Se é grande herói da Pátria, não é menor herói da virtude.
Nasceu a 24 de Junho de 1360 no Castelo do Bonjardim. Aos 13 anos fazia parte do séquito do rei Dom Fernando e por essa altura foi armado Cavaleiro.
Por obediência a seu pai casa com D. Leonor de Alvim, rica dama de Entre-Douro-e-Minho. Do casamento nasceu uma filha: Dona Beatriz. Após a morte de D. Fernando e porque a filha deste era casada com o rei de Espanha, vendo ameaçada a independência nacional entra em actividade política. Em Santarém dá-se o estranho encontro com o Alfageme de Santarém. Convidado pelo Mestre de Avis foi eleito Regedor e Defensor do Reino.
Após vencer várias batalhas (Atoleiros, Aljubarrota) e já viúvo lança ombros à construção do Convento do Carmo, em Lisboa. Em 1422 partilha os seus bens e professa no Carmo, em 15 de Agosto de 1423. Sempre o dia de Nossa Senhora da Assunção a presidir aos momentos culminantes da sua vida. Ei-lo agora o asceta despegado de toda as ambições terrenas, frivolidades, entregue por completo ao único fito de adorar e servir a Deus: o herói de outra batalha que, depois de se ter mostrado invencível nas lutas do mundo, abandona tudo para se tornar apenas, humilde e feliz, Frei Nuno de Santa Maria.
A 15 de Janeiro de 1918 a Sagrada Congregação dos ritos, em sessão plenária, aprova e reconhece o culto do Santo condestável, que o Papa Bento XV confirma, no decreto de 23 de Janeiro do mesmo ano.
Piedade
Todos os dias, mesmo antes de ser religioso, ouvia duas missas e, quando tinha de travar batalha, três. Confessava-se amiúde e comungava o mais que então lhe era permitido. "Era esta a resposta que o servo de Deus costumava dar aos que notavam a sua frequência à mesa Eucarística: Que se alguém o quisesse ver vencido, pretendesse afastá-lo daquela Sagrada mesa em que Deus se dá em manjar aos homens, porque dela lhe resultava todo o esforço e fortaleza com que vencia e debelava os seus contrários". (Papa Bento XV).
A bandeira que levava para todos os combates era a afirmação viva da sua fé: uma cruz vermelha em campo branco. Nos quatro quadrados formados pela cruz viam-se Jesus Crucificado, Nossa senhora, S. Jorge e S. Tiago.
Antes das batalhas, ajoelhava diante desta bandeira e orava, fervorosamente, de mãos postas.
Em Valverde, ao pressentir o seu exército perdido, foge para trás duns rochedos a rezar.
Devoção a Nossa Senhora
Dos 7 templos que mandou edificar, 6 são dedicados à Virgem Santíssima.
Vai agradecer a vitória dos Atoleiros a Nossa Senhora de Assomar; a de Aljubarrota a Santa Maria de Ceissa, em Ourém; e para mostrar o seu reconhecimento e cumprir um voto pelo triunfo de Valverde, manda construir a Igreja e o convento do Carmo em Lisboa.
Em honra de Maria jejuava, a pão e água, todos os sábados e vésperas das suas festas. Vivendo ainda no mundo, rezava todos os dias o Ofício da Nossa Senhora, levantando-se sempre à meia-noite para a reza de Matinas.
Ao entrar no convento de Nossa Senhora do Carmo, despojou-se de todos os títulos, escolhendo para si o nome de "Frei Nuno de Santa Maria".
Castidade
Como escreve o cronista, "foi muito casto de vontade e defeito", em solteiro, casado e viúvo. E tornou também castos aqueles com quem lidava.
Dizia D. João I que "todos os bons costumes que em Portugal havia, o Condestável os pusera".
"Refreava os seus soldados de quaisquer desmandos, com palavras, prémios ou castigos severos, dizendo amiúde que tanto teriam de vitoriosos quanto de honestos e que o capitão que não amava esta angélica virtude entrava na batalha meio vencido." (Papa Bento XV).
Pobreza e humildade
D. Nuno, o homem mais rico de Portugal, por amor de Deus fez-se pobre, inteiramente pobre. Distribuiu os seus bens pela Igreja, pelos pobres, pela família e pelos antigos companheiros de armas. Despojado de tudo, pede por caridade aos 62 anos de idade, que o admitam no Convento do Carmo, que ele tinha fundado. Só por ordem do Rei é que deixou de andar pelas ruas a pedir esmola para viver.
Do que o Rei lhe mandava para seu sustento, distribuía tudo o que podia pelos pobres.
Ia de pés descalços e saco às costas, socorrer os necessitados e assistir na agonia aos moribundos.
Por humildade, não quis ser sacerdote, nem irmão de coro, mas simples irmão leigo.
Ajoelhava-se sempre que passava por um seu antigo criado, que agora no Mosteiro, era mais do que ele.
Morte
Ao aproximar-se a morte, repetia a confissão geral. Agradeceu ao Prior tê-lo admitido no Convento, pediu por caridade a mortalha e uma cova que em nada se diferençasse da dos irmãos leigos. Depois de recebidos os sacramentos, com o crucifixo numa das mãos e a vela na outra, respondia com voz sumida aos ofícios da Agonia. Pediu que lhe lessem a Paixão de Cristo pelo Evangelho de S. João e, ao chegar à passagem em que Cristo disse a Nossa Senhora: "Eis aí o teu filho", expirou.
Todo o povo o chorou como Santo, e desde então lhe começou a atribuir os maiores milagres.
Nasceu a 24 de Junho de 1360 no Castelo do Bonjardim. Aos 13 anos fazia parte do séquito do rei Dom Fernando e por essa altura foi armado Cavaleiro.
Por obediência a seu pai casa com D. Leonor de Alvim, rica dama de Entre-Douro-e-Minho. Do casamento nasceu uma filha: Dona Beatriz. Após a morte de D. Fernando e porque a filha deste era casada com o rei de Espanha, vendo ameaçada a independência nacional entra em actividade política. Em Santarém dá-se o estranho encontro com o Alfageme de Santarém. Convidado pelo Mestre de Avis foi eleito Regedor e Defensor do Reino.
Após vencer várias batalhas (Atoleiros, Aljubarrota) e já viúvo lança ombros à construção do Convento do Carmo, em Lisboa. Em 1422 partilha os seus bens e professa no Carmo, em 15 de Agosto de 1423. Sempre o dia de Nossa Senhora da Assunção a presidir aos momentos culminantes da sua vida. Ei-lo agora o asceta despegado de toda as ambições terrenas, frivolidades, entregue por completo ao único fito de adorar e servir a Deus: o herói de outra batalha que, depois de se ter mostrado invencível nas lutas do mundo, abandona tudo para se tornar apenas, humilde e feliz, Frei Nuno de Santa Maria.
A 15 de Janeiro de 1918 a Sagrada Congregação dos ritos, em sessão plenária, aprova e reconhece o culto do Santo condestável, que o Papa Bento XV confirma, no decreto de 23 de Janeiro do mesmo ano.
Piedade
Todos os dias, mesmo antes de ser religioso, ouvia duas missas e, quando tinha de travar batalha, três. Confessava-se amiúde e comungava o mais que então lhe era permitido. "Era esta a resposta que o servo de Deus costumava dar aos que notavam a sua frequência à mesa Eucarística: Que se alguém o quisesse ver vencido, pretendesse afastá-lo daquela Sagrada mesa em que Deus se dá em manjar aos homens, porque dela lhe resultava todo o esforço e fortaleza com que vencia e debelava os seus contrários". (Papa Bento XV).
A bandeira que levava para todos os combates era a afirmação viva da sua fé: uma cruz vermelha em campo branco. Nos quatro quadrados formados pela cruz viam-se Jesus Crucificado, Nossa senhora, S. Jorge e S. Tiago.
Antes das batalhas, ajoelhava diante desta bandeira e orava, fervorosamente, de mãos postas.
Em Valverde, ao pressentir o seu exército perdido, foge para trás duns rochedos a rezar.
Devoção a Nossa Senhora
Dos 7 templos que mandou edificar, 6 são dedicados à Virgem Santíssima.
Vai agradecer a vitória dos Atoleiros a Nossa Senhora de Assomar; a de Aljubarrota a Santa Maria de Ceissa, em Ourém; e para mostrar o seu reconhecimento e cumprir um voto pelo triunfo de Valverde, manda construir a Igreja e o convento do Carmo em Lisboa.
Em honra de Maria jejuava, a pão e água, todos os sábados e vésperas das suas festas. Vivendo ainda no mundo, rezava todos os dias o Ofício da Nossa Senhora, levantando-se sempre à meia-noite para a reza de Matinas.
Ao entrar no convento de Nossa Senhora do Carmo, despojou-se de todos os títulos, escolhendo para si o nome de "Frei Nuno de Santa Maria".
Castidade
Como escreve o cronista, "foi muito casto de vontade e defeito", em solteiro, casado e viúvo. E tornou também castos aqueles com quem lidava.
Dizia D. João I que "todos os bons costumes que em Portugal havia, o Condestável os pusera".
"Refreava os seus soldados de quaisquer desmandos, com palavras, prémios ou castigos severos, dizendo amiúde que tanto teriam de vitoriosos quanto de honestos e que o capitão que não amava esta angélica virtude entrava na batalha meio vencido." (Papa Bento XV).
Pobreza e humildade
D. Nuno, o homem mais rico de Portugal, por amor de Deus fez-se pobre, inteiramente pobre. Distribuiu os seus bens pela Igreja, pelos pobres, pela família e pelos antigos companheiros de armas. Despojado de tudo, pede por caridade aos 62 anos de idade, que o admitam no Convento do Carmo, que ele tinha fundado. Só por ordem do Rei é que deixou de andar pelas ruas a pedir esmola para viver.
Do que o Rei lhe mandava para seu sustento, distribuía tudo o que podia pelos pobres.
Ia de pés descalços e saco às costas, socorrer os necessitados e assistir na agonia aos moribundos.
Por humildade, não quis ser sacerdote, nem irmão de coro, mas simples irmão leigo.
Ajoelhava-se sempre que passava por um seu antigo criado, que agora no Mosteiro, era mais do que ele.
Morte
Ao aproximar-se a morte, repetia a confissão geral. Agradeceu ao Prior tê-lo admitido no Convento, pediu por caridade a mortalha e uma cova que em nada se diferençasse da dos irmãos leigos. Depois de recebidos os sacramentos, com o crucifixo numa das mãos e a vela na outra, respondia com voz sumida aos ofícios da Agonia. Pediu que lhe lessem a Paixão de Cristo pelo Evangelho de S. João e, ao chegar à passagem em que Cristo disse a Nossa Senhora: "Eis aí o teu filho", expirou.
Todo o povo o chorou como Santo, e desde então lhe começou a atribuir os maiores milagres.
Foi beatificado pelo Papa Bento XV a 23 de Janeiro de 1918,
tornando-se Beato Nuno de Santa Maria. Em 1940, Pio XII manifestou o desejo de canonizar o beato por decreto, mas logo abandonou a intenção, prosseguindo pelas vias normais.Após várias vicissitudes, a Ordem do Carmo, onde ingressou em 1422, e o Patriarcado de Lisboa decidiram retomar a defesa da causa de canonização, cujo processo foi reaberto a 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa.
A canonização assenta na cura milagrosa relatada por Guilhermina de Jesus. A sexagenária natural de Vila Franca de Xira sofrera lesões no lho esquerdo depois de atingida com salpicos de óleo a ferver quando fritava peixe. Segundo o cardeal D. José Saraiva Martins, Prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, que conduziu no Vaticano o processo de canonização, a idosa sofria de “uma úlcera na córnea, uma coisa gravíssima”. “E os médicos, realmente, chegaram à conclusão de que aquilo (a cura) não tinha explicação científica”, disse.
Em Abril, “o milagre atribuído à intervenção do beato Nuno foi examinado pelos médicos” do Vaticano e, em Maio, pelos teólogos, “no sentido de saber se tinha sido efeito da oração feita pela doente, pedindo-lhe a sua cura”.
A Congregação das Causas dos Santos viria a aprovar as conclusões, “tanto dos médicos como dos teólogos e, em Julho, o processo foi presente ao Papa Bento XVI por D. José Saraiva Martins.
E, no dia 26 de Abril de 2009, 91 anos depois de ter sido beatificado, D. Nuno Álvares Pereira foi solenemente canonizado pelo Papa Bento XVI.