"ESSE TERÇO É MEU"
Conta um alferes: Estávamos alinhados no batalhão. O sargento era conhecido pela sua cor partidária e por escarnecer de tudo o que era religioso. Naquele dia tinha um trunfo especial. Balanceava entre os dedos um Terço e perguntou ironicamente:
"Quem é que perdeu esta coisa?" O batalhão, católico na maior parte, tornou-se, de súbito, um magote de covardes: todos sorriram. Mesmo aqueles a quem a mãe dera um Terço para levar consigo. Só um cadete, a meu lado, rangia os dentes ofendido.
O sargento continuava a escarnecer convencido de que ninguém se apresentaria para levar o Terço. Porém, o meu vizinho, o cadete, adiantou-se, fez continência e disse: "Esse Terço é meu!" O batalhão não se riu mais.
No fim perguntei ao moço: "Porque não tiveste logo coragem de te apresentar?" - "Porque o Terço não era nada meu! Eu avancei porque queria que o sargento acabasse com a troça!"
Este facto espalhou-se pelo quartel. E veio a descobrir-se quem era o verdadeiro dono do Terço. Desde então tornou-se impossível para ele permanecer no batalhão.
Porém o cadete era para todos "o homem".