Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Espiritualidade

Santidade, uma possibilidade real

SANTIDADE, UMA POSSIBILIDADE REAL

 

Não existem os Santos. Existe o Santo. A santidade acontece individualmente.

Como a salvação, a santidade é individual porque cada alma é uma individualidade, um segredo. A individualidade da minha alma é a matéria para minha santificação. A vida dos Santos é marcada pela individualidade da alma. É o mesmo Deus, a mesma fé, a mesma Palavra, os mesmos mandamentos, a mesma Igreja, o mesmo baptismo, a mesma consagração, mas apesar de tudo isso, uns são Santos e outros não. A salvação, a santidade é um projecto individual (meu). Perdemo-nos nas pequenas coisas nos esquecendo do nosso projecto. A diferença está em nós, mas a santidade é única. Cada um é diferente do outro, mas é um único Deus. O martírio é o caminho mais rápido para a santidade. Quanto mais essa geração for covarde, teremos menos santos e santas. João Paulo II nos ensinou a viver e nos ensinou a morrer. E quando não nos é permitido o martírio do derramamento de sangue, nós devemos buscar o martírio da caridade que começa nos deveres mais humildes do nosso estado de consagração, esse é o segundo martírio. Se não me é permitido o 1º martírio e eu não vivo o 2º, estou perdendo tempo. A vocação à santidade não é um privilégio de ninguém, não é uma excepção à regra, não é um milagre. É preciso acabar com a mania de que a santidade é para o outro e não para mim. Santidade é vocação de todos, do rei ao sapateiro. Todos são convidados os celibatários e os casados.
“A Santidade é uma vocação universal” Actos 7,54-60 – O martírio de Santo Estêvão. Desejar a morte para que não morra a vida. O martírio é o amor levado ao extremo. Não há santo que não saiba perdoar. Quem não sabe perdoar nunca vai ser santo. “Cristo só verdadeiramente será Hóstia para nós quando nos fizermos Hóstias para Ele”. (São Gregório Magno) No relato do martírio de Estêvão, fora saciada a sede de vingança judaica. Fora saciada a sede do amor cristão.
Macário de Alexandria – Santo monge. Ainda moço abraça a vida solitária. Discípulo de Santo Antão. Enquanto que a vida clerical se perdia no ouro e na púrpura, aqueles homens chocavam, vivendo nas montanhas, vestindo-se de saco. Santo é aquele que é capaz de contradizer a sua época. Com um saco de areia nas costas, Macário diz: “Maltrato a quem me maltrata (corpo)”. Os preguiçosos, os que reclamam nunca vão ser santos. Os que procuram o comodismo, que não fazem a experiência da cruz, que não sofrem, nunca vão ser santos. Faltam santos porque nossa Igreja está cheia de “boas vidas”. Dor e Amor são inseparáveis para quem quer ser santo. O caminho da cruz é o caminho do céu. O caminho de Macário. Da austeridade, do silêncio e das vigílias. Tire a cruz, e tirara o céu da nossa vida. “Vós com vossa pobreza, são venturosos, pois zombam do mundo”. Fala de alguns navegantes à Macário que responde: “Vós com vossa riqueza são desgraçados porque o mundo zomba de vós”. Macários. A Conversão é um dos espectáculos mais belos que podemos contemplar em alguém. Santa Margarida de Cartona – Itália: Jovem adolescente sai de casa e vive uma vida de total prostituição. Por dinheiro essa jovem menina vive nos braços de um e de outro. Procurada por uns, evitada por outros. A sedutora dos homens bons. Da Margarida Santa, um dia houve a Margarida pecadora. Mas entre a Santa e a pecadora teve que haver um dia a Margarida convertida. A conversão é a passagem para a santidade. Por mais que eu faça, se não houver conversão de nada vale.
No palco da vida, o grande espectáculo que tenho que representar, é de homem e mulher convertido.

São DUAS as VIAS para viver a santidade:

1º da brancura que é o caminho da inocência.
2º do vermelho (sangue) que é o caminho da penitencia.

Quem perdeu o caminho da inocência, agarre-se ao caminho da penitência. Os convertidos surpreendem. Margarida um dia desceu ao último degrau da depravação, mas um dia também subira ao último degrau da santificação.
A mulher que um dia fora de todos por dinheiro, acabara um dia sendo unicamente Daquele que nada tinha. Um convertido só pode ser compreendido por outro convertido. Quem não entrou no caminho da conversão, não vai acreditar na conversão do outro. “O convertido é um espírito diferente e que, portanto, gera observações diferentes a seu respeito”. O santo é aquele que não se contenta com o que ele é ou o que ele faz. Ele quer mais. Sua vida é um escândalo para os covardes e acomodados. É custoso ser santo. É mais fácil ser santo fora do que dentro das nossas Igrejas. O santo não é alguém negativo. Fica-lhe sempre a suspeita de não ter inteiramente se despido da pele do homem velho.
De não ter destruído, mas só adormecido o outro que habitava o seu corpo: Pagou, suportou, sofreu tanto pela sua conversão, bem tão precioso mais frágil e por isso tem medo de perde-la. Quando o convertido faz algo, realiza logo, (pregamos, visitamos, cantamos, etc.). Jamais pode esquecer da experiência da sua queda e da sua libertação.
“È preciso trabalhar arduamente, incansavelmente pela nossa santificação”. É a única luz, a única maneira. Só podemos alcançar nossa santidade pagando este preço: Dizer o NÃO que a santidade nos pede ao SIM ilusório do mundo. “No fundo de todo santo há um pecador que se debate porque quer vir à tona. Os santos não seriam santos se não tivessem lutado para conter os seus monstros interiores”. “No fundo de cada pecador, há um santo que se debate”.
‘A amarga decepção de Margarida a joga nos braços de Deus. o drama da recuperação, após o drama do desperdício. Recuperar o que perdeu.
Para ser santo, temos que amar o que nós detestávamos e detestar (desprezar) o que nós amávamos. A penitência arrancou a beleza de Margarida. Feria o rosto com pedras, depois pegava pedras menores e passava nas feridas. A bela tornou-se feia. Maltratava o corpo até o sangue jorrar pelas paredes. A única coisa que Margarida tinha era o silêncio de Deus. “È possível, dulcíssimo Salvador, que convertendo cada dia tantas almas, só à perda da minha vos mostreis insensível, pois na verdade Senhor, ela custou-vos tanto como a da Madalena pecadora. Ò vos que me resgatastes com o preço infinito do vosso sangue, não me abandoneis no triste desampara e que me vejo e tende misericórdia de mim”. Santa Margarida de Cartona. Ela escutou Jesus dizendo: “Tem ânimo, minha filha. Por mais violentos que sejam os esforços do demónio, pois eu estou contigo no combate e sairás sempre vitoriosa. Sê fiel em tudo aos conselhos do teu director. Confia cada vez mais na minha bondade, desconfia de ti mesma e com o socorro da minha graça triunfarás do inimigo”.
Morreu aos 48 anos, vinte e três destes vividos na penitência. A 22 de Fevereiro de 1297 Cartona chora a morte daquela mulher. Santidade é na prática. Quem não quer construir um santo, está a construir um pecador.
Toda a vida é pouca para construir um santo.

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