" Eu sou o único filho de uma família humilde do interior de Minas. Com sacrifício e união de todos, fui o único que teve a chance de estudar, pois as minhas irmãs não passaram do ensino médio. A mãe, uma simples costureira, ‘gastou’ os seus olhos nas costuras que fazia até de madrugada para ajudar o meu pai.
O pai era guarda nocturno. Por isso podem imaginar o sacrifício que fizeram para ter um filho médico! Quando me formei, jurei a mim mesmo que jamais a necessidade bateria à nossa porta novamente. Escolhi a ginecologia e obstetrícia, depois de anos de estudos.
Das maiores dificuldades enfrentadas como médico recém formado, deparei-me com a realidade da minha profissão. Ia longe o tempo em que os médicos ficavam ricos e eu queria mais, eu queria enriquecer, ter dinheiro, e foi assim que violei o juramento que fiz, de me formar e dar a vida para salvar a vida.
Inúmeras crianças ajudei a vir ao mundo, mas também muitas delas eu não permiti que nascessem. Envolto da responsabilidade de médico, enriqueci escondido sob a faixa da vitalidade. Montei um consultório que em breve se tornou o mais procurado da região. O que é que eu fazia?
Fazia ABORTOS, e como todos os que cometem este crime, eu dizia a mim mesmo que todas as mulheres teriam o direito da escolha, e era melhor serem ajudadas por um médico, que não corriam riscos, do que procurarem os curiosos e clínicas clandestinas, onde o índice de morte e complicações eram alarmantes.
E foi assim, cego e desumano o meu ofício da medicina. Constituí família, abastado, rico, nada faltou aos meus entes queridos. Os meus pais morreram com a ilusão de que o seu filho era um doutor bem sucedido, um vencedor... Criei as minhas filhas com dinheiro manchado com o sangue de inocentes. Fui o mais vil dos humanos. As minhas mãos que deveriam ser abençoadas para dar a vida, trabalharam para a morte...
E só parei quando Deus, na sua infinita sabedoria, rasgou a minha consciência e fez sangrar o meu coração... Fez sangrar com o mesmo sangue de todos os inocentes que eu não deixei nascer.
Letícia, a minha filha mais nova, no auge da vida, deixou de respirar. No seu atestado de óbito, a causa da morte: infecção generalizada.
Letícia, aos 23 anos de idade, engravidou. Engravidou e buscou o mesmo caminho de tantas outras que me procuraram: o caminho do aborto. Só soube disso quando nada mais poderia ser feito.
Ao lado do leito de morte da minha filha, verti as lágrimas de todos os ‘anjinhos’ que matei. Enquanto ela esperava a morte, eu agonizava junto dela.
Foram seis dias de sofrimento...para que no sétimo dia ela descansasse e partisse ao encontro do seu filhinho. Filhinho que um médico assassino como eu, impediu de nascer... Tempo suficiente para reflectir... reflexão que veio apenas no início da manhã em que Letícia morreu.
Exausto pelas noites em claro, adormeci ao lado da minha filha e sonhei: no meu sonho, eu andava por um lugar absolutamente escuro, o ar era quente, úmido. Eu queria respirar e não podia. Eu queria fugir, mas não enxergava a saída. O calor aumentava...eu sentia-me queimar vivo.
Desesperado, fui atirado para um lugar onde um barulho me deixou ainda mais louco. Eram choros... choros doídos de crianças... e no meu pensamento, como se um raio me cortasse ao meio, veio o entendimento! Os choros eram de dor... Eram lamentos, lamentos dos ‘anjinhos’ a quem eu tirei a vida.
Era a triste consequência dos meus actos impensados. Os choros aumentavam, os choros ecoavam... ‘Assassino, assassino, assassino!’... Alucinado para sair daquele lugar, passei a mão pelo rosto para secar o suor e as minhas mãos mancharam-se de sangue! Aterrorizado ao fazer aquela constatação, gritei com a força que me restava nos pulmões: ‘ÓDeus, perdoai-me!’
Somente assim, consegui voltar a respirar normalmente... e num sobressalto acordei. Acordei a tempo de colher o último suspiro de vida da minha filha Letícia. Letícia, que morreu na manhã do dia 3 de Março de 1989. A sua vida foi ceifada pela inconsequência de um médico, por uma infecção provocada por um aborto.
Eu sei que através daquele sonho, Deus me levou para um lugar onde os ‘anjinhos’ ficam quando são barbaramente impedidos de nascer.
Entendi, que a partir do momento da fecundação do óvulo, existe vida! De onde se conclui que eu sou um assassino...Eu não sei se Deus um dia me vai perdoar.
Mas, para amenizar a minha culpa, a minha dor, fechei o meu consultório, vendi todos os bens que consegui com a prática do aborto, e com o dinheiro, montei uma casa de amparo às mães solteiras e hoje dedico-me, gratuitamente a fazer uma medicina de verdade. Hoje sou médico de carentes, de desamparados, desvalidos.
As crianças que vêm ao mundo hoje, através das minhas mãos, são filhos que eu adoptei. Eu sei que tenho uma missão: trazer vidas ao mundo e dar condições para que as crianças tenham um lar feliz, onde o pai é Jesus.
Rezem por mim, rezem por mim... Rezem para que Deus tenha piedade de mim e que me perdoe, porque eu tenho a certeza de que eu não fugirei do Juízo Final”
Testemunho divulgado no programa de rádio do Pe. Marcelo Rossi em 15.09.2000
Rádio América 1410 – AM
Das maiores dificuldades enfrentadas como médico recém formado, deparei-me com a realidade da minha profissão. Ia longe o tempo em que os médicos ficavam ricos e eu queria mais, eu queria enriquecer, ter dinheiro, e foi assim que violei o juramento que fiz, de me formar e dar a vida para salvar a vida.
Inúmeras crianças ajudei a vir ao mundo, mas também muitas delas eu não permiti que nascessem. Envolto da responsabilidade de médico, enriqueci escondido sob a faixa da vitalidade. Montei um consultório que em breve se tornou o mais procurado da região. O que é que eu fazia?
Fazia ABORTOS, e como todos os que cometem este crime, eu dizia a mim mesmo que todas as mulheres teriam o direito da escolha, e era melhor serem ajudadas por um médico, que não corriam riscos, do que procurarem os curiosos e clínicas clandestinas, onde o índice de morte e complicações eram alarmantes.
E foi assim, cego e desumano o meu ofício da medicina. Constituí família, abastado, rico, nada faltou aos meus entes queridos. Os meus pais morreram com a ilusão de que o seu filho era um doutor bem sucedido, um vencedor... Criei as minhas filhas com dinheiro manchado com o sangue de inocentes. Fui o mais vil dos humanos. As minhas mãos que deveriam ser abençoadas para dar a vida, trabalharam para a morte...
E só parei quando Deus, na sua infinita sabedoria, rasgou a minha consciência e fez sangrar o meu coração... Fez sangrar com o mesmo sangue de todos os inocentes que eu não deixei nascer.
Letícia, a minha filha mais nova, no auge da vida, deixou de respirar. No seu atestado de óbito, a causa da morte: infecção generalizada.
Letícia, aos 23 anos de idade, engravidou. Engravidou e buscou o mesmo caminho de tantas outras que me procuraram: o caminho do aborto. Só soube disso quando nada mais poderia ser feito.
Ao lado do leito de morte da minha filha, verti as lágrimas de todos os ‘anjinhos’ que matei. Enquanto ela esperava a morte, eu agonizava junto dela.
Foram seis dias de sofrimento...para que no sétimo dia ela descansasse e partisse ao encontro do seu filhinho. Filhinho que um médico assassino como eu, impediu de nascer... Tempo suficiente para reflectir... reflexão que veio apenas no início da manhã em que Letícia morreu.
Exausto pelas noites em claro, adormeci ao lado da minha filha e sonhei: no meu sonho, eu andava por um lugar absolutamente escuro, o ar era quente, úmido. Eu queria respirar e não podia. Eu queria fugir, mas não enxergava a saída. O calor aumentava...eu sentia-me queimar vivo.
Desesperado, fui atirado para um lugar onde um barulho me deixou ainda mais louco. Eram choros... choros doídos de crianças... e no meu pensamento, como se um raio me cortasse ao meio, veio o entendimento! Os choros eram de dor... Eram lamentos, lamentos dos ‘anjinhos’ a quem eu tirei a vida.
Era a triste consequência dos meus actos impensados. Os choros aumentavam, os choros ecoavam... ‘Assassino, assassino, assassino!’... Alucinado para sair daquele lugar, passei a mão pelo rosto para secar o suor e as minhas mãos mancharam-se de sangue! Aterrorizado ao fazer aquela constatação, gritei com a força que me restava nos pulmões: ‘ÓDeus, perdoai-me!’
Somente assim, consegui voltar a respirar normalmente... e num sobressalto acordei. Acordei a tempo de colher o último suspiro de vida da minha filha Letícia. Letícia, que morreu na manhã do dia 3 de Março de 1989. A sua vida foi ceifada pela inconsequência de um médico, por uma infecção provocada por um aborto.
Eu sei que através daquele sonho, Deus me levou para um lugar onde os ‘anjinhos’ ficam quando são barbaramente impedidos de nascer.
Entendi, que a partir do momento da fecundação do óvulo, existe vida! De onde se conclui que eu sou um assassino...Eu não sei se Deus um dia me vai perdoar.
Mas, para amenizar a minha culpa, a minha dor, fechei o meu consultório, vendi todos os bens que consegui com a prática do aborto, e com o dinheiro, montei uma casa de amparo às mães solteiras e hoje dedico-me, gratuitamente a fazer uma medicina de verdade. Hoje sou médico de carentes, de desamparados, desvalidos.
As crianças que vêm ao mundo hoje, através das minhas mãos, são filhos que eu adoptei. Eu sei que tenho uma missão: trazer vidas ao mundo e dar condições para que as crianças tenham um lar feliz, onde o pai é Jesus.
Rezem por mim, rezem por mim... Rezem para que Deus tenha piedade de mim e que me perdoe, porque eu tenho a certeza de que eu não fugirei do Juízo Final”
Testemunho divulgado no programa de rádio do Pe. Marcelo Rossi em 15.09.2000
Rádio América 1410 – AM