A Voz do Papa
Papa pede “católicos adultos” na sociedade, cultura e política
- 22-04-2021
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“Sentir com o coração
da Igreja e ter um olhar de irmãos”, pediu o Papa Francisco aos participantes
na Plenária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida
O Papa Francisco recebeu em audiência 85 participantes da
Plenária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
No seu discurso, o Papa propôs algumas atitudes importantes
para os que trabalham activamente na evangelização.
Entre elas, Francisco destacou dois pontos: “sentir com o
coração da Igreja”, para desempenhar a função de Membros e Consultores e “ter
um olhar de irmãos”, segundo o tema da Plenária do Dicastério.
“Todos vocês são chamados a colaborar com a Santa Sé e ajudar
este novo Dicastério, que iniciou a atividade há pouco mais de dois anos.
Juntos, sacerdotes, consagrados e leigos, prestam, lado a lado, um serviço à
Igreja Católica, comprometendo-se a promover e apoiar os leigos, famílias e
vida. Por isso, é essencial que cada um sinta o coração da Igreja”.
Trata-se, afirmou Francisco, de passar de uma perspectiva
local para uma perspectiva universal. A Igreja Católica não se identifica com
uma diocese, um movimento eclesial, uma escola teológica ou uma tradição
espiritual. A Igreja é católica, universal, bem mais ampla, com uma alma
“grande e generosa”.
O Papa afirmou que sentir com o coração da Igreja significa
sentir-se católico, universal, olhando para toda a Igreja e para o mundo, não
de modo parcial. “A igreja é mãe! Assim, vocês são chamados a dar um passo a
mais e a olhar com os olhos da mãe Igreja”.
Igreja, verdadeira mãe
Explicando o modo de sentir da Igreja, o Papa disse que a
Igreja, como verdadeira mãe, deseja, acima de tudo, a harmonia entre todos os
filhos, não favoritismos e preferências. Por isso, é preciso sempre propor
modelos positivos de colaboração entre leigos, sacerdotes e consagrados, entre
pastores e fiéis, dioceses e paróquias, movimentos e associações laicais,
jovens e idosos, evitando oposições e antagonismos estéreis, mas estimulando
uma colaboração fraterna, pelo bem comum da família que compõe a Igreja.
“A Igreja, como toda a boa mãe, quer que os seus filhos
cresçam e se tornem autónomos, criativos e empreendedores, e não permanecer
infantis. Assim, todos os leigos, filhos da Igreja, devem ser ajudados a
crescer e a tornar-se ‘adultos’, colocando os seus talentos ao serviço de novas
missões na sociedade, na cultura, na política. Deste modo, a Igreja, como
verdadeira mãe, poderá preservar a história e a tradição viva da família”,
exortou o Papa.
A seguir, o Papa explicou o segundo ponto, partindo do tema
da Assembleia do Dicastério sobre a formação dos fiéis leigos, com o objectivo
de fortalecer a sua identidade e missão no mundo. A imagem que Francisco usou é
a de “ter um olhar de irmãos”:
“Vocês não são engenheiros sociais ou eclesiais, que planeiam
estratégias a serem aplicadas em todo o mundo com o intuito de difundir certa
ideologia religiosa entre os leigos. Vocês são chamados a pensar e a agir como
irmãos na fé, lembrando que a fé nasce sempre de um encontro pessoal com o Deus
vivo e se alimenta dos Sacramentos da Igreja”.
O Papa concluiu o discurso exortando a olhar como irmãos a
multidão de fiéis leigos em todo o mundo, para os entender melhor e os levar a
ser testemunhas de Cristo na vida privada e na sociedade. Enfim, a serem
“sinais visíveis” da presença de Cristo em todos os ambientes, apesar das
condições de pobreza e instabilidade social, da perseguição religiosa e da
propaganda ideológica anticristã; sendo discípulos missionários, protagonistas
na promoção da vida, na defesa da razão, da justiça, da paz, da liberdade, na
promoção da saudável convivência entre povos e cultura.