia aproximou-se dele e perguntou-lhe:
-Estás perdido, filho? – O menino abanou a cabeça e acenou que não…
- Só estou a pensar onde vou passar a noite, hoje… Normalmente durmo numa caixa de papelão, perto do correio, mas hoje o frio é terrível!... O Senhor Polícia pode indicar-me um lugar onde possa passar a noite?
O polícia olhou para o menino, pensou uns instantes e depois disse:
- Vais descer por esta rua – apontando com o dedo para uma rua à esquerda, - Lá ao fundo vais encontrar um casarão branco. Quando lá chegares, bates à porta e quando te atenderem dirás apenas “JOÃO 3,16”.
O rapazinho seguiu as indicações daquele polícia simpático. Desceu a rua estreita, e quando chegou em frente do casarão branco, subiu os degraus da escada e bateu à porta. Atendeu uma senhora idosa, com um rosto bondoso.
- JOÃO 3,16 – Disse o menino, sem perceber o que significava.
- Entra, meu filho! – A voz era meiga e agradável. Assim que entrou, foi conduzido por ela até à cozinha, onde havia uma cadeira de balanço, já muito antiga, junto de um fogão a lenha.
- Senta-te, meu filho, e espera um bocadinho!... – O menino sentou-se enquanto observava a bondosa senhora que se afastava, e pensou para si mesmo: «“JOÃO 3,16”, Não sei o que significa, mas sei que já estou mais quentinho, já não tenho tanto frio…» - Pouco depois a senhora voltou.
- Estás com fome, meu filho?
- Sim!... Há dois dias que não como nada … o meu estômago já começa a doer com fome… - A senhora então levou a criança até à sala de jantar onde havia uma mesa com muita e variada comida. Rapidamente sentou-se à mesa e começou a comer. Comeu de tudo um pouco até ficar com o estômago cheio. Então pensou consigo: «“João 3,16”, não sei o que significa, mas sei que matou a fome ao meu estômago faminto!»
Depois a bondosa senhora levou-o ao andar de cima, onde se encontrava um quartinho e nele uma banheira de água quente. O menino só esperou que a senhora se afastasse e então despiu-se e tomou um saboroso banho quente, como há muito tempo não fazia. Enquanto esfregava o corpo com a esponja pensava: «“João 3,16”, não sei o que significa, mas sei que torna limpo um garoto como eu que há tanto tempo não me lavava tão bem e em água quente!»
Cerca de meia hora depois, a bondosa senhora voltou e levou o menino até um quarto grande onde havia uma cama de madeira, já antiga, mas grande e confortável.
A senhora deu-lhe um abraço e um beijo na testa e depois de o deitar na cama desligou a luz e saiu. O menino voltou-se para o lado da janela; e ficou imóvel. Do lado de fora do vidro via cair a neve. Ali, deitado, quentinho e confortável como nunca, pensava consigo mesmo: «“João 3,16”, Não sei o que significa, mas sei que dá repouso a um garoto cansado e cheio de frio». No outro dia de manhã, a bondosa senhora preparou a mesa para um belo e abundante pequeno almoço.
Quando o menino acabou de comer, a senhora levou-o até à cadeira de balanço junto do fogão a lenha. Depois foi até junto de uma estante e tirou um livro grande, de capas escuras. Era uma Bíblia. Voltou para junto do menino e noutra cadeira que colocou junto dele, olhou para os seus olhos de uma maneira doce e amiga e perguntou:
- percebes “JOÃO 3,16”, meu filho?
- Não, senhora… Eu não percebo. Foi ontem que ouvi a primeira vez daquele Senhor Polícia que me mandou vir bater à casa da Senhora.
A senhora concordou com a cabeça; abriu a Bíblia em João 3,16, e começou a falar de Jesus. E, ali, junto ao velho fogão de lenha, o menino entregou o coração e a vida a Jesus. E enquanto lágrimas de felicidade corriam pelas suas faces, ele pensou consigo mesmo:
- “João 3,16”. Ainda não entendo muito bem o que significa, mas agora sei que faz bem a um garoto perdido e que agora se sente realmente seguro!
“Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3, 16)”.
“Deus não mandou o Filho ao mundo, para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele “.
Descobrir Jesus Cristo e vivê-Lo na vida de cada pessoa é fazer d’Ele a nossa vida, é experimentar aquela expressão tão rica, tão profunda de S. Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim! (Gal 2,20)”.