Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Alguns Santos

Santa Leocádia

SANTA LEOCÁDIA


Na oração da Missa desta Santa, assim pede a Igreja de Toledo: “Senhor, ajudai-nos, pelos méritos e súplicas da Bem-aventurada Leocádia, vossa virgem e mártir, a vermo-nos livres do cárcere eterno, pelo patrocínio daquela que, por confessar o vosso nome, sofreu o cárcere e a morte”.

 

E com maior concisão dizia a antiga liturgia espanhola: “Foi interrogada, confessou; atormentaram-na e Deus concedeu-lhe a coroa”. Nisto se condensa tudo o que sabemos do martírio desta virgem toledana, tão honrada pela Igreja visigoda.
Tinha nascido em Toledo de pais nobres e cristãos. Nos círculos pagãos da cidade era conhecidíssima, pois, logo que chegou Daciano com ordens de acabar com os cristãos, indicaram-lhe imediatamente o nome de Leocádia. Dela fizeram notar a nobreza, a formosura e a juventude, mas sobretudo o fervor religioso. O tirano mandou-a comparecer, certo de que renegaria a fé pelos afagos e promessas, ou pelas ameaças e tormentos.
Sendo a religião cristã de gente pobre, de escravos e plebeus, como podia uma jovem rica e nobre pertencer a ela? Assim Daciano verberou Leocádia, mas ela ripostou-lhe que toda a sua glória se resumia em adorar a Cristo e que por nada abandonaria a sua fé. Estava disposta a morrer como o seu Mestre. Desta resolução ninguém a apartaria no mundo.
O tormento era a resposta comum dos tiranos e a nossa Santa foi sujeita aos açoites. Pingava sangue todo o seu corpo e o pudor virginal cobria-se duma túnica roxa, ao mesmo tempo que o rosto se iluminava com júbilo e paz celestial. Mais forte do que as varas e os Iictores, continuou ela a proclamar a sua fé de cristã.
Retiraram-na e encerraram-na num calaboiço para que as suas feridas cicatrizassem e ela estivesse preparada para novas torturas. Choravam os cristãos ao ver aquele corpo inocente, despedaçado pelos látegos, sulcado de contusões, aberto pelas feridas e deformado pelo furor e força das varas. A mártir consolava-se, porque as suas feridas eram outras tantas portas abertas para que através delas saísse mais depressa a alma.
Na cadeia soube da morte dolorosíssima de Eulália de Mérida; com as unhas fez uma cruz na parede e diante dela, abrasada em aceso amor de Cristo, expirou a 9 de Dezembro do ano de 304, na perseguição de Diocleciano. As rosas do sangue, com os lírios brancos da virgindade, velaram-lhe o corpo sagrado.
Os cristãos toledanos muito depressa lhe dedicaram três templos: um na casa onde tinha nascido, outro onde esteve presa e o terceiro no local da sepultura. O último foi a célebre igreja de santa Leocádia, sede dos grandes concílios de Toledo.
Deus honrou-a depois de morte com múltiplos milagres, pregoeiros da sua glória e santidade. O mais célebre realizou-se no seu túmulo. Oravam diante dele as duas personagens mais influentes então em Toledo: o seu arcebispo e o seu rei, Santo Ildefonso e Recesvinto, rei dos Visigodos (falecido em 672). De repente levantou-se a loisa que estava sobre os sagrados despojos da virgem e apareceu Santa Leocádia vestida de extenso manto imortal. Vinha felicitar e alentar o grande devoto da Mãe de Deus e defensor infatigável da sua virgindade. A tradição acrescenta que o Santo, com o punhal que o rei trazia, cortou uma ponta do manto da virgem, preciosa relíquia que ainda hoje mostram no tesoiro da Sé de Toledo.

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