Meditar faz bem
Cinco fases do coração rumo à maturidade
- 20-06-2023
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A palavra “coração”, no sentido bíblico, traz uma
profundidade para nós enquanto pessoas. Olha os ditados que temos: “Ai que dor
no coração!” Será que se fizermos um exame vamos ver o nosso coração partido?
Não. E, com certeza, tu também já deves ter dito: “estou com o coração
apertado!”
São expressões que representam o que sentimos e vivemos. As
emoções não partem do coração, mas do cérebro. Nós, no entanto, temos estas
expressões, porque as usamos de acordo com a analogia da Bíblia, para nos
mostrar que Deus também tem sentimentos como os nossos. Independentemente dos
erros que temos cometido, Ele ama-nos, é apaixonado por nós. Isto é belíssimo!
Precisamos de entender como funciona o coração de Deus para estarmos em sintonia
com Ele.
Quantos casamentos já acabaram, porque o homem está numa
frequência e a esposa noutra? Por isso precisamos de aprender a sintonizar o
nosso coração com o de Jesus. Talvez tu me digas: “Deus não está a falar
comigo”. Pode ser é que tu não estejas em sintonia com Ele.
Deus ama-nos como somos. Independentemente das nossas
situações e pecados, o Senhor está connosco e quer nos guiar.
“A linguagem é a
morada do ser” (Heidegger). Na nossa linguagem e nas nossas palavras está
aquilo que precisamos de viver. O que quer dizer o culto ao coração de Jesus?
Significa aquilo que cultivamos, ou seja, o nosso relacionamento com Jesus, que
nada mais é do que ter uma relação cultivada por Ele. Há muitas pessoas
cultivando dinheiro, mágoa e ódio.
Talvez me digas: “Padre, eu cultivo tanto o coração do meu
filho e do meu marido, mas não tenho nada de retorno deles!” Continue a
cultivar os seus em Deus, porque verá os frutos. É possível cultivar uma terra
cheia de raízes? Não. É preciso limpar a terra, para depois conseguir cultivar
alguma coisa nela. Assim é o nosso coração. Se você não tira o lixo dele, não
vai conseguir cultivá-lo. “Purifica o teu coração antes de permitires que o
amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo”,
(Pitágoras).
Para tornar mais pedagógica esta reflexão, veio ao meu
coração a ideia de dividi-la em cinco fases, para que o coração amadureça e
chegue ao cultivo com Cristo.
Cinco fases do coração rumo à maturidade:
Primeira fase: autoconhecimento. O autoconhecimento é
essencial para a felicidade. Se o coração não se conhece, ele não se possui, e
continua a ser um estrangeiro no próprio território. Quantas pessoas são
escravas de coisas que ela traz em si e mal conhece! Talvez tenhas uma herança
negativa na área psíquico-emocional e não saibas. Pode ser que tenhas crescido
num ambiente de relacionamentos doentes e tragas lembranças negativas. Embora
este relacionamento não seja regra para todos os outros, tu os bloqueia com
votos íntimos e secretos. É preciso saber por que é que o teu coração tem tal
comportamento. Se não te acha que o teu jeito doente está certo, e vai ferindo
as pessoas. Se tu não trabalhares o teu coração, podes ir para a China, que vais
ser infeliz lá também.
Segunda fase: Escutar-se; esta é importantíssima! O
presidente e director executivo da Apple, Steven Paul Jobs, foi entrevistado e
perguntaram-lhe: “Como é que o senhor criou toda esta tecnologia na sua vida?”
Ele respondeu: “Eu somente escutei o meu coração, porque nele e na minha intuição
já estava expresso o que eu me tornaria na vida”.
“O coração é o lugar onde
Deus mais se revela” (Santo Agostinho). É claro que tu precisas de discernir e
buscar a cura do teu coração, mas precisas de escutar o que ele te diz. Quando
sentes uma constante insatisfação, o teu coração está a mandar um recado para
ti. Onde precisas de repensar e reconstruir a tua vida? É preciso escutar o
coração e as emoções.
Terceira fase: Curar as feridas. O pior cego é aquele que não
quer ver. A pessoa mais fraca é aquela que não reconhece a sua fraqueza. É
preciso saber onde estão as tuas fraquezas e entrega-las a Deus. Só cresce quem
tem a humildade de se reconhecer fraco. Deus pode curar as tuas feridas, mas a
fechadura está do lado de dentro do teu coração, e tu precisas de a abrir para
que Deus entre e cure. Ele quer curar as feridas mais profundas da tua alma.
Quarta fase: Investir nos próprios dons e maturidades. No teu
há feridas, mas há também dons e potencialidades ainda não explorados. Muitas
vezes, os nossos dons estão sufocados pelas feridas; e para amadurecer na
estatura do coração de Jesus, precisamos de visionar esse coração. Ficamos
apenas com o que é ruim, mas temos muitos dons e belezas profundas dentro de
nós. Quem sabe se tens um talento sufocado, dentro de ti, para a arte, a
música, as artes cénicas, para algum trabalho? A realização humana está também
ligada à potencialidade do ser.
Quinta fase: Tornar o coração morada de Deus. Nós tivemos o
batismo e Deus está dentro de nós, mas precisamos de cultivar o nosso
relacionamento com o coração d’Ele. Precisamos de retirar muitos entulhos que
estão no nosso coração, pois se ele estiver cheio de lixo, será difícil amar. É
preciso buscar os sacramentos e oração constante. Além de rezar, precisamos de qualificar
o tempo da nossa oração.
Guarda estas cinco fases do amadurecimento do teu coração,
“pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus
6,21).