Vida sexual nocasamento, será que vale tudo?
Ofacto de o sexo ser legítimo no casamento, e só no casamento, não quer dizerque “vale tudo” após o matrimónio
Nãosomos animais irracionais; aliás, nem os animais irracionais usam o sexo demaneira errada. Ao contrário, são extremamente naturais.
Amoral católica rege-se pela “lei natural” que Deus colocou no mundo e no coraçãodo homem. Aquilo que não está de acordo com a natureza, não está de acordo coma moral. Será que, por exemplo, o sexo oral e anal estão de acordo com anatureza? Certamente não.
OCatecismo da Igreja ensina o seguinte: “Os actos com os quais os cônjugesse unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneiraverdadeiramente humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual osesposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido” (CIC 2362).
OPapa Pio XII tem palavras esclarecedoras sobre a vida sexual dos casais: “Opróprio Criador (…) estabeleceu que, nesta função, os esposos sentissem prazere satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de malem procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhesdestinou. Contudo, os esposos devem saber manter-se nos limites de umamoderação justa” (CIC parágrafo 2362).
Tenhoouvido esposas que se queixam dos maridos que as obrigam a fazer o que elas nãoquerem ou não aceitam no ato sexual. É uma violência obrigá-las a isso. Aquiloque cada um aceita, dentro das suas características psicológicas, não sendo umaafronta à lei natural, pode ser vivido com liberdade pelo casal.
Élegítimo que o esposo prepare a esposa para que haja o que se chama harmoniasexual, isto é, ambos atinjam o orgasmo. O esposo deve se guiar exactamentepela orientação da esposa, que lhe saberá mostrar naturalmente o que elaprecisa para chegar ao orgasmo com ele.
Ascarícias sexuais em preparação para o ato sexual são lícitas, mesmo asorogenitais, a fim de que ambos consigam chegar ao orgasmo. E o marido deveajudar a esposa nesse sentido, pois, normalmente, ela tem mais dificuldade.Isto não é fazer sexo oral. O sexo oral acontece quando o casal busca o orgasmoapenas por meio oral, e isso não deve ser feito.
Nãoé lícito o casal praticar a masturbação mútua, porque não se pode respeitar adimensão procriativa dessa forma; mas, durante a relação sexual normal, omarido pode ajudar a esposa a chegar ao orgasmo com carícias mais profundas.Isso não é masturbação, pois é feito durante o acto normal.
Ocasal deve vigiar para que a relação sexual não seja mundanizada, isto é,realizada à moda da prostituição vendida em filmes pornográficos. O casalcristão não precisa de DVDs eróticos para se preparar para o ato sexual. Damesma forma, o casal que busca Deus não precisa se deliciar em um motel debeira de estrada. Sabemos que ali é um lugar de prostituição, de adultério efornicação, actos tão condenados por Deus. Ora, assim como um casal não entrapara fazer uma refeição em um restaurante sujo, da mesma forma não podecelebrar o seu amor numa cama de adúlteros.
Ocasal cristão pode experimentar plenamente o segredo da felicidade sexual noprazer e na alegria, porque sabe combinar, na cama, harmoniosamente, o corpo ea alma, o humano com o divino.
Semisso, não adiantam excitantes, hormônios, “viagras”, técnicas, bebidas,músicas, danças, sofisticações eróticas ou posições acrobáticas. Algumas dessascoisas, quando usadas com equilíbrio, até podem ajudar a harmonia sexual docasal, mas se faltar a essencial conjugação do corpo com o espírito, tudo podefalhar e terminar em frustração.
Prof.Felipe Aquino