Como vencer as paixões da carne? Os cristãos precisam de lutarcontra as paixões da carne
Pode se perguntar: “Que diferença faz ser cristão?” Tu, cristão, és destinado a este mundo, enviado como sal, como luz. Tu vives neste mundo, mas não és dele, assim como o sal não é massa, assim como a luz não é trevas. Tu não és deste mundo. E por ser diferente, as pessoas perseguem-te como Jesus e os apóstolos foram perseguidos. Esta é uma diferença.
Entende o termo carne Esta é a diferença. O termo “carne” é equivalente à natureza humana. A tua natureza envenenada, corrompida por causa do pecado, que sozinha produz os frutos narrados no versículo 19 de Gálatas 5: libertinagem, impureza, devassidão, idolatria, magia, ódio, discórdia, ciúme, cólera, rivalidade, facções, inveja, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. É isto que a natureza humana produz, porque foi envenenada, corrompida pelo pecado. Por isso, tens de te convencer que a tua natureza humana foi corrompida pelo pecado. Ela, por si só, produz estes frutos. Cuidado com a ociosidade Não se pode deixar a natureza humana livre, fazendo o que se quer. Olha esta comparação: não é verdade que, num terreno, é muito fácil crescer mato? Tu tens de trabalhar muito para acabar com as ervas daninhas, para que possas fazer um canteiro e plantar verduras que te sejam úteis. Mas o mato nem é necessário ser plantado. Se não se tomar cuidado, ele cresce no meio das hortaliças que plantaste e acaba por as sufocar. O mesmo acontece com a nossa natureza humana. Livre, ela é como o mato. Por isso, precisamos de crucificar a nossa carne com as suas paixões e os seus desejos. Repara no versículo 24 de Gálatas: “Os que pertencem a Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e desejos”. Se tu não pegares na “enxada” hoje, amanhã e depois de amanhã, para cortar o ‘mato’ da tua vida, ele vai crescer e todos os frutos da carne vão florescer em ti: libertinagem, impureza, devassidão, idolatria, magia, ódios, discórdia, ciúme, cólera, rivalidades, dissensões, facções, inveja, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Como vencer os impulsos da paixão? A Palavra de Deus diz, no versículo 16, da mesma passagem bíblica: “Andai sob o impulso do Espírito e não façais o que a carne deseja”. Devemos encher-nos do Espírito Santo, permanecer embriagados do Espírito e dar-Lhe livre curso, livre acesso, para que produza todos os Seus frutos em nós, que estão muito bem expressos no versículo 22: “Mas eis o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benevolência, fé, doçura, domínio de si; contra tais coisas não há lei”. O fruto do Espírito Santo é a caridade, ou seja, o amor. Deste provêm todos os outros frutos: alegria, paz, paciência, bondade, benevolência (que também se diz delicadeza), fé, doçura (que também se diz mansidão), domínio de si. “Os que pertencem a Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e desejos”. Se tu vives pelo Espírito, anda também de acordo com o Espírito.
O cristão é cheio do Espírito Santo, por isso ele é diferente das outras pessoas; e só poderia ser assim. O cristão não é deste mundo, não porque quer, mas porque Jesus não é deste mundo.
“Que diferença faz ser cristão?” Só os que experimentaram podem saber. Os cristãos não vivem na carne, mas no Espírito. E porque vivem no Espírito, as obras da carne vão morrendo, e neles as obras do Espírito vão vivificando.
Lê o que diz São Paulo em Gálatas 5, 16-25 sobre isto.
O próprio Jesus afirma: “De facto, é do coração que provêm más intenções, homicídios, adultérios, devassidão, roubos, falsos testemunhos, injúrias” (Mt 15,19). É do coração do homem que provém tudo isto.
É por isso que a Palavra de Deus diz: “(…) andai sob o impulso do Espírito e não façais o que a carne deseja. Pois a carne, nos seus desejos, opõe-se ao Espírito e o Espírito à carne; entre eles há antagonismo; por isso não fazeis o que quereis” (Gálatas 5,16-17).
Há cristãos que pensam que isto é exagero, mas isto é libertar-se.
Por isso, a vida cristã é um contínuo combate. Não apenas um combate exterior, mas principalmente interior. É preciso combater a nossa natureza humana, não a deixar livre; pelo contrário, devemos podá-la e crucificá-la.
Quanto mais deixarmos que o Espírito Santo produza os frutos d’Ele em nós, tanto mais os frutos da carne irão desaparecer.
Esta é a diferença. Vale a pena ser cristão!