Sabemos que S. Paulo era um judeu fervoroso. Como se situa ele diante da novidade cristã? Como vê ele a Igreja de Cristo, na História da Salvação?
Da Segunda Carta de S. Paulo aos Coríntios (2 Cor. 3, 1-3.5-8.11-18)
Vamos começar de novo a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou da vossa parte? A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. É evidente que sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações. Não é que sejamos capazes de conceber alguma coisa como de nós mesmos; é de Deus que provém a nossa capacidade. É Ele que nos torna aptos para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, enquanto o Espírito dá a vida.
Ora se o ministério da morte, gravado com letras em pedra, foi de tal glória que os filhos de Israel não podiam fixar o rosto de Moisés, por causa do esplendor que nele havia, quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito? Na posse de tal esperança, procedemos com total desassombro. E não fazemos como Moisés, que punha um véu sobre o seu rosto para que os filhos de Israel não vissem o fim do que era transitório. Mas o entendimento deles foi obscurecido, e ainda hoje, quando lêem o Antigo Testamento, esse mesmo véu continua a não ser removido, pois é só em Cristo que deve ser levantado. Sim, até hoje, todas as vezes que lêem Moisés, um véu cobre-lhes o coração. O Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade. E nós todos que, com o rosto descoberto, reflectimos a glória do Senhor, somos transfigurados na sua própria imagem, de glória em glória, pelo Senhor que é Espírito.
1º Mistério: A agonia de Jesus no jardim das oliveiraS
« Temos necessidade de cartas de recomendação para vós ou da vossa parte? A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens.» No tempo de Paulo, era frequente o uso de credenciais para confirmar o valor do evangelizador. S. Paulo afirma não precisar de tais cartas porque o fruto da sua obra de pregação do evangelho está à vista: a vida da comunidade prova a força da Palavra que Paulo apresenta e anuncia. Já Jesus tinha dito no Evangelho: «pelos frutos conhecereis as árvores: a árvore má não pode dar bom fruto, nem a árvore boa pode dar maus frutos.»
2º Mistério: A flagelação de Jesus
«…sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério…» É com certo orgulho que Paulo afirma que os Coríntios são a sua Carta escrita por Cristo e confiada ao seu ministério. Paulo sabe que o fruto do seu trabalho – a vivência da fé cristã por parte daquela cristã – nasce da nova aliança, anunciada pela Palavra de Cristo e com a força do Espírito do Ressuscitado.
3º Mistério: A coroação de espinhos
Quando Paulo nos fala do “ministério gravado com letras na pedra” e de “ministério do Espírito” situa-se na perspectiva da novidade cristã. A aliança gravada em pedra é uma alusão à Aliança do Sinai na qual Deus tinha dado a Moisés os dez mandamentos gravados na pedra. Já no Antigo Testamento, nos escritos dos Profetas Ezequiel e Jeremias, tinha sido anunciada uma aliança nova na qual o conhecimento do Senhor seria gravado no coração dos Homens. Para Paulo, esta promessa de Deus cumpriu-se em Jesus de Nazaré e é dessa aliança que Paulo se sabe ser servidor.
4º Mistério: O caminho da Via-sacra até ao Calvário
Da leitura atenta dos evangelhos e das cartas de Paulo, descobrimos o apreço que os judeus tinham pela Sagrada Escritura e a importância que davam à pessoa de Moisés na sua história e na sua fé. Dizer que “um véu cobre” a sua leitura de Moisés, é afirmar que os escritos do Antigo Testamento ganham outro sentido à luz de Cristo. É afirmar que é à luz da revelação de Deus em Jesus que toda a História de Israel mostra a sua verdadeira profundidade.
5º Mistério: Jesus morre na cruz
«…onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade.» Para Paulo, mais importante do que cumprir com as regras e preceitos, é descobrir o sentido profundo da regra, compreender o seu sentido. É assim que Paulo afirma, numa das suas cartas, “sou maximamente livre, mas nem tudo me é conveniente”. A nossa liberdade que nos advém do Espírito, é também convite à responsabilidade. Nós não precisamos de um mandamento que nos diga que devemos fazer isto ou aquilo aos outros porque, vivendo a vida com o Espírito de Cristo – no Dom, no serviço e na entrega – naturalmente nos colocamos ao dispor do outro.
ORAÇÃO FINAL: 22
Da Segunda Carta de S. Paulo aos Coríntios (2 Cor. 3, 1-3.5-8.11-18)
Vamos começar de novo a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou da vossa parte? A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. É evidente que sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações. Não é que sejamos capazes de conceber alguma coisa como de nós mesmos; é de Deus que provém a nossa capacidade. É Ele que nos torna aptos para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, enquanto o Espírito dá a vida.
Ora se o ministério da morte, gravado com letras em pedra, foi de tal glória que os filhos de Israel não podiam fixar o rosto de Moisés, por causa do esplendor que nele havia, quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito? Na posse de tal esperança, procedemos com total desassombro. E não fazemos como Moisés, que punha um véu sobre o seu rosto para que os filhos de Israel não vissem o fim do que era transitório. Mas o entendimento deles foi obscurecido, e ainda hoje, quando lêem o Antigo Testamento, esse mesmo véu continua a não ser removido, pois é só em Cristo que deve ser levantado. Sim, até hoje, todas as vezes que lêem Moisés, um véu cobre-lhes o coração. O Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade. E nós todos que, com o rosto descoberto, reflectimos a glória do Senhor, somos transfigurados na sua própria imagem, de glória em glória, pelo Senhor que é Espírito.
1º Mistério: A agonia de Jesus no jardim das oliveiraS
« Temos necessidade de cartas de recomendação para vós ou da vossa parte? A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens.» No tempo de Paulo, era frequente o uso de credenciais para confirmar o valor do evangelizador. S. Paulo afirma não precisar de tais cartas porque o fruto da sua obra de pregação do evangelho está à vista: a vida da comunidade prova a força da Palavra que Paulo apresenta e anuncia. Já Jesus tinha dito no Evangelho: «pelos frutos conhecereis as árvores: a árvore má não pode dar bom fruto, nem a árvore boa pode dar maus frutos.»
2º Mistério: A flagelação de Jesus
«…sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério…» É com certo orgulho que Paulo afirma que os Coríntios são a sua Carta escrita por Cristo e confiada ao seu ministério. Paulo sabe que o fruto do seu trabalho – a vivência da fé cristã por parte daquela cristã – nasce da nova aliança, anunciada pela Palavra de Cristo e com a força do Espírito do Ressuscitado.
3º Mistério: A coroação de espinhos
Quando Paulo nos fala do “ministério gravado com letras na pedra” e de “ministério do Espírito” situa-se na perspectiva da novidade cristã. A aliança gravada em pedra é uma alusão à Aliança do Sinai na qual Deus tinha dado a Moisés os dez mandamentos gravados na pedra. Já no Antigo Testamento, nos escritos dos Profetas Ezequiel e Jeremias, tinha sido anunciada uma aliança nova na qual o conhecimento do Senhor seria gravado no coração dos Homens. Para Paulo, esta promessa de Deus cumpriu-se em Jesus de Nazaré e é dessa aliança que Paulo se sabe ser servidor.
4º Mistério: O caminho da Via-sacra até ao Calvário
Da leitura atenta dos evangelhos e das cartas de Paulo, descobrimos o apreço que os judeus tinham pela Sagrada Escritura e a importância que davam à pessoa de Moisés na sua história e na sua fé. Dizer que “um véu cobre” a sua leitura de Moisés, é afirmar que os escritos do Antigo Testamento ganham outro sentido à luz de Cristo. É afirmar que é à luz da revelação de Deus em Jesus que toda a História de Israel mostra a sua verdadeira profundidade.
5º Mistério: Jesus morre na cruz
«…onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade.» Para Paulo, mais importante do que cumprir com as regras e preceitos, é descobrir o sentido profundo da regra, compreender o seu sentido. É assim que Paulo afirma, numa das suas cartas, “sou maximamente livre, mas nem tudo me é conveniente”. A nossa liberdade que nos advém do Espírito, é também convite à responsabilidade. Nós não precisamos de um mandamento que nos diga que devemos fazer isto ou aquilo aos outros porque, vivendo a vida com o Espírito de Cristo – no Dom, no serviço e na entrega – naturalmente nos colocamos ao dispor do outro.
ORAÇÃO FINAL: 22