Água Benta
Santa Teresa D’Ávila venceu o demónio com o poder da água benta
- 11-07-2021
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Santa Teresa D’Ávila é uma religiosa, mística e Doutora da
Igreja do século XVI, que nas suas memórias relatou como, após uma longa
experiência, aprendeu que “não há coisa de que os demónios fujam mais, para não
mais voltar, do que a água benta”.
O que não é tão conhecido são as experiências que a levaram a
esta conclusão, que a santa descreve na sua autobiografia, o “Livro da vida”.
“Eu estava certa vez
num oratório e apareceu-me, do lado esquerdo, uma figura abominável; percebi
especialmente a boca, porque falava: era horrível. Parecia que lhe saía do
corpo uma grande chama, muito clara, sem nenhuma sombra. Disse-me,
aterrorizando-me, que eu me livrara das suas garras, mas que voltaria a elas”,
revelou Santa Teresa no início do capítulo 31 da sua obra.
Em seguida, assustada, tentou espantá-lo com o sinal da Cruz.
O demónio abandonou-a, mas logo voltou. Isto aconteceu várias vezes, até que
notou que tinha água benta perto: “Isto aconteceu-me duas vezes. Não sabendo o
que fazer, peguei da água benta que ali havia e lancei-a para onde essa figura
se encontrava. Ela nunca mais voltou”.
Noutro momento, Santa Teresa escreveu que o demónio esteve
cinco horas a atormentá-la “com dores e desassossegos interiores e exteriores
tão terríveis que pensei não poder suportar. As pessoas que estavam comigo
ficaram espantadas e não sabiam o que fazer, nem eu a que recorrer”.
A santa admitiu que só encontrou alívio depois de pedir água
benta e de a lançar no local onde viu um demónio perto. É na explicação deste
facto que é dada a conhecer a sua citação mais famosa.
“A partir de muitos
factos, obtive a experiência de que não há coisa de que os demónios fujam mais,
para não mais voltar, do que da água benta. Eles também fogem da cruz, mas
voltam. Deve ser grande a virtude da água benta”, assinalou.
Mais tarde, assegurou que conheceu o consolo da alma depois
de tomar a água, o que lhe gerou “uma espécie de deleite interior” que a
confortava.
“Não se trata de ilusão
nem de coisa que só aconteceu uma vez, mas de algo frequente que tenho
observado com cuidado. Digamos que seja como se a pessoa estivesse com muito
calor e sede e bebesse um jarro de água fria, sentindo todo o seu corpo
refrescar. Quão importante é tudo o que a Igreja ordena, e alegra-me muito ver
que tenham tanta força as palavras que comunica à água benta para que esta
fique tão diferente da água comum”, continuou.