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Transtorno bipolar: a verdade atrás dos mitos

Transtorno Bipolar: a verdade atrás dos mitos  

Há muitos mitos sobre o transtorno bipolar, inclusive o facto de que a pessoa será fadada à tristeza.

Actualmente, ouve-se falar muito de transtorno bipolar. Há inúmeros artigos não especializados sobre este tema na imprensa. Em certo sentido, parece ser a doença dos famosos, já que muitos deles afirmam ser bipolares. A história da doença, porém, não tem brilho. Ao contrário, traz enormes prejuízos e sofrimentos aos pacientes, familiares e cuidadores, se não for bem tratada.

Há um pensamento comum de que o bipolar é a pessoa que “uma hora está triste e, logo depois, alegre, animada”. No entanto, o transtorno bipolar de humor ou espectro bipolar é caracterizado por períodos de depressão, manifestados por tristeza sem motivo, desânimo, perda do prazer nas actividades, lentidão da fala e dos movimentos, alterações do sono, pensamento negativo, ideia suicida, entre outros sintomas. Os sintomas também podem ser alternados com períodos de mania (não alegria), isto é, presença de ansiedade, agitação psicomotora, discurso e pensamentos acelerados, fuga de ideias, sentimento de poder, grandeza, irritabilidade e acções impulsivas como comprar vários carros, dar dinheiro, pular de um prédio… Este estado justifica o aumento de risco de suicídio nesses pacientes, como também o abuso de álcool e outras drogas, o que piora um quadro já bastante ruim.

Há muitos mitos sobre este transtorno. Estes três parecem ser essenciais.

1º – A pessoa bipolar vive alternando de um humor para outro?

 Não! Na maioria destes pacientes, o período de depressão prolonga-se, exceto nos “cicladores rápidos”, que geralmente são mais refractários ao tratamento.

2º – O transtorno bipolar só afecta o humor?

Isto é falso! A doença tem origem no cérebro, nas conexões entre neurónios e afeta tudo o que se faz, o que se pensa e, definitivamente, o que se é!

3º – Como não há tratamento eficaz, o bipolar está fadado a ter uma vida infeliz?

Não é verdade. Há tratamentos eficazes, unindo-se medicamentos, psicoterapia e educação familiar. Há bipolares que são um sucesso no trabalho e têm bom relacionamento familiar, embora não deixem de estar em constante estado de combate.

Conheces alguém assim? Já presenciaste o sofrimento dos que convivem com esta doença? Queres saber como ajudar? Desejas combater juntamente com eles?

Aqui deixo as armas mais atuais e as melhores estratégias para sairmos vitoriosos desta batalha. Não nos esquecendo de ver, em cada bipolar que busca tratamento, o cumprimento da palavra: mesmo enfermo eu sou guerreiro!

Quais são as armas para a luta?

Existem armas para lutar contra os sintomas da bipolaridade, o que torna melhor a vida do portador

1. Medicação – A medicação prescrita pelo médico assistente é importante e deve ser seguida criteriosamente. Ela é importante tanto para a estabilização do humor como para proteger o cérebro de degenerações e agravamentos da doença.

2. Psicoterapia – Terapia é fundamental. Uma boa abordagem pode auxiliar na harmonização de pensamentos, organização de relacionamentos e elaboração de novas estratégias para se enfrentar a enfermidade.

3. Psicoeducação – Conhecer a própria doença, entender melhor o seu padrão de humor e temperamento ajudam o paciente a enfrentar momentos de instabilidade de modo mais seguro e, consequentemente, obter maior sucesso no tratamento.

4. Hábitos de vida – A promoção de hábitos saudáveis e regulares de vida, comprovadamente, favorece a qualidade de saúde de forma geral. De modo particular, o portador de transtorno bipolar pode ser beneficiado com uma boa higiene do sono, uma rotina diária regular e a programação de suas atividades.

Unidos a estas armas há o apoio familiar que é, sem dúvida, essencial. Dentre tantas posturas e atitudes, algo muito importante que o cuidador, parente ou amigo pode fazer é ajudar na identificação de que os sinais de uma possível crise eventualmente se aproxima. A habilidade, desenvolvida a partir do conhecimento e da convivência podem muito ajudar, evitando danos e mantendo o quadro controlado por mais tempo.

Mas é preciso que o portador de transtorno bipolar tenha fé para que prossiga na luta diária pelo equilíbrio do humor. Não é fácil, mas seguindo o que o Senhor oferece a partir do conhecimento humano e da firme esperança ancorada n’Ele, é possível, depois de muito lutar, finalmente vencer. E, então, poder repetir como São Paulo o canto dos vitoriosos: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (II Timóteo, 4-7).

 

 

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