Foge da Vaidade!
Entra hoje seriamente em ti mesmo e vê com que intenções fazes as tuas obras.
Se as faze maquinalmente e sem intenção alguma, nem boa nem má, ser-te-ão inúteis para o Céu.
Se as fazes com intenção de agradar aos homens e por vaidade, por boas que em si sejam, tais obras tornam-se más e dignas de castigo.
Se pelo contrário em todas as tuas obras só em Deus pões a mira, se somente procuras a glória e o cumprimento da vontade de Deus, és feliz: porque então tu adquires mérito e tesouros para a eternidade.
Foge da vaidade; “guardai-vos, não façais as vossas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles: de outro modo não teríeis a recompensa da mão de vosso Pai que está nos Céus”.
Pois que esta é a glória do mundo: um fumo vão!
Em todas boas obras contenta-te com o testemunho da tua consciência, contenta-te com saber que todas as tuas ações tens a Deus por testemunha, e nunca vás mendigar dos homens uma glória que te faça perder a verdadeira.
Lá no fundo do teu coração diz e repete continuamente: “A Deus só, seja honra e glória pelos séculos dos séculos. Senhor, daí glória não a nós mas ao vosso nome”.
Oculta tanto quanto possível as tuas acções e tem cuidado de, antes de a começares, certificar a intenção, dizendo com Santo Inácio de Loyola: “Meu Deus, isto vou eu fazer por amor de vós e para a vossa maior glória”.
Se no meio da tua ação vier o demónio tentar-te de vaidade, não a interrompas por isso, diz-lhe com São Bernardo: “Nem por ti começou, nem por ti hei-de acabar”.
Tudo seja para Deus, seja tudo para sua glória.
Que todos os dias seja esta a tua divisa.