A Morte
Respostas da Bíblia para consolar quem perdeu um ente querido
- 26-10-2022
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Quando uma pessoa querida falece, somos invadidos por um sentimento de solidão e desconcerto. Ao pensar que algum dia vamos experimentar a morte, podemos também perder a paz.
Muitas
perguntas vêm à nossa mente: o que acontece com os que morrem? Será que tudo
vai acabar quando a pessoa morrer? Há algo nosso que sobrevive a este desenlace
tão dramático? Voltaremos a nos reunir com aqueles a quem amamos? Que relação
podemos ter com aqueles que estão ausentes fisicamente porque morreram?
A
Bíblia, que contém a Palavra de Deus, dá-nos respostas cheias de esperança.
Apresentamos algumas reflexões a seguir e, no final, uma lista de versículos
reconfortantes para quem está de luto:
1.
Nem tudo acaba com a morte física
O
nosso corpo perece, mas a nossa alma, o nosso espírito, não deixa de existir,
pois é imortal.
O
Livro da Sabedoria recorda que “Deus criou o homem para a imortalidade e o fez
à imagem do seu próprio ser” (Sb 2, 23), dando-nos a conhecer que “as almas dos
justos estão nas mãos de Deus e nenhum tormento as alcançará” (Sb 3, 1a).
E
o autor sagrado continua: “Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos:
o seu desenlace é julgado como uma desgraça, e a sua morte como uma destruição,
mas, na verdade, estão em paz!” (Sb 3, 2-3)
Isto
está em plena harmonia com o que Jesus nos ensina no Novo Testamento, quando
nos conta a parábola do homem rico e de Lázaro, o pobre (Lc 16, 19-30).
Também
são contundentes as palavras de Jesus ao bom ladrão: “Hoje estarás comigo no
Paraíso” (Lc 23, 43).
A
morte é fonte de esperança para os cristãos, como recorda São Paulo: “Porque
para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Mas, se o viver no corpo é útil
para o meu trabalho, não sei então o que devo preferir. Sinto-me pressionado
dos dois lados: por uma parte, desejaria desprender-me para estar com Cristo –
o que seria imensamente melhor” (Flp 1, 21-23).
2.
A nossa relação com os nossos familiares falecidos não termina
Levando
em consideração que Deus não é Deus de mortos, mas de vivos (cf. Lc 20, 38),
podemos dizer que a nossa relação com os que faleceram nunca acaba.
Ainda
que não possamos mais vê-los fisicamente, a Carta aos Hebreus ajuda a perceber
uma realidade que vai além do que os nossos olhos podem ver, pois diz que os
heróis da fé que faleceram, estão ao nosso redor, como uma nuvem (Hb 11. 12,
1).
A
Carta aos Hebreus também diz: “Vós, ao contrário, vos aproximastes da montanha
de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos,
da assembleia festiva dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus,
juiz universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição, enfim, de
Jesus, o mediador da Nova Aliança, e do sangue da aspersão, que fala com mais
eloquência do que o sangue de Abel.” (Hb 12, 22-24)
Nós
podemos pedir a Deus que nos conceda a graça de ser conscientes de que os nossos
entes queridos não nos abandonaram, pois nos cercam como uma nuvem (Hb 12, 1),
indo muito além do que os nossos sentidos podem perceber (2 Reis 6, 8-23).
“Na
manhã seguinte, o homem de Deus, saindo fora, viu o exército que cercava a
cidade com cavalos e carros. O seu servo disse-lhe: Ai, meu senhor! Que vamos
fazer agora? Não temas, respondeu Eliseu; os que estão connosco são mais
numerosos do que os que estão com eles. Orou Eliseu e disse: Senhor, abri-lhe
os olhos, para que veja. O Senhor abriu os olhos do servo, e ele viu o monte
cheio de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu” (2Re 6, 15-17)
Esta
pode ser a nossa oração: “Senhor, abre os meus olhos para que possa perceber
que os meus entes queridos não morreram, não me abandonaram. Ajuda-me a crer
que a sua presença me envolve como uma nuvem. Senhor, abre os meus olhos na
fé!”
Outra
maneira de estar em comunhão com eles é por meio da oração de intercessão, como
se pode ver o 2º Livro dos Macabeus:
“Puseram-se
em oração, para lhe implorar o perdão completo do pecado cometido. O nobre
Judas falou à multidão, exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver
diante dos olhos o mal que tinha sucedido aos que foram mortos por causa dos
pecados. Em seguida, fez uma colecta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil
dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo
de agir, decorrente da sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse
que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas,
se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente,
era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório
para que os mortos fossem livres das suas faltas” (2Mac 12, 42-46)
Para
nós, o sacrifício por excelência é o sacrifício eucarístico, ou seja, a Missa; e
nós podemos oferecer muitas missas pelos nossos entes queridos, para que os
seus pecados sejam perdoados (2 Mac 12, 46).
3.
A morte física é transitória: ressuscitaremos!
A
morte física é dolorosa. Jesus chorou ao saber da morte do seu amigo Lázaro (Jo
11, 35-36), a quem amava. Mas, diante do drama da morte de um ente querido,
Jesus apresenta-se a nós como a ressurreição e a vida (Jo 11, 1-44).
“Disse-lhe
Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja
morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês
nisto?” (Jo 11, 25-26)
Por
isso, não há espaço para uma tristeza sem esperança: “Irmãos, não queremos que
ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais,
como os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram”
(1Tes 4, 13-14)
Daí
a importância que nós, católicos, damos à Missa, pois nela escutamos a Palavra
de Deus e nos alimentamos do Corpo e Sangue de Cristo, o que nos permite estar
unidos intimamente a Jesus e nos possibilita a nossa futura ressurreição:
“Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei
no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue,
verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo
Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim.” (Jo 6, 54-57)
4.
Nós voltaremos a ver os nossos entes queridos
É
uma esperança que brota da Sagrada Escritura e um anseio que se encontra em
nossos corações. A experiência dos sete irmãos e sua mãe, descrita no Livro dos
Macabeus (2 Mac 7) serve de inspiração para a nossa confiança:
“O
rei mandou que a mãe se aproximasse e o exortasse com os seus conselhos, para
que o adolescente salvasse a sua vida; como ele insistiu por muito tempo, ela
consentiu em persuadir o filho. Inclinou-se sobre ele e, zombando do cruel
tirano, disse-lhe na língua materna: Meu filho, compadece-te da tua mãe, que te
trouxe nove meses no seio, que te amamentou durante três anos, que te nutriu,
te conduziu e te educou até esta idade. Eu te suplico, meu filho, contempla o
céu e a terra; reflete bem: tudo o que vês, Deus criou do nada, assim como
todos os homens. Não temas, pois, este algoz, mas sê digno dos teus irmãos e
aceita a morte, para que no dia da misericórdia eu te encontre no meio deles”
(2Mac 7c, 26-29)
Como
se pode ver, esta valente mãe tem a firme esperança de rever os seus filhos no
dia da misericórdia.
5.
Outras passagens da Bíblia
Estas
respostas cheias de esperança da Palavra de Deus podem nos proporcionar consolo
e fortaleza nos momentos de luto pelo falecimento de um ente querido, e
serenidade e confiança diante da perspectiva da nossa própria morte:
Isaías
49,13: Gritem de alegria, ó céus, regozija-te, ó terra; irrompam em canção, ó
montes! Pois o Senhor consola o seu povo e terá compaixão dos seus aflitos.
Isaías
57,1-2: O justo perece, e ninguém pondera isto no seu coração; homens piedosos
são tirados, e ninguém entende que os justos são tirados para serem poupados do
mal. Aqueles que andam rectamente entrarão na paz; acharão descanso na morte.
Mateus
5,4: Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.
Lamentações
3,31-32: Porque o Senhor não o desprezará para sempre. Embora ele traga
tristeza, mostrará compaixão, tão grande é o seu amor infalível.
1
Coríntios 15,55-57: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu
aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. Mas
graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
2
Coríntios 12,9: Mas ele disse-me: “A minha graça é suficiente para ti, pois o
meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais
alegremente nas minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.
Hebreus
4,16: Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, para
recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da
necessidade.
Apocalipse
21,4: Ele enxugará dos seus olhos toda a lágrima. Não haverá mais morte, nem
tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.
2
Coríntios 1,3-4: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai
das misericórdias e Deus de toda a consolação, que nos consola em todas as
nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos
consolar os que estão passando por tribulações.
Mateus
11,28: Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes
darei descanso.
Salmos
23,4: Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei mal
algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.
Salmos
34,18: O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de
espírito abatido.
Salmos
48,14: que este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; ele será o nosso guia
até ao fim.
Salmos
61,2: Desde os confins da terra eu clamo a ti com o coração abatido; põe-me a
salvo na rocha mais alta do que eu.
Eclesiastes
3,1-8: Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito
debaixo do céu: Tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de
arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e
tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo
de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e
tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e
tempo de deitar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e
tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver
em paz
Salmos
94,19: Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, o teu consolo trouxe alívio
à minha alma.
Salmos
119,50: Este é o meu consolo no meu sofrimento: A tua promessa dá-me vida.
Salmos
10,17: Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados; tu os reanimas e atendes
ao seu clamor.
1
Tessalonicenses 4,13-14: Irmãos, não queremos que sejam ignorantes quanto aos
que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança.
Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante
Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram.
Salmos
9,9: O Senhor é refúgio para os oprimidos, uma torre segura na hora da
adversidade.
Isaías
43,2: Quando atravessares as águas, eu estarei contigo; quando atravessares os
rios, eles não te encobrirão. Quando andares através do fogo, não te queimará;
as chamas não o deixarão em brasas.
Salmos
18,28: Tu, Senhor, manténs acesa a minha lâmpada; o meu Deus transforma em luz
as minhas trevas.
Isaías
41,10: Por isso não temas, pois estou contigo; não tenhas medo, pois sou o teu
Deus. Eu te fortalecerei e te ajudarei; eu te segurarei com a minha mão direita
vitoriosa.
Lamentações
de Jeremias 3,22-26: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos
consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã;
grande é a sua fidelidade! Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor;
portanto, nele porei a minha esperança. O Senhor é bom para com aqueles cuja
esperança está nele, para com aqueles que o buscam; é bom esperar tranquilo
pela salvação do Senhor.