Jovens com Valor
O menino que foi enforcado três vezes
- 28-03-2016
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O menino que foi enforcado três vezes
Estamos na Palestina, pátria de Jesus, onde se disse a primeira Missa e os Apóstolos fizeram a sua primeira comunhão…
E que é hoje a Palestina? Terra de poucos católicos.
Um menino cismático de oito anos começou a sentir-se atraído à religião dos católicos, aos seus cantos e festas que lhe contavam os companheiros.
Um dia quis ir ver. Com muito segredo, por temor dos pais, assistiu à missa numa capela.
Ficou encantado. Depois da missa continuou ali com as crianças da catequese. Terminada a cerimónia, o Padre, que não o conhecia, aproximou-se dele para saudá-lo carinhosamente.
O corado estava ganho, e o menino, às escondidas, continuou a ir à missa todos os domingos. Um dia, porém, o pai descobriu-o e perguntou-lhe:
— Tu estiveste com os malditos católicos?
— Sim, pai.
— Eu não te tinha proibido?
— Sim, senhor.
— Jura-me que não voltarás lá?
— Não posso, pois no meu coração, eu sou católico.
— Então não juras?
— Não, senhor.
— Enforcar-te-ei…
— Pode enforcar-me.
Passou o bárbaro uma corda a uma viga do teto e o laço ao pescoço do filho e puxou-o para cima.
Quando os pezinhos do menino deixaram de mover-se, o pai desceu-o, soltou o laço e, vendo que ainda estava vivo, disse:
— Agora prometes-me não ir ter com aqueles malditos…
— Não, pai, não posso.
Segunda e terceira vez repetiu o pai o cruel suplício, mas não conseguiu mudar o propósito do menino.
Disfarçando, então, a sua cólera, tentou o bárbaro pai, outros meios.
Tomando nos seus braços o corpo extenuado do pobrezinho, disse:
— Mas, meu filho, tu não me amas?
— Amo-o, pai.
— Como é, pois, que não me queres obedecer?
— É que eu amo a minha alma mais do que ao meu pai.
O menino, pouco a pouco, recobrou as forças e fez-se batizar, tornando-se católico.
O seu pai e a sua mãe morreram de tifo no ano seguinte e não muito depois teve o pequenino mártir a morte de um santo.