Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Jovens com Valor

«Quero ser parte da equipa que restaura a verdade e a palavra de Jesus Cristo nesta terra»

Joe Reali, jovem norte-americano, jogador de futebol, descobriu que mais importante que ganhar um jogo de futebol é ganhar o céu e muitas almas para Cristo. Dizia: «Em vez de ganhar apenas meros “jogos” de futebol, que eram a coisa mais importante para mim enquanto miúdo, nós temos o poder de ganhar almas para Jesus Cristo, que para mim é muito mais importante, e algo pelo que no fim da minha vida eu amaria cair exausto, porque sinto que isto me daria o total cumprimento da minha vida.»

No dia 16 de Janeiro de 2015, morria inesperadamente Joseph “Joe” Reali, devido a um problema cardíaco súbito. No entanto, esta morte seria o coroar de uma vida intensa de procura constante por ser fiel a Deus e à vocação. Joe Reali nasceu a 28 de Janeiro de 1989, no estado de Nova Iorque, Estados Unidos da América. O mais novo de quatro irmãos, tinha duas irmãs e um irmão. Desde cedo, na sua família se vive a fé católica. Família originariamente italiana, por várias circunstâncias ligada ao Santo Padre Pio. Viveu os primeiros anos da sua vida com os pais e os irmãos na casa dos avós paternos e aos sete anos mudaram-se para Woodbury, também no estado de Nova Iorque. Participou na vida da paróquia do Santíssimo Nome de Jesus, onde fez a primeira comunhão, recebeu a Confirmação e foi acólito. o à

Muitas vezes estamos habituados a pensar nos santos como personalidades distantes e especiais. No entanto, vamos sempre aprendendo que a santidade não é algo estranho, mas a presença de Deus na nossa vida normal. Isto é especialmente verdade no caso de Joe. Como testemunha a sua mãe, Lisa, a este respeito: «Joe era um homem normal, tinha um grande grupo de amigos com quem gostava de sair, estava envolvido no desporto escolar e viveu como qualquer outro miúdo a sua adolescência e o início dos vinte anos.» Mais sugestivo é o testemunho da sua irmã: «O mais espetacular sobre Joe era que ele era um miúdo normal que se preocupava por parecer no seu melhor, estar em forma (sempre a tentar ter um “6-pack”). Era um grande atleta. Amava carros e roupas boas. Joe gostava muito de treinar e ter cuidado com o seu corpo. Gostava de ter o cabelo cortado e a barba feita. Sempre queria ter a certeza de que parecia bem e de que cheirava bem. Gostava de usar toneladas de colónia e até a espalhava nas saídas do ar condicionado do seu carro. Gostava de sair, dançar e divertir-se. Era a alma da festa – muitas vezes no meio do círculo de dança. Gostava de pregar partidas. Conseguia transformar um dia normal em algo especial. Joe era um miúdo muito simples e humilde, que estava sempre feliz e viveu a vida ao máximo.»
Por que é, então, tão especial a vida de Joe e, ousamos dizer (sem em nada querer antecipar o juízo da Igreja), um modelo de santidade? Por aquilo que a mesma irmã de Joe diz a respeito dele: «No centro de tudo o que fazia estava Jesus.» Isto mesmo encontramos em vários aspectos da sua vida. Desde logo, na forma como vive a fé. Frequentou uma escola pública, onde muitas vezes a fé era posta em causa, no entanto, não deixou de testemunhá-la, ter uma imagem de Nossa Senhora no seu cacifo e querer levar todos para a Igreja, nomeadamente levando a sua equipa de futebol a rezar antes de um jogo. Joe era um verdadeiro apóstolo. Dizia ele: «A maior bênção para mim na vida são as pessoas que vêm até mim, porque então posso levá-las até Cristo, que as salvou.» Este apostolado sem limites deriva da consciência de que não há qualquer separação entre a vida de fé e a vida do dia a dia. Só somos cristãos quando a nossa vida pessoal e a vida cristã se fundem totalmente.
Amava o futebol, mas tinha uma grande consciência das prioridades. Assim, tinha Deus em primeiro lugar. Tudo era para Deus e para a vida de fé. Depois, a família. Sabia que a família era um dom de Deus e por isso dedicava-se muito à vida familiar a ajudar no que fosse necessário. Em terceiro lugar, o futebol. Por exemplo, quando em 2009 a sua mãe teve de fazer tratamentos de quimioterapia devido a um cancro do cólon, deixou de praticar futebol para ajudar a família naquele momento difícil. Este jovem é, assim, um grande exemplo de virtude, sabendo decidir as prioridades.
amava o futebol, mas tinha Deus em primeiro lugar, depois a

A vida espiritual de Joe Reali baseia-se num tripé: Confissão, Eucaristia e Terço. Um sacerdote carismático disse certa vez a um grupo de jovens, no qual estava Joe, que se se confessassem frequentemente, fossem muitas vezes à missa e se rezassem o terço, era certo que iriam para o Céu. Esta promessa tocou profundamente o coração do nosso jovem.
Para Joe a confissão era como um «banho espiritual». Tinha perfeita consciência de que recebia graças para a luta contra o pecado, por isso, quando saía ao sábado à noite com os amigos, antes ia confessar-se, para que o divertimento que teria naquela saída fosse sem qualquer pecado. Para a confissão procurava sempre o padre que “puxasse” por ele, isto é, que o ajudasse a querer uma vida de maior perfeição cristã.

No coração da vida espiritual de Joe encontramos o sacramento da Eucaristia. Com os compromissos desportivos, muitas vezes tinham deslocações para jogos. Quando algum destes compromissos surgia ao domingo, ele não ia a não ser que o treinador se comprometesse a levá-lo à missa. Quando foi para o ensino secundário, começou a ir todos os dias à missa. Tinha uma particular consciência da presença real de Jesus na Eucaristia. Comungar era verdadeiramente unir-se à vida de Jesus e participar da vida divina. Também ganhou um lugar muito importante a adoração eucarística. Conta uma das suas irmãs que quando foi aprovado na carta de condução, a primeira coisa que fez foi conduzir até a uma igreja para ir fazer adoração eucarística.
Finalmente, o terço. Era o momento de intimidade com Nossa Senhora, em que podia sentir a doce presença da Mãe do Céu, por isso, dizia: «Tenho um amor pela Mãe Bendita, como nenhum outro.» Na família de Joe era hábito rezar-se o terço todas as noites em família e, assim, desde muito jovem, aprendeu a viver bem esta oração. Não passava um dia sem rezar o terço. Ao mesmo tempo, a devoção a Nossa Senhora criou em Joe um grande respeito pela mulher. No ambiente desportivo masculino podia ser fácil criar-se alguma forma de estar menos digna a respeito do sexo feminino. Por isso, recomendava Joe: «Tratem as mulheres como a vossa mãe – não – como se fosse Nossa Senhora.»

No final da vida, Joe sentiu que Deus o chamava a dar-se. Ingressa no seminário para se formar padre. Também aqui vemos como viveu a 100% o chamamento de Deus. Pouco antes de pedir a admissão ao seminário, conheceu uma rapariga com quem podia formar uma bonita família católica. No entanto, percebeu que essa não era a vocação de Deus para ele. Conta este episódio na carta que escreve a pedir a admissão ao seminário e completa: «Sinto que se Deus arriscou ao enviar o seu único Filho para salvar o mundo e a mim, porque eu não arriscar em dar-Lhe de volta a minha vida inteiramente por meio do serviço a Ele e trazendo outros para a nossa eterna casa que é o Céu?»

Texto: Pe. Ricardo Figueiredo

 

Regressar