A IGREJA
O Vaticano deve vender os seus bens e dar tudo aos pobres?
- 29-04-2019
- Visualizações: 274
- Imprimir
- Enviar por email
O Vaticano deve vender os seus bens e dar tudo aos pobres?
Argumentos sólidos para responder àquele amigo que acusa a Santa Igreja
O Dalai Lama é mundialmente reconhecido como uma das pessoas mais humildes e abnegadas do mundo. Entretanto, o que quase ninguém sabe é que, antes de fugir do Tibete, viveu durante toda a sua infância e juventude num enorme e majestoso palácio – o Potala Palace. Nas suas dependências, há amplos entalhes e outras decorações feitas com pedras preciosas e ouro.
Em muitos outros países de maioria budista, há uma enorme quantidade de altares e imagens de Buda feitas em ouro maciço. E não se vê ninguém levantar a voz para defender a venda destes objetos para distribuir o dinheiro aos pobres. Tudo é admirado – inclusive pelos turistas ocidentais – com respeito e até devoção. Bem diferente é o olhar destas mesmas pessoas sobre a riqueza artística dos templos católicos, em especial, do Vaticano!
Certamente já ouviste mil vezes a história de que a Igreja Católica é muito rica, e de que as obras de arte do Vaticano deveriam ser vendidas para acabar com a fome no mundo. Isto não passa de dor de cotovelo dos anticatólicos recalcados!
A primeira coisa a entender é que a Igreja Católica não é uma ONG, nem uma empresa, nem um clubinho. Somos um povo! E como tal, gostamos de cuidar bem das coisas que são sagradas para nós. Por isso, as nossas igrejas são sempre alvo do olho-gordo alheio, principalmente aquelas que são mais ricamente ornamentadas.
Sabias que o Vaticano é um país? Sabias que é a capital do nosso povo católico? O que deveríamos ter feito? E tu vais perguntar sobre todas aquelas obras de arte. Pois todas elas foram presentes dados por um povo a Deus, ao longo de cerca de dois mil anos. É justo vender presentes que não são teus e que sabe-se lá com que esforço foram obtidos?
Já viste alguém propor a venda das obras de arte do Museu do Louvre para dar o dinheiro aos pobres? É… Parece que, aos olhos do mundo, só os católicos não têm direito de manter um rico património artístico e arquitetónico.
Diz ao teu amiguinho anticatólico que o terreno onde está construída a Basílica de São Pedro foi “comprado” pelos cristãos com o preço de rios de sangue. Naquele local, um dia existiu o tenebroso Circo de Nero. Então, temos mais do que direito de construir e manter ali um templo ricamente adornado.
Mas vamos lá… A causa é nobre: acabar com a fome no mundo! Não vale o esforço de vender toda a riqueza das nossas igrejas? Não. Porque não vai dar certo. Não é esta a maneira de fazer isso. Quantos milhões de dólares já foram enviados a regiões de extrema pobreza, sem sucesso algum? Muitos, não é? A corrupção não deixou que nada fosse feito.
Porém instituições bancadas e lideradas pela Igreja Católica conseguem chegar nesses lugares e fazer muito – como todos deveriam saber, católicos destinam muito dinheiro para a caridade. A Igreja Católica possui a maior rede de filantropia do mundo! Só para dar dois exemplos entre milhares: temos a Pastoral da Criança criada pela Dra. Zilda Arns, que reduz drasticamente a mortalidade infantil por onde passa; e a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN – Aid to the Church in Need), que oferece socorro a pessoas necessitadas em diversos países.
Se vendêssemos tudo, não haveria mais como sustentar estas obras, e o dinheiro acabaria no bolso de algum político. Ainda assim, as doações da Santa Sé aos pobres de todo o mundo são frequentes e volumosas. Quando há um grande desastre em alguma parte do planeta, quase sempre o Vaticano envia uma considerável ajuda em dinheiro.
Só para ilustrar, citamos dois pequenos exemplos: em 2013, a Harley Davidson doou duas motos fantásticas ao Papa Francisco. Uma das motos ficou com a polícia do Vaticano (a Gandemeria), e outra foi leiloada, junto com uma jaqueta. O total arrecadado, de quase 300 mil euros, foi inteiramente destinado a obras de caridade. O mesmo foi feito com um automóvel Lamborghini que o Papa ganhou em 2017: foi leiloado e o dinheiro encaminhado para os pobres.
Por fim. Porque é que os ateus e crentes querem fazer caridade com o dinheiro da Igreja Católica?
Por que é que os evangélicos que tanto acusam a Igreja Católica, não vendem as suas redes de televisão? Tenho a certeza que dirão algo parecido… Então por que exigem que o povo católico se deixe depenar e se sacrifique sozinho? Aliás, o que é que todas essas pessoas já venderam ou renunciaram em nome de acabar com a fome no mundo? Queres saber mesmo? Nada. Enquanto os anticatólicos fazem bravata por aqui, a Igreja Católica promove a dignidade humana e salva milhões de vidas nos lugares realmente necessitados.
Mesmo se quisesse, o Papa não poderia vender as obras de arte do Vaticano. Além de pertencer ao povo católico, o Vaticano foi declarado pela UNESCO como património da humanidade: Em 1984, a Cidade do Vaticano foi registada como um património cultural e natural mundial em termos da Convenção da UNESCO de 16 de Novembro de 1972, que garante a protecção desses locais. O Estado da Cidade do Vaticano também é reconhecido internacionalmente como um património moral, artístico e cultural, que merece respeito e protecção como um tesouro que pertence a toda a humanidade. (Site do Estado do Vaticano)
Então, na próxima vez que o teu amigo te aborrecer com este assunto, manda-o dar o iPhone dele a um mendigo e parar de querer gerir o património alheio!