Segundo Eusébio, S. Narciso era natural da Palestina e foi o 15º bispo de Jerusalém, eleito em 189. Presidiu ao concílio de Cesareia (197) e encabeçou a lista de assinaturas de uma carta que o episcopado da Palestina enviou ao papa S. Vítor.
Nesta carta, os bispos declaravam observar os ritos e usos da Igreja romana.

Contam que certa vez foi acusado de um crime que não cometeu. Os caluniadores confirmaram por falsos juramentos a acusação.

O primeiro disse que se estivesse a mentir que o queimassem vivo. O segundo chamou sobre si a praga de lepra, se o que havia dito não fosse verdade. Por fim, o terceiro jurou pela luz dos seus olhos que estava a falar a verdade. Narciso ficou muito desgostoso e resolveu deixar a cidade secretamente.

Foi para o deserto de Nítria, onde viveu oculto durante 8 anos. Aconteceu, então, que abateu sobre os caluniadores o mal que cada um havia arrogado sobre si: o primeiro morreu queimado; o segundo foi consumido pela lepra; e o terceiro ficou cego. Voltando a Jerusalém resolveu reassumir juntamente com o bispo Górdio o pastoreio de seu rebanho.
Morreu por volta de 212, aos 116 anos de idade.