Castidade
Um ex-homossexual escreve à Igreja Católica
- 27-11-2017
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Um ex-homossexual escreve à Igreja Católica
“Querida Igreja, vós não me deveis nenhum pedido de desculpas, vós não me deveis nada. Sou eu quem vos devo tudo.”
Querida Igreja Católica,
Como um ex-homossexual que voltou para vós à procura de Deus, eu gostaria que soubésseis que não, vós não me deveis nenhum pedido de desculpas. Nunca, por nenhum momento, nos meus 43 anos levando um estilo de vida homossexual, eu me senti marginalizado pela Igreja. A Igreja nunca me abandonou. Nunca senti que tivesse sido desamparado. Fui eu quem me desamparei a mim mesmo. Nem por uma vez sequer eu me senti rejeitado pela Igreja, como se não tivesse lugar nela. As vossas portas sempre estiveram abertas para mim. Fui eu quem as atravessei e fui embora.
Vós tendes de saber que não houve um só dia, nos meus 43 anos, em que eu não reconhecesse quão ofensivo a Deus era o meu comportamento. Olhando para trás, posso dizer honestamente que o obstáculo entre Deus e eu, posto por mim mesmo, constituiu um dos meus maiores sofrimentos. O que me manteve afastado da Igreja foi a minha estupidez e o meu sentimento de culpa. Vós destes-me a verdade e eu rejeitei-a.
Como isto pôde ter acontecido? Muito simples. Eu usava desculpas. Insistia em que não tinha nenhum autocontrole sobre o meu pecado. Entrei numa mentalidade de que talvez, por acaso, um Deus amoroso estivesse bem com tudo o que eu estava a fazer. Qualquer que fosse a verdadeira razão para isto, achei muito mais fácil ocultar toda a minha culpa no recanto mais escondido da minha consciência. E, então, durante 43 anos, todo aquele pecado e toda aquela culpa permaneceram empoeirados e sem arrependimento algum.
Obrigado por me dar a coragem de proclamar o que me tendes ensinado há tanto tempo. Vós não me deveis nada. Sou eu quem vos devo tudo.
Vós não me deveis nenhum pedido de desculpas. Fui eu quem ofendi a Deus, a sua Igreja e os seus ensinamentos. Fizestes a vossa parte. Proclamastes a verdade na caridade, mas eu ignorei-a. Eu tenho e assumo a total responsabilidade pelos meus caminhos pecaminosos. Fui eu quem rejeitei as muitas cruzes que o Senhor me deu. Fui eu quem enfrentei os meus demónios. Fui eu quem rejeitei a salvação que vós me oferecestes.
Ao longo dos meus 43 anos afastado da Igreja, Deus concedeu-me uma cruz após outra e eu rejeitei-as todas. Foi só em 2008, quando contraí o vírus da SIDA, que se abriram as comportas da minha consciência. Foi naquele dia que eu percebi quanto precisava de vós. Era chegada a hora de eu arrastar os meus pecados empoeirados e atravessar aquela porta que sempre esteve aberta para mim durante tantos anos.
Obrigado por me terdes acolhido de volta. Obrigado por me dar a coragem de proclamar o que me tendes ensinado há tanto tempo. Vós não me deveis nada. Sou eu quem vos devo tudo.
Não, a Igreja não deve aos homossexuais um pedido de desculpas. As portas estão abertas. Aceite a verdade na caridade e saiba que Deus sempre o ajudará a carregar a sua cruz. Tome a sua cruz como eu tomei. Deus está à espera. Não tenha medo. A Igreja não é sua inimiga.
Eu estou velho agora e bastante afetado por problemas de saúde. Mal sou capaz de carregar a minha cruz. Mas estou onde quero estar. Perto de Deus, próximo da sua Igreja e adorando a verdade que eu rejeitei durante tantos anos.
A Igreja deve pedir desculpas, no entanto, pelos seus padres e bispos favoráveis à homossexualidade, que estão a colocar as almas dos homossexuais em grande perigo, por não lhes dizerem a verdade do Evangelho.
Em Cristo,
Ir. Christopher Sale
Fundador dos Irmãos do Padre Pio