SÃOLÁZARO
S. Lázaro é-nos apresentado no Evangelho de S. João (cap. 11), ao lado das suas irmãs Marta e Maria (a família de Betânia), como o amigo de Jesus, por quem o Senhor chorou à vista do seu túmulo e a quem ressuscitou, quatro dias depois de ter sido sepultado.
A ressurreição de Lázaro, realizada dias antes da última semana da vida de Jesus, projecta luz e dá sentido a tudo quanto nesta vai acontecer. S. João quer manifestamente relacioná-la com o drama pascal e ajudar os discípulos a compreenderem que Jesus é o vencedor da morte. Depois de Marta ter confessado a sua fé na ressurreição final dos justos, Jesus convida-a a uma fé maior na Sua Pessoa: não se trata somente de crer na ressurreição do último dia mas sim que Jesus é que é, desde já, a ressurreição e a vida. Lázaro, saindo do túmulo, representa concretamente os fiéis arrancados ao poder da morte, na fé de Jesus e pela Sua voz. «Vem a hora, e já está aí, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem, viverão» (Jo. 5, 25). Se a ressurreição de Lázaro despoletou o processo que conduziu Jesus à morte (Jo. 11.53), pode agora despertar em nós a esperança da ressurreição, a certeza da Páscoa.
Por isso é que, desde os tempos antigos, no
Ocidente, se lê no domingo V da Quaresma (chamado o domingo de Lázaro), como
parte integrante da sua estrutura catecumenal, o evangelho da ressurreição de
Lázaro.
Durante os seis primeiros séculos, nada se disse da vida de Lázaro após a
ressurreição. Mas depois surge a tradição lendária do seu episcopado e martírio
em Chipre e, mais tarde espalha-se, no Ocidente, uma outra de que teria sido
Bispo de Marselha onde teria morrido mártir sob Nero ou sob Décio.
A iconografia, muito abundante na arte cristã de todos os tempos, costuma representar Lázaro, as mais das vezes, a sair do túmulo, ou então com as vestes de Bispo, ou também como um mendigo ou leproso por clara influência da parábola do rico e do pobre Lázaro com quem, aliás, o Lázaro ressuscitado, nada tem de comum. E por esta razão, se tornou também patrono dos mendigos e dos leprosos.
Recorrendo à sua intercessão, não esqueçamos a lição deste “amigo de Jesus»: que a amizade de Jesus nos ajude também a nós a sair dos túmulos em que nos encerram os nossos pecados e a partilhar da vida nova, no Espírito, que Ele nos oferece.
Como verdadeiro homem,
Jesus chorou pelo seu amigo Lázaro;
como Deus
eterno,
ressuscitou-o do túmulo;
compadecido da humanidade,
fez-nos passar da morte à vida,
mediante os sacramentos pascais.
(Do prefácio do domingo V da Quaresma)
SÃO LÁZARO
A sua residência era perto de Jerusalém, numa região agrícola e possui como irmã Maria e Marta. Sabemos pelo Evangelho que Lázaro era tão amigo de Jesus que a sua casa serviu muitas vezes de hospedaria para o Mestre e para os apóstolos.
Lázaro foi quem tirou de Cristo lágrimas, quando morreu, ao ponto de dizerem: "Vejam como Ele o amava!". Por amor do amigo e do Pai, Jesus garantiu à irmã de Lázaro o milagre do reavivamento: "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morto, viverá: e quem vive e crê em mim, não morrerá. Crês isto? " (Jo 11, 26).
O resultado
de tudo foi a ressurreição de São Lázaro, pelo poder do Senhor da vida e
vencedor da morte. Lázaro reviveu, este facto bíblico levou muitos à fé