Jovens com Valor
Em pequenino foi violado e maltratado, converteu-se e fez-se monge:
- 02-08-2022
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agora, a sua vocação é resgatar prostitutas
Jean Philippe Chauveau teve uma infância muito difícil. De
pequenino os seus pais maltratavam-no e foi enviado para internados. Além disso
foi violado por um vizinho. Quando os seus pais se divorciaram começou a fugir
de casa até que acabou no reformatório. Mais tarde com os seus amigos criou uma
banda juvenil que se dedicava a roubar e cometer actos vândalos.
Esta foi a sua infância e adolescência. Este jovem francês pertencia
ao mundo criminoso até que apareceu Deus na sua vida e lhe curou as muitas
feridas. Aos 18 anos começou a trabalhar no Peugeot. Ali um companheiro
falou-lhe de Deus e começou a entrar na Igreja graças a vários sacerdotes que o
foram guiando no seu caminho.
Fez parte no gérmen do que se veio a chamar a Comunidade de
San Juan, em 1975, e donde através da sua conversão descobriu a sua vocação
religiosa, sendo ordenado padre em 1982.
"A salvação é possível"
Ele tinha experimentado que apesar da vida que tinha tido
"a salvação é possível" por que desde a sua ordenação sempre mostrou
um carisma especial para com as pessoas feridas que acreditavam que não havia
solução para elas.
Este carisma foi transmitido a alguma numa viagem para a
África. Ao voltar foi transferido para Boulogne Billancourt, uma cidade perto
de Paris. Ali, uma vez por semana organiza uma refeição com os pobres e começou
a ser capelão numa prisão.
Num parque apercebeu-se qual seria a sua grande missão
Um dia, no grande parque Bois de Boulogne encontrou o que
seria, sem dúvida, o seu grande apostolado ao qual ele se dedicaria no futuro
da sua vida. "Enquanto praticava desporto, encontrei pessoas que se
prostituíam", diz ele. E deu-se conta de que essas pessoas deviam ser escutadas,
acolhidas e queridas.
Desde então, este religioso de hábito cinzento tem dedicado a
sua vida aos "párias" da sociedade: drogados, pessoas sem lar,
prisioneiros e especialmente prostitutas.
Durante estes anos, inúmeras prostitutas, muitas das
transexuais, esquecidas da sociedade. E todos os anos organiza uma peregrinação
ao santuário de Lourdes. De facto, o seu lema é a frase que Bernadette disse
após a terceira aparição da Virgem Imaculada: "Ela olhava-me como uma
pessoa".
Madalena, a referência deste religioso
Desta experiência surgiu a obra que Jean Philippe Chauveau
criou com a ajuda de alguns leigos e da que se sente mais que orgulhoso: a
Associação Madalena. Reconhecida pelo bispo de Nanterre, tem como objectivo
ajudar, resgatar e acompanhar o que vive na rua ou dela, e cujo objectivo é
fazer ver que a "salvação é possível" e que se pode deixar a vida de
pecado.
A Associação Madalena trabalha principalmente em três
frentes, e não é outra coisa senão a experiência que este monge já tinha
experimentado previamente:
Todas as noites da semana um grupo de voluntários instalam
uma caravana no parque Bois de Boulogne para conhecer, saudar, falar e ajudar
as pessoas que se prostituem.
1. Nesta iniciativa os voluntários preparam todas as quintas
feiras, à noite, uma refeição quente para mais de 100 pessoas, para pessoas da
rua, com quem conversam e escutam os seus problemas.
2. Noites do coração. Em pequenos grupos de duas ou três
pessoas, voluntários percorrem as ruas da cidade para atender os pobres.
Dar uma vida digna a estas pessoas
Mas Jean Phillipe queria ajudar mais estas pessoas e com a
ajuda de dois voluntários da associação da Casa Magdalena, um antigo convento
beneditino que lhe emprestou o bispo de Meaux que este religioso converteu numa
casa para que as prostitutas possam encontrar um refúgio e possam deixar esta
vida.
Podem ficar nesta casa seis meses e renovar a sua residência
uma vez. São sete casas onde levarão uma vida comunitária e graças às ofertas,
elas são ajudadas e moldadas para recuperar a sua independência.
A caravana ajudou muitas prostitutas
Três prostitutas que andam pelo parque onde começaram este
apostolado uniram-se, graças à caravana que todas as noites está perto de onde
elas se prostituíram. "Não buscamos o sucesso, buscamos responder ao convite
dos pobres, ou o amor vem antes da eficiência", resume este padre.
E não quer negligenciar a sua vida religiosa, por isso passa três
dias por semana com a sua comunidade no mosteiro e quatro na Casa Magdalena.
Enquanto isto, uma senhora da associação gere a casa e faz que se cumpra uma
série de padrões necessários.
"Não escondemos que somos católicos"
Algumas destas prostitutas vêm com muitos problemas, além das
feridas da prostituição, pois têm ligação ao álcool ou às drogas. O facto de
serem tratadas com dignidade e como pessoas, encontrando ordem na sua vida e
apoio espiritual e psicológico, isto é uma enorme mudança para elas.
E nos seus resgates este religioso reconhece que não faz
proselitismo, mas também reconhece que "não escondemos que somos católicos".
"Eu não sou perfeito, nem a minha Igreja, mas se tu me pedires ajuda,
farei todo o possível para te ajudar", diz o "pai", como as
prostitutas lhe chamam.