São Martinho de Tours
Hoje celebramos a Memória do Bispo São Martinho que se tornou intercessor e modelo de apostolado para todos nós. Nasceu em 316 na Panónia, actual Hungria, numa família pagã que da parte do pai fez de Martinho um militar, enquanto o Pai do Céu o estava a fazer cristão, já que começou a fazer catecumenato.
Aos 12 anos, contrariando a vontade dos pais, tornou-se cristão. Entretanto, o pai opôs-se terminantemente a esta decisão do filho, alistando-o no Exército Romano.
Certa vez quando o militar, ainda não baptizado, Martinho partiu em duas partes o seu manto para o dar a um pobre, e assim Jesus aparece-lhe na noite seguinte e disse-lhe:
"Martinho, principiante na fé, cobriu-me com este manto".
Homem de Deus foi baptizado e abandonou a vida militar para viver intensamente a vida religiosa e as inspirações do Espírito Santo para a sua vida.
Com a direcção e ajuda do Bispo Hilário, Martinho tornou-se monge, Diácono, fundador do primeiro Mosteiro da França e depois Sacerdote que formava os seus "filhos" para a contemplação e ao mesmo tempo para a missão de evangelizar os pagãos; diferenciando-se com isso dos Mosteiros do Oriente.
Por ser fiel no pouco, São Martinho recebeu o mais, que veio com a sua ordenação para Bispo em Tours e não o impediu de fundar muitos outros Mosteiros a fim de melhor evangelizar a sua Diocese. Morreu no ano de 397.
Martinho foi um dos santos mais populares da Europa ocidental. Milhares de paróquias e povoados adoptaram o seu nome.
Na França, há pelo menos 4 mil igrejas dedicadas a este santo.
«Que S. Martinho seja para vós, queridos enfermos, alento para confiar no Senhor, que nunca abandona os seus filhos no momento da prova», disse Bento XVI a um grupo de doentes.
Aos recém-casados, Bento XVI desejou que S. Martinho seja «estímulo para cada um respeitar e servir com valentia a vida humana, que é um dom de Deus».
São Martinho foi, durante toda a Idade Média e até uma época recente, o santo mais popular de França. O seu túmulo, abrigado desde o séc. V por uma Basílica (sucessivamente destruída e reconstruída) em Tours, era o maior centro de peregrinação de toda a Europa Ocidental.
A sua generosidade e humildade, aliadas a uma enorme fama de milagreiro fizeram dele um dos santos mais queridos da população. E ainda hoje o seu espírito de partilha é fonte de inspiração..
São Martinho é santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e dos alcoólicos reformados, dos soldados... dos cavalos, dos gansos, e orago de uma série infindável de localidades passando, evidentemente, por numerosíssimas sítios de Norte a Sul de Portugal.
O facto de o seu dia coincidir com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e com a altura do calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas (do vinho, dos frutos, dos animais) leva a que a festa deste Santo tenha toda uma componente de exuberância que actualmente tende a prevalecer.
Em Portugal, o dia de São Martinho é invocado nas cerimónias religiosas dos locais de culto, e o seu espírito de solidariedade lembrado, quanto mais não seja, através do relato do episódio em que partilhou a sua capa com um pobre; mas de resto, e por todo o lado, as pessoas andam ocupadas nas actividades sobre este dia: assam-se castanhas, prova-se o vinho...O São Martinho, como o dia de Todos os Santos, é também uma ocasião de magustos, o que parece relacioná-lo originariamente com o culto dos mortos (como as celebrações de Todos os Santos e Fiéis Defuntos).
Mas ele é hoje sobretudo a festa do vinho, a data em que se inaugura o vinho novo, se atestam as pipas…