Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

A IGREJA

Amar a Cristo, mas sem a Igreja?

É um absurdo querer amar a Jesus sem a Igreja. É como dizer: eu sigo Jesus, eu quero imitar o Seu exemplo, mas eu não preciso de Igreja, de bispos, de Papa nem de padres. Eu posso me relacionar direto com esse Jesus e segui-Lo.

Já o Papa São Paulo VI numa exortação apostólica escreveu: convém recordar, aqui de passagem, momentos em que acontecem se nós ouvirmos, não sem mágoa, algumas pessoas, cremos que bem intencionadas, mas, com certeza, desorientadas em seu espírito, a repetir que pretendem amar a Cristo, mas sem a Igreja. Ouvir a Cristo, mas não a Igreja; ser de Cristo, mas fora da Igreja. O absurdo de uma semelhante dicotomia aparece com nitidez nesta palavra do Evangelho: “Quem vos rejeita é a mim que rejeita”. E como se poderia amar a Cristo sem amar a Igreja? Uma vez que o mais belo testemunho dado de Cristo é aquele que São Paulo exarou nesses termos: “Ele amou a Igreja, e entregou-se a si mesmo por ela”.

O Papa São Paulo VI comentando este grande absurdo, como alguém pode dizer que ama a Jesus, mas não ama a Igreja, sua esposa? Se o maior exemplo dado por nosso Senhor Jesus Cristo foi o exemplo da sua entrega total, até à última gota de sangue por amor à Igreja. Nós queremos pedir a graça de amarmos, cada vez mais, esta realidade que o Senhor quis escolher nesta terra para perpetuar a Sua obra de salvação. Nós nunca seremos suficientemente gratos por fazer parte da Igreja Católica.

Jesus sim, Igreja não

Este tema que os papas mencionam é muito importante nos dias de hoje, primeiramente para nós mesmos, para que tenhamos consciência da nossa pertença à Igreja, do que isto implica na nossa vida, para a nossa salvação e também para que possamos ajudar aquelas pessoas que, hoje, continuam a manter esta afirmação: “Jesus sim, Igreja não.”

Talvez você já tenha ouvido de vários amigos uma expressão semelhante: “Eu posso ler a Bíblia sozinho, rezar sozinho, seguir Jesus, eu não preciso de homens para me conduzir”. O que dizer diante disto? É certo que, como o Papa disse, as pessoas pensam assim não exactamente por más intenções. A gente quer aqui dar o crédito das boas intenções, pois pode ser que, por algum motivo, estas pessoas pensem desse modo.

Vamos seguir uma catequese do Papa São João Paulo II durante uma época das catequeses pontifícias. Ele dedicou-se a fazer catequeses sobre os mistérios da Igreja, e numa dessas catequeses, concretamente a segunda delas, ele falou sobre essa dicotomia da qual o Papa São Paulo VI comentava. A primeira motivação que poderemos mencionar talvez seja esta de pessoas que pensam desta forma “Jesus sim, Igreja não”, por uma falsa imagem que elas têm da Igreja.

Ainda hoje há muita gente que só conhece a Igreja Católica por aquilo que viu na TV ou leu na internet, portanto não conhecem nada da Igreja Católica, porque o que se vê na TV, na internet, geralmente sobre a Igreja, são as notícias ruins da nossa mãe Igreja, dificilmente vê notícias boas acerca da Igreja nas grandes mídias. Portanto, esta é a ideia que acaba por ficar nas pessoas, nada muito além do que aquilo que elas conhecem pela internet ou pela TV.

Este talvez seja um exemplo que pode motivar as pessoas a pensarem: “Não quero Igreja”. Com os maus exemplos dados pela mídia, que pensam “se isto é Igreja, eu não a quero para mim. Eu até admiro a figura de Jesus, as suas pregações, mas a Igreja não”. Talvez esta seja uma das motivações.

Contra testemunho

Outra motivação que pode levar uma pessoa a pensar assim, são os defeitos das pessoas que fazem parte da Igreja. Quantas pessoas abandonaram a Igreja Católica depois de um contra testemunho que elas presenciaram no interior da Igreja? Quantas pessoas perderam a sua fé por contra testemunho que nós demos em algum momento da nossa história? Intrigas, maledicências, tantas coisas ruins da nossa parte, de nós que somos membros da Igreja que podem fazer com que as pessoas pensem “Se a Igreja é isto, eu não quero para mim, vou continuar a seguir Jesus aqui no meu cantinho, sozinho”.

Nós precisamos de entender que Jesus, ao querer estabelecer a Igreja na Terra, escolheu homens fracos, pecadores, justamente para dizer que esta Igreja é d’Ele. Pensem só: o primeiro Papa escolhido por nosso Senhor foi um homem que negou Jesus no momento mais derradeiro da sua vida, quando Jesus mais precisou dos seus, o primeiro Papa disse: “Eu não conheço esse homem”. O primeiro Papa da Santa Igreja Católica negou o fundador dessa mesma Igreja. Outro membro da Igreja, escolhido a dedo directamente por Jesus, chamado amigo por Jesus, traiu esse mesmo Senhor e, depois, em desespero, enforcou-se, tirou a sua própria vida. Cometeu o suicídio. Estamos a falar de Judas Iscariotes, um discípulo escolhido directamente pelo Senhor, cometeu suicídio.

 “Quem olha para a Igreja Católica sem uma visão sobrenatural, nunca chegará a entender o que ela realmente é.”

Será que Jesus se enganou ao escolher Pedro? Ao escolher Judas para compor o colégio dos apóstolos? Não. Deus sabia o que estava a fazer; portanto, se isto aconteceu na época em que o nosso Senhor pisava historicamente a nossa terra, nada mais nos espanta no seio da Santa Igreja, pecado nenhum. Esta Igreja é de Cristo, não tenhamos dúvida, e Ele escolheu uma Igreja humana para mostrar que esta obra é d’Ele.

Com tanta gente ruim hoje na Igreja (também eu e tu), nós somos ruins por causa da nossa fragilidade humana, se com todo o histórico pelo qual a Igreja já passou, e Ela continua de pé, firme, é uma prova concreta das palavras do Senhor: “As portas do inferno não prevalecerão sobre ela.”

Ainda tens dúvidas?

Se nós, que somos ruins e estamos dentro da Igreja não conseguimos destruí-la, quem é de fora não poderá fazer isso. Esta Igreja é de Cristo. Não tenhamos dúvida. Se a Igreja Católica não fosse obra divina, ela já teria acabado há muito tempo. Portanto, não é motivo para nós pensarmos em sair da Igreja, ou achar que ela deixa de ser de Deus quando a gente contempla, quando a gente toca as fraquezas dos homens, isso em todos os níveis, na nossa paróquia, nas nossas comunidades, a gente encontrar a fraqueza humana, e isso não depõe em nada contra o valor da nossa Igreja. Pelo contrário, isso reafirma: esta Igreja é de Deus. Se não o fosse, já teria acabado há muito tempo, como vários impérios que estão hoje em ruínas.

Um terceiro motivo que poderia levar alguém a pensar em viver um cristianismo sem a Igreja é esta busca de um contacto exclusivamente pessoal com Deus, sem nenhuma mediação humana, algo um pouco orgulhoso e soberbo. Eu relaciono-me directamente com Deus, eu não preciso de homens, de sacramentos, não preciso ir à missa ou ouvir conselhos de padres, de bispos, eu me relaciono directamente com Jesus, dizem alguns. Estas pessoas que têm a pretensão de um cristianismo vivido isoladamente, à margem dos demais, esquecem-se que fazem parte da pedagogia de Deus, e assim foi toda a obra de salvação. Faz parte da pedagogia de Deus revelar-se por meio de mediações humanas, Deus revela-se ao homem servindo-se do próprio homem. Deus não fala simplesmente ao interior do coração humano, Ele escolhe mediações para que a Sua mensagem alcance cada coração.

Quem olha para a Igreja Católica sem uma visão sobrenatural, como faz a grande mídia, nunca chegará a entender o que ela realmente é. E para a nossa desgraça, muitos católicos ainda vêem a Igreja como uma mera instituição humana. A Igreja é algo que abarca muito mais do que a nossa limitada compreensão.

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