Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Jovens com Valor

O comboio da juventude

O comboio da juventude

De que precisa o comboio da juventude?


Precisará de combustível. Vamos usar carvão vegetal? Diesel? Álcool? Gasolina?

Não! O nosso combustível deve ser ecológico e renovável. Gerar vida e não morte. O nosso comboio...

Precisará de um trilho. Qual será a bitola, a medida desse trilho? Será a medida dos nossos sonhos! Não nos podemos deixar guiar nem instrumentalizar, seja qual for a justificativa.

Precisará de maquinistas. Que sejam amorosos, que saibam com clareza qual é o sentido do nosso comboio. Dos nossos sonhos, da nossa luta. Para tanto, precisa de uma metodologia libertadora, humanizadora, de formação e mobilização. De uma teologia que ensine a amar e não a ter medo.

Precisará de estações. Onde uns descerão e outros subirão. Livremente! São paragens para abastecer, para descansar, para reflectir.

Precisará de manutenção. De revisão, de reforço didáctico e metodológico. De conteúdos que sejam construídos por todos os passageiros. De sustentabilidade, que, mais que recursos, contenha comunicação e muito diálogo. De educação para a liberdade.

Precisará de um ritmo. Que atenda e respeite os mais variados ritmos e tempos dos seus diferentes passageiros. Que saiba o tempo de correr e o tempo de parar. O tempo de dobrar os joelhos e fechar os olhos e o tempo de arregaçar as mangas e lutar. O tempo de ouvir e o tempo de falar.

Precisará de sinais. Quais serão os sinais que nos orientarão no percurso? Aqueles que apontem os perigos, os desafios, as conquistas e avanços. Para não ficarmos excessivamente optimistas e perdermos o senso crítico, mas também não nos perdermos nas críticas vazias e genéricas. Ambas têm o poder de afastar pessoas.

Precisará de janelas. Que possibilitem a entrada de ar fresco e refrescante. A brisa e o cheiro das nossas matas, rios e terras. O perfume das nossas flores, a beleza do nosso céu. Janelas que nos permitam namorar a vida. Aprender e ensinar com outras pessoas. Com outros passageiros de outros comboios, que deslizam sobre outros trilhos, mas que buscam a mesma estação final. A sociedade justa e solidária.

Precisará de eixos. Bem dimensionados, que suportem o peso das nossas utopias. Das nossas ousadias e indignações. Eixos temáticos que abriguem e articulem os nossos conteúdos, os nossos princípios e a nossa diversidade étnico/cultural. Que carreguem bem juntinhas, a fé e a vida.

Precisará de buzina. Para buzinar forte. Apitar alto a todos os ouvidos, quando algo ou alguém, ameaçar a vida, o nosso bem maior. Quando a vida humana for desumanizada. Quando as pessoas, a terra, os rios e as fontes forem mercadorizadas. Mas também para celebrarmos, aos quatro ventos, as nossas alegrias. Cantar os nossos louvores.

Precisará de pontes. Que sejam firmes e fortes. Na fé e na ideologia. Que nos liguem aos abismos sociais. Que acabem com os isolamentos e com as ilhas sociais. Que nos levem da indiferença e do comodismo ao empenho. À solidariedade e à indignação. Que nos traga sempre nova, a esperança. Fresca, viçosa e autónoma como a brisa de cada manhã;

Precisará de faróis. Que iluminem os nossos trilhos e destinos. Qual a lua clara sobre o mar, desvelem as realidades obscuras que naturalizam injustiças e opressões. Que iluminem os porões do autoritarismo, do moralismo e dos medos e aponte para o Reino de Deus pregado pelo jovem Nazareno. Que seja uma espiritualidade capaz de humanizar a vida e as relações. Que comunique o mistério e nos leve ao encontro com o sagrado. Que nos ajude e ensine a pensar e não nos transmita apenas pensamentos prontos. Que clareie o modo de ser igreja povo de Deus, igreja libertadora, gerada no Concílio Vaticano II.

Precisará de uma sombra. De uma árvore onde faremos poesia e descansaremos. Onde tiraremos as sandálias e descansaremos e de onde retomaremos a caminhada. Onde cantaremos salmos e reabasteceremos as nossas forças. Esta árvore só pode ser a da juventude plena que é Deus.

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