Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Espiritualidade

O que é a fé? O que significa crer, nos dias de hoje?

 A fé é algo mais do que um sentimento ou uma certeza

Ainda tem sentido a fé, num mundo onde a ciência ultrapassou horizontes que, há pouco tempo, eram impensáveis? Pode parecer que este tipo de questionamento só possa surgir numa pessoa incrédula, mas isto não é verdade. Actualmente, torna-se cada vez mais necessária uma “renovada educação para a fé, que inclua, sem dúvida, um conhecimento das suas verdades e dos acontecimentos da salvação; sobretudo, que nasça de um encontro verdadeiro com Deus em Jesus Cristo”.

Não obstante a grandeza das descobertas da ciência, hoje o homem não parece ter se tornado verdadeiramente mais livre, mais humano. O Papa emérito Bento XVI ensina: “Temos necessidade não só do pão material, mas precisamos de amor, de significado e esperança, de um terreno sólido que nos ajude a ter um sentido autêntico também na crise, nas obscuridades, nas dificuldades e nos problemas quotidianos”.

A fé, segundo ele, “oferece-nos precisamente isto: Um entregar-se confiante a um «Tu», que é Deus, o qual me confere uma certeza diversa, mas não menos sólida do que aquela que me deriva do cálculo exacto ou da ciência. A fé não é simples assentimento intelectual do homem a verdades particulares sobre Deus; é um gesto mediante o qual me confio livremente a um Deus que é Pai e que me ama; é adesão a um «Tu» que me dá esperança e confiança”.

A fé é uma experiência

A fé é algo além de um sentimento ou uma certeza; é uma experiência. Quando olhamos para Deus, podemo-nos deparar com um “deus” tradicional, um ser poderoso, no qual aprendemos a crer, porque, normalmente, a maioria das pessoas ao nosso redor acreditam ou, podemos realmente olhar para o Senhor e saber que Ele existe não porque contam, mas porque o conhecemos e fazemos uma experiência pessoal com Ele.

Não que a tradição familiar e cultural da fé sejam algo ruim, mas a “educação para a fé” deve nos direccionar também para um caminho que nos levará a uma profunda e verdadeira experiência com esse “Tu” que é Deus. Desta relação, dia a dia, nasce a verdadeira conversão do coração e da mente.

Fé: caminho seguro para uma verdadeira conversão

Esta fé que a Igreja professa é o caminho seguro para uma verdadeira conversão de vida. O Papa João Paulo I, numa das quatro catequeses que fez durante o seu curto papado, definiu: “Eis o que é a fé: entregarmo-nos a Deus, mas transformando a própria vida”. É este o caminho que Deus quer trilhar connosco: uma relação pessoal e real com Ele, e uma transformação verdadeira das nossas vidas. Não há sincera experiência de fé se não houver uma concreta mudança na vida pessoal.

Uma experiência de fé que não atinge a minha forma de agir, pensar, sentir, relacionar-se, não pode ser considerada fé em Cristo. Fé é relacionar-se, e o relacionamento com Jesus atinge toda a nossa forma de estar e ser no mundo. A começar pelo nosso carácter, não existe relação com Deus que não nos leve a uma busca sincera para segui-lo e imitá-lo. Por isso, o próprio Jesus afirmou que “uma árvore se conhece pelo fruto” (Lc 6, 44). Um cristão é conhecido pelo amor.

Desconheceis que a bondade de Deus vos convida à conversão?

Esta educação para a fé é um trajecto feito no pessoal. Não dá para pensar que Deus me ama como sou, e por isso não preciso de mudar. É justamente este amor de Deus, real e concreto, que nos impulsiona e no incomoda a não continuarmos como somos, mas querer ser melhor para Deus e para o outro.

Na sua catequese sobre a fé, o Papa João Paulo I pediu que cada um de nós, toda a Igreja, rezasse a oração que ele costumava rezar: “Senhor, aceita-me como sou, com os meus defeitos, com as minhas faltas, mas faz que me torne como tu desejas”.


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