A Igreja Católica e os não católicos
A Igreja católica olha com respeito os cristãos que estão fora dos seus limites.
O Catecismo ensina-nos algo muito importante sobre isso: “Os que hoje em dia nascem em comunidades que surgiram de tais rupturas e estão imbuídos da fé em Cristo não podem ser arguidos de pecado de separação, e a Igreja católica abraça-os com fraterna reverência e amor… Justificados pela fé recebida no batismo, estão incorporados em Cristo, e por isso, com razão, são chamados com o nome de cristãos, e merecidamente reconhecidos pelos filhos da igreja católica como irmãos no Senhor” (Un. Redintegratio,3) (Catecismo nº. 818).
A Igreja também reconhece que “muitos elementos de santificação e de verdade existem fora dos limites visíveis da Igreja Católica: a palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade e outros dons do Espírito Santo” (UR, 3).
O Catecismo ainda afirma que: “O Espírito Santo de Cristo se serve dessas igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação, cuja força vem da plenitude da graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica”. Todos estes bens provêm de Cristo e levam a Ele e impelem à “unidade católica” (Lumen Gentium, 8).
Estas palavras não querem, de forma alguma, dizer que podemos aceitar a triste realidade dos irmãos separados da fé católica, “como se tudo estivesse bem”. Não! O verdadeiro ecumenismo nunca será uma forçada justaposição de muitas igrejas, mas o reconhecimento de que só há uma Igreja fundada por Jesus e que contém com garantia todo o “depósito da fé” e a plenitude dos meios da salvação.
Instrumentos de Salvação
Embora reconheça tudo isto, a Igreja Católica tem consciência de que possui, como disse o Papa João Paulo II, “por vontade expressa de Deus, a plenitude dos meios da salvação”, ou seja, “todos os instrumentos da graça”(UR,3 e 4).
Os nossos irmãos separados da fé católica, que já nasceram nas igrejas ditas evangélicas, não podem ser culpados pela separação havida no passado; contudo, estão desprovidos de muitos meios de salvação e santificação que Jesus nos deixou: sacramentos, devoção a Maria, intercessão, santos, sacramentais, etc.
É preciso lembrar que, quando a Igreja Católica se refere às igrejas protestantes, ela pensa nas tradicionais e históricas, não na multidão incontável de seitas que se multiplicam cada dia, de maneira incontrolável e independente.
A “Lumen Gentium” deixa bem claro que: “A única Igreja de Cristo é aquela que o nosso Salvador, depois da Sua Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar e confiou a ele e aos outros apóstolos para a propagar e a reger… Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele” (LG, 8).