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A IGREJA

Testemunhas de Jeová tentam converter um padre e levam aula de doutrina

 

Testemunhas de Jeová tentam converter um padre e levam aula de doutrina

 

Estando eu numa comunidade de irmãs religiosas, a pregar o retiro, uma das irmãs disse: “Padre, tem uma visita para o senhor”. E começou a sorrir. Percebi que havia algo estranho e, quando fui ao portão, eram duas senhoras a distribuir folhetos.

Aproximei-me e saudei as duas. Uma pergunta: “Qual o seu nome?”

– Padre Gabriel.

– Ah, sim… Já vi o senhor de longe, passando de carro. E como lhe posso chamar?

– Padre Gabriel.

– Ah, certo… (dando um sorriso irónico).

– Senhor Gabriel, estamos aqui a entregar estes convites para a celebração da morte de Jesus. Como o senhor sabe, ele fez a última ceia, tomou o pão e disse que era um símbolo do seu corpo…

– Minha amiga, ele não disse isso. Ele disse “ISTO É O MEU CORPO”. Não uma representação.

– Sim, mas isso não significa que aquele pão é a carne de Jesus…

– Então ele estava a brincar. Ele poderia dizer muito bem “isto representa o meu corpo”, mas disse “ISTO É”.

– Então o senhor acredita que aquele pão se transforma num pedaço de carne?

– É claro que sim. Assim como Jesus transformou água em vinho, Ele tem poder de transformar qualquer coisa. A Palavra de Deus criou o céu e a terra do NADA, quanto mais transformar uma matéria noutra. Ele mesmo disse em João cap. 6: “O pão que eu darei é a minha própria carne para a salvação do mundo”.

– Sim… Nós conhecemos esta passagem. Nós também temos o corpo de Cristo.

– Eu sei, mas vocês fazem um teatro, uma recordação do passado. A prova é que, quando tudo termina, o pão e o vinho que sobram são descartados. Já o nosso Pão Consagrado vai para o Sacrário e lá fica para a adoração dos fiéis. É verdadeiramente o Corpo de Jesus!

– Ok, padre. Mas eu queria lhe mostrar outra coisa. Sabemos que há uma esperança celestial e outra terrena, não é verdade?

– A minha esperança é o Céu. Esta terra aqui não me interessa. Tudo vai passar…

– A minha esperança é terrena, porque somente 144.000 poderão entrar na esperança celestial.

– Minha amiga, quantos Testemunhas de Jeová existem no mundo?

– Mais de 8 milhões.

– E o restante dessa turma vai pra onde???

– Ficarão aqui na terra, como diz o salmo. “Os justos possuirão a terra”.

– Mas essa esperança terrestre é vetero-testamentária. Os judeus que queriam um reino terreno. Jesus deixou bem claro, no diálogo com Pilatos, que o reino d’Ele não é deste mundo! Eu não sou do Antigo Testamento. Somos cristãos. E o próprio Apocalipse vai dizer, que João viu uma multidão que ninguém podia contar… Logo, são mais que 144 mil, porque 144 mil é uma conta exacta.

– É, mas a minha esperança é terrena.

– Minha senhora, e Colossenses cap.3? São Paulo não nos diz para BUSCAR AS COISAS DO ALTO e não fixar os nossos olhos nas coisas daqui da terra?

Outra dupla de mulheres que estavam à espera das colegas atrás do meu carro, aproximaram-se e uma disse:

– Então leia Apocalipse 21, 4.

– Agora mesmo!

Tomei a Bíblia dela, abri no capítulo 21 e comecei a ler a partir do versículo primeiro. Ela interrompeu-me:

– Eu disse o versículo 4.

– Sim, minha irmã. Mas nós, católicos, não lemos versículos soltos. Nós lemos o texto integral para entender o sentido.

Li o trecho, expliquei o significado da “nova terra” e, antes que eu terminasse, a dupla afastou-se. Pedi que aguardassem, mas não fui atendido. As outras que chegaram primeiro disseram:

– Olha, senhor. Nós não queremos discutir religião.

– Não estamos a discutir. Estamos a dialogar. E por falar em religião, eu já vi na vossa revista Sentinela muitas acusações e calúnias contra a Igreja Católica. Inclusive dizendo que os nossos santos são coisas más.

– É porque o senhor não leu o…

– O salmo 115?

– Isso.

– Pois eu li. Aliás, tive 7 anos de teologia antes da minha ordenação. Não foi apenas um curso para andar de casa em casa.

Enquanto isto, elas já se iam despedindo e deixando-me só, no portão. Eu pedi:

– Esperem um pouco. Se há tempo para bater na porta dos católicos, deve haver um tempo para escutar os católicos. O salmo 115 fala dos ídolos. “Os ídolos deles são ouro e prata”. Por acaso a Igreja afirmou alguma vez que Maria é um ídolo? Que São Francisco é um ídolo? Que Santo António é um ídolo?

– Não… Eles foram exemplos.

– Exactamente, minha irmã. O próprio São Paulo escreveu na Bíblia: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo”. Todos os santos podem dizer o mesmo: sejam meus imitadores, porque eu pratiquei a caridade de Cristo. Por isso temos as suas pinturas e representações. Não são ídolos.

– Tá certo, senhor. Tenha um bom dia.

– Bom dia para vocês também. Deus vos abençoe!

Por mais uma vez, tive que expor a verdadeira doutrina para quem não a conhecia. Graças a Deus que eu tinha a certeza da minha religião e o conhecimento da Palavra de Deus. O Católico que possui isto nunca terá a sua fé abalada.

Pe. Gabriel Vila Verde - 22 de Março de 2018

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