Quero ter filhos, ou quero ser mãe?
Parece que a pergunta é uma só, mas há uma diferença muito grande entre cada uma delas
A primeira pergunta, na verdade, podemos dizer que é fruto de um desejo bem egoísta, uma satisfação do próprio ego. Muitas mães têm os filhos como troféu, pois expõem-nos constantemente, exibindo aquele que “salvou” o casamento depois do seu nascimento. Exibir as belas roupas caras que é capaz de dar a esse filho, expor o seu desenvolvimento e talento, afinal de contas, o filho é especial.
Muitas mães colocam os filhos nesse lugar, e isto é perigoso, porque colocam neles um peso que ainda não são capazes de suportar, mesmo que lhes pareça interessante ou divertido, não é próprio da sua idade. As mães expõem os filhos como forma de mostrar que a sua família é perfeita. Será que é? Ou será que criou um conto de fadas para essa criança viver? Quando ela descobrir que não é a princesa ou o príncipe, qual será a reação dela?
Toda a criança passa naturalmente pela fase do narcisismo, egoísmo e egocentrismo. Porém, se essas fases forem estimuladas, pode ser que a criança não dê conta de as superar e continue presa a elas por toda a vida. Pense como é chato e desgastante uma relação com adultos que só pensam no quanto eles podem ser bons, belos e ostentar tudo o que têm! Ou um adulto que possui um grande sentimento de posse, que quer tudo, não se satisfaz com nada e fica às voltas com “ter coisas e pessoas”, todas no mesmo lugar de objetos de pertença. Quem sabe um adulto egocêntrico, que se diz o dono da verdade, que a sua palavra e os seus pensamentos são sempre os melhores. Não é fácil conviver com estas pessoas.
Mães que desejam ser mães
Ter filhos é uma resposta à sociedade! Isto revela que sou capaz e viril! Mas a via do amor passa um pouquinho distante desta relação social. Não que aqueles que desejam a todo custo ter um filho não os amem, mas é uma manifestação de amor diferente.
Aquelas mães que desejam ser mães querem os filhos da forma que eles vierem. Seja saudável, enfermo, biológico ou do coração. Não importa a forma como vem, importa que tenho amor para dar à criança que me foi confiada. Se recebesses a notícia de que não poderias gerar filhos, qual seria a tua reação? Adotarias um cachorro e lhe darias todo o “amor” que acreditas ter? Ficarias presa nos teus sentimentos de impotência, doença ou maldição e amargarias a vida e a Deus por não realizar o teu sonho? Ou serias capaz de acolher uma criança que foi gerada no ventre de outra pessoa? Difícil resposta, não é?
Uma mãe disse a Deus que precisava de encontrar os seus filhos, porque ela sofria a falta deles e sabia que eles também sentiam a falta do amor de mãe. Deus ouviu-a e deu-lhe uma filha do coração. Este é o verdadeiro sentido de ser mãe! Saber que possui um amor tão grande que sente a ausência desse filho, o qual, muitas vezes, vem de forma surpreendente.