O Santíssimo Nome de Jesus foi dado pelo céu
Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o Nome
que está acima de todos os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo o
joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda a língua confesse, para a glória
de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (Fil 2,9-11).
A Igreja celebra oito dias após o Natal, a festa do
Santíssimo Nome de Jesus; porque oito dias depois do seu Nascimento, foi
circuncidado e S. José lhe pôs o nome de Jesus, conforme o Anjo tinha dito à
Virgem Maria. “”O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça
diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome
de Jesus” (Lc 1, 30-31). E assim foi cumprido conforme a Lei de Moisés:
“Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe
posto o Nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no
seio materno” (Lc 2,21).
O Santíssimo Nome de Jesus foi dado pelo céu; tanto assim,
que o Arcanjo Gabriel o confirma em sonho a São José: “Enquanto assim pensava,
eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de
David, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do
Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque
ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1, 20-21). Cabia ao pai dar o nome
ao filho, no costume judaico.
O Anjo deixou bem claro a José a razão deste nome: “porque
ele salvará o seu povo dos seus pecados”. A palavra “Jesus”, em hebraico, quer
dizer: “Deus Salva” ou “Salvador”.
No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome
próprio Jesus, que exprime, ao mesmo tempo, a Sua identidade e missão. Uma vez
que “só Deus pode perdoar os pecados” (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho
eterno feito homem, “salvará o seu povo dos pecados” (Mt 1,21). Em Jesus,
portanto, Deus recapitula toda a história de salvação em favor dos homens. “O
Filho do Homem tem poder de perdoar pecados na terra” (Mc 2,10). Ele pode dizer
ao pecador: “Os teus pecados estão perdoados” (Mc 2,5). E o Senhor transmite
esse poder aos homens –– os apóstolos – (Jo 20,21-23) – para que o exerçam em
seu Nome.
O poder do nome de Jesus
A Ressurreição de Jesus glorifica o nome do Deus Salvador,
pois, a partir de agora, é o nome de Jesus que manifesta em plenitude o poder
supremo do “Nome acima de todo o nome”. Os espíritos maus temem o Seu nome, e é
em nome d’Ele que os discípulos de Jesus operam milagres, pois tudo o que pedem
ao Pai em Seu nome o Pai lhes concede. É no nome de Jesus que os enfermos são
curados, é em Seu nome que os mortos ressuscitam, os coxos andam, os surdos
ouvem, os leprosos ficam curados. Este nome bendito tem poder!
Depois que o pecado atingiu a humanidade, somente o Nome do
Deus Redentor pode salvar o homem. E este nome é Jesus. É pelo Nome de Cristo
que os apóstolos operaram maravilhas, pois Ele lhes tinha dito: “Estes milagres
acompanharão os que crerem: expulsarão os demónios em meu Nome, falarão novas
línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará
mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16,17-18).
Portanto, o Nome Santo de Jesus tem poder e deve ser invocado com respeito,
veneração e fé.
Após o milagre do paralítico na porta do Templo, os fariseus
e doutores da lei quiseram impedir os apóstolos de pregar em nome de Jesus:
“Todavia, para que esta notícia não se divulgue mais entre o povo, proibamos
com ameaças, que no futuro falem a alguém nesse Nome. Chamaram-nos e
ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em nome de Jesus”
(Act 4,17-18).
Eles negam-se a deixar de pronunciar este santo Nome, porque
sabem que não há salvação em nenhum outro: “Este Jesus, pedra que foi
desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há
salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo
qual devamos ser salvos” (Act 4,11-12).
O nome de Jesus significa também que o próprio nome de Deus
está presente na Pessoa de seu Filho feito homem para a redenção universal e
definitiva dos pecados. É o único Nome divino que traz a salvação, e a partir
de agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos os homens pela
Encarnação.
O nome do Deus Salvador era invocado uma só vez por ano pelo
sumo sacerdote, para a expiação dos pecados de Israel, depois dele aspergir o propiciatório
do Santo dos Santos com o sangue do sacrifício. O propiciatório era o lugar da
presença de Deus. Quando São Paulo diz de Jesus que “Deus o destinou como
instrumento de propiciação, pelo seu próprio Sangue” (Rm 3,25), quer afirmar
que na humanidade deste último “era Deus que em Cristo reconciliava consigo o
mundo” (2Cor 5,19).
O Nome de Jesus está no cerne da oração cristã. Todas as
orações litúrgicas são concluídas pela fórmula “por Nosso Senhor Jesus
Cristo…”. A Ave-Maria culmina no: “e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”.
O nome de Jesus está no centro da Ave-Maria; o Rosário é centrado no Nome de
Jesus, por isso tem poder.
A oração oriental denominada “oração a Jesus” diz: “Jesus
Cristo, Filho de Deus Vivo, Senhor, tem piedade de mim, pecador”. Numerosos
cristãos, como Santa Joana d’Arc, morreram tendo nos lábios apenas o nome de
Jesus.
Que nós possamos também, hoje e sempre, pronunciar com fé e
devoção este nome doce e santo que tem poder, como o cego de Jericó, que clamou
com fé e ficou curado: “Jesus, Filho de David, tem piedade de mim!”