Jovens com Valor
Ricardo, o jovem com cancro que, com a sua "cruz", revolucionou o hospital: "Foi uma loucura do Senhor"
- 10-03-2022
- Visualizações: 147
- Imprimir
- Enviar por email
Com apenas 21 anos e no momento mais difícil da pandemia(primavera de 2020), o jovem Ricardo Pareja viveu o teste mais difícil da suavida: um cancro agressivo ao lado do coração e com pouquíssimas chances desobrevivência.
O seu testemunho provocou uma corrente de oração que cruzoufronteiras e que impressionou o próprio Bispo. A forma como este jovem estava aviver a doença e a possibilidade de não sobreviver levou a diferentesconversões no hospital, entre pacientes e trabalhadores.
Dois anos depois, e de forma surpreendente e até milagrosa,Ricardo conseguiu dar o seu depoimento novamente, a sua história de "cruze salvação". E fez isso na basílica da Sagrada Família, em Barcelona,diante de centenas de pessoas e na presença do Cardeal Omella.
Ele é o quinto dos nove irmãos de uma família que sabe como éter encontros intensos com Deus, porque o pai viveu uma impressionanteexperiência de conversão que o levou de "punk" e viciado em drogas acatólico e pai de uma grande família.
Após litros e litros de quimioterapia, dois transplantes demedula óssea e sofrimento terrível, Ricardo ainda está vivo e agradece a Deuspor cada dia ter a certeza de que o seu único e grande objectivo deve ser irpara o céu e ser um instrumento de Deus para que outros também o alcancem.
Em 18 de Abril de 2020 foi hospitalizado. E diz que sentiualgo porque estava a sofrer há alguns meses em que a sua saúde se estava adeteriorar. Foi quando os médicos anunciaram o diagnóstico: "você tem umtumor maligno ao lado do coração com 11 centímetros de comprimento e 12centímetros de largura".
"O cancro entrou na minha vida com um senso de vertigem,percebendo na época dessa notícia que se eu achasse que algo controlava a minhavida, nada disto era verdade. Eu vivi como se estivesse à beira do precipício,com uma tremenda vertigem. Você acha que controla alguma coisa? Os teusprojetos? O teu namoro? Os teus estudos? E de repente eles te dizem que estás amorrer, que tudo acaba", lembra Ricardo.
Devido à pandemia, ele estava sozinho na sala, quando osmédicos lhe deram esta notícia. A primeira coisa que ele fez foi ligar para opai para informar a família.
No entanto, Deus estava presente a partir daquele momento, etambém de uma forma muito óbvia e notória. Este jovem catalão reconheceu nestavigília na Sagrada Família que Deus o pegou "com força" e o colocou"no caminho".
"Confessado e preparado para a batalha"
"A primeira reacção ao saber que eu estava a morrer foiir a um amigo padre. Confessei-me e reconciliei-me com a minha história, pediperdão àqueles que tinha que fazê-lo. E com este padre, na sala só nós dois,abrimos a Bíblia ao acaso. De repente, lemos a oração de Jesus no jardim: 'Pai,se for possível, deixa este cálicepassar, mas não se faça a minha vontade, mas a Tua será feita'", dizRicardo.
Muito chocado, ele estava ciente da história que Deus queriafazer com ele. E explicou que a cruz "estava totalmente impregnada na suaalma" e que uma vez "confessado e preparado para a batalha" queDeus lhe confiou, ele só teve que seguir o caminho do Senhor.
"Enfermeiros, pacientes, auxiliares e médicos foramtestemunhas da minha vida, do abandono ao Senhor que eu estava a fazer comoresultado da doença. Deus estava a dar-me força, e momentos específicos parafalar sobre Ele e dar glória usando-me como instrumento para a conversão demuitos", confessou.
Com o tempo, enfermeiras e auxiliares que eram agnósticosrezaram, uma enfermeira que estava em processo de divórcio agarrou-se ao Terçocomo uma arma para curar o seu coração. E Ricardo ficou completamenteimpressionado com o caso do seu colega de quarto no hospital: "Elecontou-me a história dele chorando. Os seus filhos visitaram-no para obterassinaturas e informações para simplesmente manter a herança. Essa pessoa,depois de 40 anos sem confissão, recebeu a sagrada comunhão. Ele foi capaz dese confessar mais cedo e naquela mesma noite faleceu.
Percebendo que Deus o queria como instrumento, o jovemcatólico viu que "eu precisava de partilhar com outros colegas no hospitala esperança que me sustentava. E de repente eu estava a testemunhar como oSenhor estava a tocar os seus corações e a minha esperança também estava atornar-se sua esperança."
Desta forma, este membro do Caminho Neocatechumenal continuouo seu testemunho assegurando que no hospital ele se imergiu na cruz. Os ciclosde quimioterapia e os dois transplantes de medula óssea eram o caminho, disse,"onde o Senhor estava a manifestar o seu amor por mim."
Mas assim como ele experimentou o amor, também passou por umperíodo difícil de ensaios e dúvidas. "Tudo isto é necessário? Énecessário que eu passe por tanto sofrimento? Se o Senhor me ama tanto, se comum simples clic ele faz tudo novo e me pode curar, ele não pode evitar estaprovação?
Então, algumas palavras do Santo Padre Pio vieram em seusocorro: "É para as almas que amam o sofrimento, o sofrimento de Jesus, eque o escolheram como sua parte. Eles sofrem de tudo, inclusive o teste deabandono, mas Deus está sempre com eles, então tem a certeza de que Jesus estácontigo."
Diante de centenas de pessoas na grande basílica da SagradaFamília, Ricardo proclamou: "Hoje dou glória ao Senhor porque pudeexperimentar a plenitude mais absoluta do Seu amor, o sofrimento de Cristo naminha carne. Incapaz de comer, descansar, pendurado por um fio no nível médico.A única coisa que me sustentou foi a eucaristia diária e a comunhão dos santos.Milhares de pessoas em todo o mundo rezaram por mim, padres, paroquianos,seminaristas, bispos... o Santo Padre escreveu-me e pediu-me para orar por ele.O meu sustento eram as suas orações porque eu não tinha força nem mesmo pararezar. E o Senhor fez-me ver o Seu amor."
Ricardo Pareja confessou ter ido "de estar perdido nosofrimento para conhecer o Amado". E acrescentou: "Eu não precisavade mais nada. Ele estava num estado de graça tão grande que a cruz se tornou averdadeira fonte de vida: no amor. Foi a loucura do Senhor. Senti um amor tãogrande que é impossível para mim manifestá-lo com a palavra, transmiti-lo. Estaé a minha garantia de que tudo isto é verdade.
"O que fazemos, afastando a cruz se seguirmos oCrucificado?", perguntou ele.
"Aproveitando o facto de sermos tantos jovens cristãosjuntos em Barcelona, quero dizer que todos nós podemos ser Carlo Acutis, quetodos nós podemos ser nosso bispo e pai, que temos que aspirar à santidade, quetemos que ser cristãos autênticos, que temos que estar na primeira fila, nalinha da frente da batalha, para dar as nossas vidas por Nosso Senhor JesusCristo. porque aqui estamos de passagem, e a vida real é no céu. Glória aDeus!"