António Maria Claret
Este santo foi de muita importância para a Igreja que guarda o testemunho da sua santidade, que mereceu a frase do Papa Pio XI disse:
"António Maria Claret é uma figura verdadeiramente grande, como apóstolo infatigável ".
Nasceu em 1807, em Allent, perto de Vich, diocese de Barcelona. Ao ser baptizado recebeu o nome de António, que recebeu Maria como sinal da intimidade com a Virgem: "Nossa Senhora é minha Mãe, minha Madrinha, minha Mestra, meu tudo, depois de Cristo".
António Maria era filho de um modesto tecelão e ajudava o pai numa fábrica de tecidos até aos 22 anos, altura em que entrou no seminário de Vich, confundido nas aulas de latim com os pequenos de 10 a 12 anos, pois almejava um sacerdócio santo e como padre desejou consagrar-se nas difíceis missões da Espanha.
Aos 28, foi ordenado sacerdote, dedicando-se de corpo e alma ao serviço ministerial na cidade natal. O seu ideal, entretanto, ultrapassava os limites de sua paróquia. Desejava um apostolado mais amplo. Pensou, então, em se colocar à disposição da Propaganda Fidei. Não era o que sonhava para si. Procurou, pois, ingressar na Companhia de Jesus, o que também não deu certo. Retornou à terra natal como vigário. Logo depois abandonou tudo para se tornar missionário apostólico. Percorreu todas as povoações da Catalunha e das Ilhas Canárias.
Ao ver a pobreza dos missionários e as portas abrir-se, António Maria, com amigos tratou de fundar a Congregação dos Missionários filhos do Imaculado Coração de Maria, conhecidos como os Claretianos. O Carisma era evangelizar todos os sectores, por meio da caridade de Cristo que constrange, por isso dizia: "Não posso resistir aos impulsos interiores que me chamam para salvar almas. Tenho sede de derramar o meu sangue por Cristo!" Trazia no coração a luz do ideal eterno que tinha haurido naquela frase do Evangelho que abriu também horizontes infinitos de luz e entusiasmo a S. Francisco Xavier: “que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma?”.
Procurou concretizar o seu grande sonho apostólico: fundar uma congregação que se dedicasse ao apostolado das missões, e à evangelização dos povos. Com alguns companheiros sacerdotes, fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria, popularmente conhecidos como Padres Claretianos. Mais tarde fundou também o Instituto das Irmãs de Ensino de Maria Imaculada. Em 1850 foi nomeado bispo de Santiago de Cuba, onde desenvolveu um apostolado frutuoso.
Conta-se que ao chegar às terras cubanas foi logo visitar e consagrar o apostolado a Nossa Senhora do Cobre.O Arcebispo S. António Maria Claret, evangelizou milhares de almas através de missões populares e escritos (144 obras). Em 1857 voltou à Espanha, onde exerceu várias responsabilidades eclesiásticas, zelando pela instrução, pelas artes, pelas ciências, fundando bibliotecas. Foi também fecundo escritor, deixando cerca de oitenta obras. Na Espanha foi confessor e conselheiro particular da rainha. Participou no Concílio Vaticano I.Pio XI considerava-o o "precursor da Acção Católica" dos tempos modernos.
Com Isabel II esteve também em Lisboa, em Dezembro de 1866. Depois de pregar em várias igrejas da capital, foi agraciado por D. Luís com a Cruz da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Morreu em Fontfroide, França, para onde se tinha retirado para se desviar de calúnias, onde continuou o apostolado até passar pela morte e chegar à glória, em 24 de Outubro de 1870.
Foi beatificado em 1934 por Pio XI e canonizado por Pio XII em 1950.
Santo António Maria Claret assentava a devoção e o culto a Nossa Senhora num tripé de oiro:
"Deus quer, Ela merece, nós precisamos".
O amor de Cristo nos impele
Impelidos pelo fogo do Espírito Santo, os Apóstolos percorreram o orbe da terra. Inflamados pelo mesmo fogo, os missionários apostólicos chegaram, chegam e hão-de chegar aos confins do mundo, dum pólo ao outro da terra, para anunciar a palavra de Deus. Deste modo, com razão podem dizer de si mesmos aquelas palavras do apóstolo Paulo: O amor de Cristo nos impele.
A caridade de Cristo estimula-nos e incita-nos a correr e a voar, transportados pelas asas do zelo santo. Quem ama verdadeiramente, ama a Deus e ao próximo; quem é verdadeiramente zeloso, é também aquele que ama, mas em grau superior segundo os graus do amor, de tal modo que, quanto mais ama, maior é o zelo que o impele.
Se alguém não tem zelo, isso revela que no seu coração estão apagados o amor e a caridade. Quem tem zelo procura e realiza as coisas mais sublimes e esforça-se por que Deus seja cada vez mais conhecido, amado e servido nesta e na outra vida, pois este sagrado amor nunca tem fim. O mesmo faz para com o próximo, desejando e procurando que todos estejam contentes neste mundo e sejam felizes e bem-aventurados na pátria celeste, que todos se salvem, que ninguém se perca para a eternidade, nem ofenda a Deus, nem permaneça em pecado um só momento.
Assim fizeram os santos Apóstolos e todos os que trabalham por espírito apostólico.A mim próprio o digo: um Filho do Imaculado Coração de Maria é um homem que arde em caridade e que abrasa por onde quer que passa; que deseja eficazmente e procura por todos os meios acender em todos os homens o fogo do amor divino.
Nada o demove, alegra-se nas privações, empreende trabalhos, abraça dificuldades, compraze-se nas calúnias, regozija-se nos tormentos. Não pensa senão no modo de imitar e seguir Jesus Cristo, rezando, trabalhando, sofrendo e procurando sempre e unicamente a glória de Deus e a salvação das almas.(Das Obras de Santo António Maria Claret, bispo)
Oração
Senhor, que destes a S. António Maria Claret uma caridade e uma fortaleza admiráveis para anunciar aos homens o Evangelho, concedei-nos, por sua intercessão, que, buscando acima de tudo o vosso reino, ganhemos para Cristo os nossos irmãos. Por nosso Senhor.