Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Espiritualidade

Vida consagrada

A Vida Consagrada é o nome que a Igreja Católica dá ao modo de viver das pessoas que deixaram as suas vidas profissionais e familiares e seu próprio futuro no mundo, numa tentativa de abnegação de si mesmo na vivência de votos ou conselhos evangélicos em restrito seguimento de Jesus Cristo numa busca de cristiformização em vista do serviço à Igreja na evangelização, intercessão e promoção da dignidade humana.
 
Segundo a Igreja Católica, a vida consagrada deve ser vista como "uma resposta livre a um chamamento particular de Cristo, mediante a qual os consagrados se entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a moção do Espírito Santo".

As pessoas consagradas, que podem ser leigos ou clérigos, homens ou mulheres, normalmente agrupam-se em institutos de vida religiosa (congregações e ordens religiosas) ou em institutos seculares, existindo porém aqueles que vivem isoladamente ou até em comunidade aberta, junto dos outros leigos não-consagrados. Dentro da Igreja Católica, há vários institutos de vida religiosa, como por exemplo os salesianos, jesuítas, franciscanos, capuchinhos, carmelitas, beneditinos, e tantas outras comunidades de frades, freiras e monges católicos.

Tal vivência remet-se também aos membros das Comunidades Novas, que embora não tenham a chamada Vida Consagrada, aqui citada são homens e mulheres que nas últimas décadas vem "consagrando as suas vidas a Cristo" em associações privadas de fiéis das Comunidades Novas.

Os Conselhos Evangélicos presentes na versão bíblica da vida de Cristo - seguidos pelos consagrados mediante os votos religiosos professados em institutos religiosos (comumente chamados apenas de Votos) - são aspectos pelos quais tais religiosos vivem a restrita "uniformização com Cristo", sendo considerados "novos Cristos" para a Igreja. Através destes Votos tais religiosos seguem as constituições dos seus respectivos institutos, vivendo segundo o "carisma" do mesmo os conselhos evangélicos mais comuns.

O grau de seguimento e cumprimento destes conselhos evangélicos variam de instituto para instituto, sendo as ordens religiosas mais austeras, onde os Votos são professados solenemente. Isto em oposição às congregações religiosas, que só obrigam os seus membros a professarem os Votos na sua versão mais simples. A diferença mais marcante destas duas versões está no cumprimento do voto da pobreza.

Os mais comuns votos professados são três:

Pobreza - seguindo o Cristo bíblico que, sendo rico e todo-poderoso, se fez pobre por amor incondicional aos homens. Logo, por meio deste voto, os que prometeram cumpri-lo não podem ter bens pessoais, renunciando aos bens que já tinham e dispensando tudo o que venha a ter como posse e tudo o que por força de trabalho precisarem ter é apenas propriedade do seu instituto religioso. Normalmente, esta visão é defendida pelas ordens religiosas, enquanto que as congregações religiosas têm uma visão menos austera e mais simples do voto da pobreza, permitindo assim aos seus membros a posse, mas não o uso, de bens pessoais.
 
Castidade (através do celibato - cuja finalidade, segundo a Igreja Católica, seria os professados terem um "coração indiviso para Deus", fazendo-os seguir por isso a "continência".
 
Obediência - todo aquele que for superior de um instituto religioso ou de alguma parte do mesmo passa automaticamente a ter autoridade sobre os professados, que devem sempre obedecer aos seus superiores, que fazem as vezes de Deus para eles. Na visão da Igreja Católica, os conselhos evangélicos têm uma origem divina, mais exactamente, cristológica. Estão fundamentados nas palavras, na doutrina e nos exemplos de Cristo, em suma, na sua vida do Jesus bíblico. A suposta vida e doutrina de Jesus relatada na Bíblia estão na base de toda a forma de "vida cristã" e, de maneira especial, na base da "vida consagrada". Eles não são obrigados aos cristãos todos, muito menos lhes é prerrogativa de uma vida mais ou menos santa, apenas são obrigados àqueles que livremente optaram por segui-los para atingirem não só a uma salvação (e portanto uma santidade), mas também uma perfeição, de acordo com os preceitos católicos. Quando se fala na vida de Jesus, não se refere aos seus aspectos, mas às suas dimensões.
 
 
Institutos seculares
 
Os institutos seculares são associações comunitárias de leigos católicos que vivem um tipo de vida consagrada, professando votos evangélicos de pobreza, castidade e obediência e cultivando uma intensa vida de oração.
 
A sua actuação é no mundo secular, em todas as actividades humanas, e a sua missão é colaborar na santificação do mundo de acordo com os valores evangélicos e cristãos. Isto quer dizer que eles não cultivam um modo de vida enclausurado ou fechado, ao contrário da maior parte das ordens religiosas.
 
Esta forma de consagração foi aprovada pela Igreja Católica em 1947, através da Constituição Apostólica "Provida Mater Ecclesia".
 
 
Virgindade religiosa
 
Virgindade religiosa, denominada também de Virgindade sacra, Sagrada Virgindade ou Santa Virgindade, é um conceito importante na tradição cristã, especialmente no que diz respeito à Virgem Maria que ocupa um lugar central no dogma cristão católico e ortodoxo. Votos de castidade e celibato são necessários para entrar na vida monástica ou no sacerdócio.
 
A sagrada virgindade e a perfeita castidade, considera a Igreja Católica, quando consagrada ao serviço de Deus, um dos mais "preciosos tesouros" deixados por Cristo à sua Igreja. Afirma ainda a Doutrina Católica que a santa virgindade é mais excelente que o matrimónio, isto no Concílio de Trento.
 
Sobre o tema afirma João Paulo II na Exortação Apostólica Familiaris consortio (n. 16):
 
Permanecendo no celibato, o homem pode entregar a Deus um coração indiviso, segundo o modelo do seu Filho, Jesus Cristo, que ao Pai entregou o amor exclusivo e total do seu coração. É então que o homem conquista o supremo cume, o vértice do testemunho cristão: "Tornando livre de um modo singular o coração humano (...) a virgindade testemunha que o Reino de Deus e a sua justiça são aquela pérola que devemos preferir a qualquer outro valor."
 
 
Celibato

O Celibato (do latim cælibatus que significa "não casado") na sua definição literal é uma pessoa que se mantém solteira, sem obrigação de manter a castidade, podendo ter relações sexuais. No entanto, o termo é popularmente usado para descrever uma pessoa que escolhe abster-se de actividades sexuais.
 
Motivações

• do latim cælibatus "sem estar casado", em oposição a coniugalem, conjugal, com jugo, espécie de forca por baixo da qual desfilavam (perante os Romanos) os inimigos vencidos.
 
• Crenças religiosas - celibato clerical;
 
• Para concentrar-se em outras questões, como carreira profissional;
 
• Falta de apetite sexual - assexual ou antissexual;
 
• Orientação sexual - Assexualidade
 
• Celibato involuntário - uma pessoa que devido à sua solidão isolamento social mantenha involuntariamente um celibato, contra a sua vontade;
 
• Para alterar factores fisiológicos e hormonais que produzem efeitos benéficos;
 
• Como uma tentativa de obter um senso de identidade e independência dos outros;
 
• Por problemas de saúde - celibato médicos;
 
• Evitar os riscos de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis;
 
• Evitar decepcionar-se emocionalmente;
 
• Como um meio de controle de natalidade;
 
• Auto-flagelo;
 
• Disfunção eréctil.
 
 
 
O Celibato é visto de forma diferente por diferentes grupos cristãos. A Bíblia ensina que o celibato é um estado de honra. O Apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios 7, "É bom para um homem não ter relações sexuais com uma mulher." Mas, devido à tentação de imoralidade sexual, cada homem deve ter a sua própria mulher e cada mulher o seu próprio marido." (versículos 1-2); "Eu desejo que todos sejam como eu sou. Mas cada um tem o seu próprio dom de Deus, um de uma espécie e uma de outro. Para os solteiros e as viúvas digo que é bom para eles permanecer como eu sou. Mas se eles não podem exercer auto-controle, devem casar. Por isso é melhor casar do que queimar-se com paixão." (versículos 7-9); "Quero que tu seja livre de medos. Solteiro, o homem está preocupado com as coisas do Senhor, a forma de agradar ao Senhor. Porém, o homem casado está preocupado com as coisas mundanas, como agradar à sua esposa, e os seus interesses estão divididos. E a mulher solteira está preocupada com as coisas do Senhor, como ser santa no corpo e espírito. Mas a mulher casada está preocupada com as coisas mundanas, como para agradar ao marido. Digo isto para seu próprio benefício, para não estabelecer qualquer restrição sobre ti, mas para promover a boa ordem e para garantir o seu indiviso devoção ao Senhor." (versículos 32-35).
 
 
Perspectiva católica
 
Embora no passado fosse aceite o matrimónio de padres ordenados (tendo incluso São Paulo recomendado a fidelidade matrimonial aos bispos, na actualidade, exceptuando em casos referentes aos diáconos e a padres ordenados pelas Igrejas orientais católicas e pelos ordinariatos pessoais para anglicanos), todo o clero católico é obrigado a observar e cumprir o celibato. Nas Igrejas orientais, o celibato é apenas obrigatório para os bispos, que são escolhidos entre os sacerdotes celibatários.
 
O celibato acabou por se impor no Ocidente: o Código de Direito Canónico impõe o celibato a todos os sacerdotes da Igreja Latina (c. 277). Porém, há várias excepções de sacerdotes casados na Igreja Latina, houve alguns papas casados (Adriano II, Honório IV), bispos casados (nas diocese da Islândia até à Reforma protestante; o bispo Salomão Barbosa Ferraz no Brasil) e vários padres casados ordenados nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido e Escandinávia, sob autorização especial.
 
A Igreja Católica, sinteticamente, dá as seguintes principais razões de ordem teológica para o celibato dos sacerdotes e religiosos de vida consagrada:
 
• com o celibato os sacerdotes entregam-se de modo mais excelente a Cristo, unindo-se a Ele com o coração indiviso;
 
• o conteúdo e a grandeza da sua vocação levam o sacerdote a abraçar na vida essa perfeita continência, que tem como exemplo a virgindade de Cristo;
 
• o celibato facilita ao sacerdote a participação no amor de Cristo pela humanidade uma que vez que Ele não teve outro vínculo nupcial a não ser o que contraiu com a sua Igreja;
 
• com o celibato os clérigos dedicam-se com maior disponibilidade ao serviço dos outros homens;
 
• a pessoa e a vida do sacerdote são possessão da Igreja, que faz as vezes de Cristo, seu esposo;
 
• o celibato dispõe o sacerdote pare receber e exercer com generosidade a paternidade que pertence a Cristo.
 
 
História
 
O celibato obrigatório foi decretado pelo Concílio de Elvira (295-302), mas, como este concílio era apenas um concílio provincial espanhol (Elvira era uma cidade romana, junto a Granada), as suas decisões não foram cumpridas por toda a Igreja cristã. O Primeiro Concílio de Niceia (323) decretou apenas que "todos os membros do clero estão proibidos de morar com qualquer mulher, com excepção da mãe, irmã ou tia" (III cânon). Apesar disso, no final do século IV, a Igreja Latina promulgou várias leis a favor do celibato, que foram geralmente bem aceites no Ocidente no pontificado de São Leão Magno (440-461). Aliás, o Concílio de Calcedónia (451) proibiu o casamento de monges e virgens consagradas (XVI cânon), impondo por isso o celibato ao clero regular.
 
Porém, apesar disso, houve vários avanços e recuos na aplicação desta prática eclesiástica, nomeadamente entre o clero secular, chegando até mesmo a haver alguns Papas casados, como por exemplo o Papa Adriano II (867-872). No século XI, vários Papas, especialmente Leão IX (1049-1054) e Gregório VII (1073-1085), esforçaram-se novamente por aplicar com maior rigor as leis do celibato, devido à crescente degradação moral do clero, causada em parte pela confusão instaurada pelo desmembramento do Império carolíngio.
 
Por fim, o Primeiro Concílio de Latrão (1123) e o Segundo Concílio de Latrão (1139) condenaram e invalidaram o concubinato e os casamentos de clérigos, reforçando assim o celibato clerical, que já era na altura uma prática frequente e aceite pela maioria como necessária. O celibato é defendido porque os celibatários eram mais livres e disponíveis, daí que, com o tempo, o clero regular se foi destacando em relação ao clero secular.
 
O celibato clerical voltou ainda a ser defendido em força pelo Quarto Concílio de Latrão (1215) e pelo Concílio de Trento (1545-1563), que impôs definitivamente o celibato obrigatório a todo o clero da Igreja Latina, incluindo o clero secular.
 
Magistério da Igreja Católica
 
Verifica-se pelos documentos da Igreja que há da sua parte uma vontade decidida de manter esta praxis antiquíssima: Pio XII abordou o tema na encíclica Sacra virginitas. Em 1965 dois documentos do Concílio Vaticano II trataram do tema do celibato sacerdotal: Presbyterorum ordinis, n. 16 e Optatam totius, n. 10.
 
Sobre este tema o Papa Paulo VI, em 24 de Junho de 1967, editou uma encíclica denominada Sacerdotalis Caelibatus, sobre o celibato sacerdotal, neste documento lembra a apologia que os Padres Orientais fizeram da virgindade: Ainda hoje faz eco no nosso coração, por exemplo, a voz de São Gregório Nisseno, quando nos recorda que "a vida virginal é a imagem da felicidade que nos espera no mundo que há-de vir".
 
Em 1971, o II Sínodo dos Bispos preparou um novo documento no mesmo sentido, depois aprovado pelo Papa Paulo VI, denominado De sacerdotio ministeriali, de 30 de novembro.
 
Também João Paulo II afirma: Fruto de equívoco — se não mesmo de má fé — é a opinião, com frequência difundida, de que o celibato sacerdotal na Igreja Católica é apenas uma instituição imposta por lei àqueles que recebem o sacramento da Ordem. Ora todos sabemos que não é assim. Todo o cristão que recebe o sacramento da Ordem compromete-se ao celibato com plena consciência e liberdade, depois de preparação de vários anos, profunda reflexão e assídua oração. Toma essa decisão de vida em celibato, só depois de ter chegado à firme convicção de que Cristo lhe concede esse «dom», para bem da Igreja e para serviço dos outros. Só então se compromete a observá-lo por toda a vida. (Carta Novo incipiente a todos os sacerdotes da Igreja na Quinta-feira Santa - 8 de abril de 1979).
 
Bento XVI, em Mariazell, disse: Para compreender bem o que significa a castidade devemos partir do seu conteúdo positivo, explicando que a missão de Cristo o levava a um dedicação pura e total para com os seres humanos. Nas Sagradas Escrituras não há nenhum momento da sua existência donde em seu comportamento com as pessoas se vislumbre pegadas de interesse pessoal. (…) Os sacerdotes, religiosos e religiosas, (…) com o voto de castidade no celibato, não se consagram ao individualismo ou a uma vida isolada, mas prometem solenemente pôr totalmente e sem reservas ao serviço do Reino de Deus as relações intensas das quais são capazes. (Da homilia na Basílica de Mariazell, Áustria, 8 de Setembro de 2007).
 
Celibato Universal
 
Jesus Cristo em Mateus 22:30 retrata que o futuro estatuto de todas as pessoas no Céu é oficialmente designado de "celibato universal". No entanto, "crescei e multiplicai-vos" é uma ordem de Deus para a humanidade. Jesus ainda diz em Mateus 19:11 "nem todos entendem isto a não ser aqueles a quem foi concedido: alguns são eunucos por nascerem assim, outros os homens os fizeram, outros o fazem por amor ao Reino dos Céus, quem puder entender entenda".




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