Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Espiritualidade

Eu acredito, tu acreditas, ele acredita...

É tempo de renovarmos a nossa aliança com o Senhor

Um amigo, mais que amigo, pergunta:

- Acreditas mesmo em Deus?

- Melhor que isso: Ele acredita em mim!

É verdade. Mais do que simplesmente acreditar em Deus é preciso saber que Ele acredita em ti, em mim, em cada ser humano. É isso! Deus acredita no homem embora nem todo o homem acredite nEle. O Evangelho demonstra isto seguidas vezes. Vejamos um pouco do fim para o começo. Um dos últimos actos de Jesus foi acreditar num ladrão que de forma inesperada pede que o Senhor dele se lembrasse quando estivesse no paraíso. Um ladrão, um marginal acusado e condenado pela lei. A resposta positiva a este pedido certamente já lhe é conhecida.

Será que eu ou tu acreditaríamos se um conhecido e violento marginal batesse à nossa porta dizendo que gostaria de morar connosco, em nossa casa, e se converter? Em Jerusalém um dia antes da cena no Calvário um homem, um seguidor de Jesus, o mais vivido, o mais velho entre os seus adeptos, por três vezes nega a sua amizade com o Nazareno. Após a Ressurreição o Mestre faz a Pedro por três vezes a mesma pergunta. Jesus sabe a resposta e conhece a tristeza no coração daquele homem amargurado com a sua anterior atitude de negação mas quer ouvir a profissão de amor de Pedro porque acreditava nele apesar da sua reacção de medo e a sua mentira naquele momento crítico da prisão e julgamento do Mestre.

Hoje, como eu, a exemplo de Pedro, posso dizer "Senhor tu sabes tudo, tu sabes que te amo" se imagino que Ele não mais acredita em mim devido aos meus erros? Jesus tanto acreditou em Pedro que lhe confiou as chaves da Sua Igreja. Deus Filho acreditou em Pedro e designou-o Cefas, cabeça, pedra, rocha. Muita gente já foi despedida do emprego porque o gerente soube que o empregado comentou que não gostava do patrão, o dono da empresa.

- Perdemos a confiança em ti. Está de-mi-ti-do. Rua!

Ainda no Evangelho um publicano, odiado chefe dos colectores de impostos para Roma, disse ao Senhor que iria restituir em dobro tudo o que havia extorquido, Jesus nele acreditou e Zaqueu cumpriu a sua promessa integralmente. À mulher adúltera ameaçada de morte por lapidação, após um diálogo com os possíveis algozes, Jesus pergunta "Ninguém te condenou? Ela responde "Ninguém, Senhor". O Senhor simplesmente diz<: "Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar"(Jo 8,10-11). Somente uma única recomendação, sem crítica alguma. Jesus acreditou na conversão definitiva daquela pecadora contrita.

Sei que muitas das coisas que pedi a Deus não foram atendidas, primeiro porque provavelmente eu ainda não estivesse pronto para as receber, mas principalmente por que eu não acreditava que Ele acreditasse em mim. A nossa formação inadequada leva a nos considerarmos indignos de crédito junto a Deus. Como dizem algumas pessoas:

- Se nem o gerente do Banco confia em mim, como Deus vai confiar?

"Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas dizei uma palavra e minha alma será salva". O "Senhor, eu não sou digno", parece prevalecer e superar o: "mas dizei uma palavra e serei sanado, curado, salvo". Precisamos de mudar o nosso modo de pensar e confiar totalmente no "mas dizei uma palavra...".

Eu, mesmo julgando não ser digno, preciso somente de pedir que Ele diga uma única palavra e serei transformado porque Ele em mim vai confiar, vai-me restaurar, vai-me curar, vai-me libertar e salvar a minha alma tão preciosa a Ele. Assim o fez o Bom Ladrão no Calvário. Isto para mim, hoje, agora, ainda é muito real e sensível. Indo agora ao Antigo Testamento, lembras-te do arrasador episódio do Dilúvio? Certamente sim. Pois bem, a narrativa (Gn 7;8 e 9) conclui com a frase divina "Vou fazer uma aliança convosco e a vossa posteridade (...) eu me lembrarei da aliança eterna estabelecida entre Deus e todos os seres vivos que estão sobre a terra".

Aliança eterna entre Deus e a sua criatura predilecta, o ser humano. Um matrimónio perfeito e ternamente indissolúvel entre Deus e nós. A característica do matrimónio humano duradouro é a confiança mútua do casal apesar das dificuldades e limitações individuais; sem isto o casamento não subsiste. Na aliança com o Senhor dá-se o mesmo, Ele confia e acredita em mim e eu preciso de acreditar nEle de forma inabalável, caso contrário o nosso relacionamento correrá o risco de se romper.

No dia a dia aqui neste mundo, numa grande empresa os directores confiam aos empregados equipamentos valiosos para serem operados adequadamente porque sabem da capacidade profissional de cada um deles. Uma aeronave comercial de alto valor, de milhões de euros, é entregue aos pilotos capacitados e quando embarcamos num voo não vamos à cabine de comando pedir que o comandante e a tripulação apresentem os documentos profissionais. Simplesmente tomamos o nosso assento acreditando que estamos entregues em boas e hábeis mãos.

Com o Senhor, mesmo que me desligue dEle temporariamente, sei que Ele continuará a acreditar em mim e quando eu reatar os nossos laços não serei contestado ou repudiado - e entendo que não é por isto que tenho o direito de abusivamente brincar ao "esconde-esconde" com Deus.

Um ditado diz que se não pergunta "para onde" quando um amigo verdadeiro nos diz "Vamos!" É tempo pois, de renovarmos a nossa Aliança com o Senhor colocando de forma absoluta a certeza de que Ele, muito mais do que a nossa esposa, filhos, familiares e amigos acredita em nós. Eu acredito, meu irmão. Se tu não acreditas, tem a certeza de que Ele acredita em ti!


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