A Família
Significado de cada letra da palavra família
- 10-11-2015
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O significado de cada letra da palavra família
Qual o significado da família? Pare e pense um instante para responder essa pergunta. O valor contido nessa instituição, um ambiente familiar, é imenso, incalculável. Isso nos remete aos nossos ancestrais: pais, avós e bisavós. Graças à união deles, à nossa árvore genealógica, estamos aqui para refletir e ter o coração grato ao nosso passado. Para este olhamos com gratidão; para o presente, com paixão, e contemplamos o futuro com esperança. Atento às necessidades do mundo atual, o Santo Padre acompanhou, com ternura de pai, a realização do Sínodo Ordinário dos Bispos sobre a Família até a sua conclusão. Depois de três semanas de trabalhos, o Papa ouviu atentamente as declarações dos cerca de trezentos participantes.
Com sabedoria e discernimento próprios, o primeiro Papa jesuíta da Igreja Católica apresentou seu discurso de conclusão. A palavra “significado” acompanhou cada parágrafo do documento. As três semanas de trabalho no Vaticano foram o ponto de chegada de um longo caminho percorrido por cristãos do mundo todo. Os debates deram demonstrações da vitalidade da Igreja Católica. Quase despercebido, no rodapé, um detalhe do discurso do Papa Francisco, disponível na internet, chama à atenção. Uma análise em forma de acróstico ajuda a resumir a missão da família na Igreja.
F ormar as novas gerações para viverem seriamente o amor, não como pretensão individualista, baseada apenas no prazer e no «usa e joga fora», mas para acreditarem novamente no amor autêntico, fecundo e perpétuo, como único caminho para sair de si mesmo, para abrir-se ao outro, sair da solidão e viver a vontade de Deus, para realizar-se plenamente e compreender que o matrimónio é o «espaço onde se manifesta o amor divino, para defender a sacralidade da vida, de toda a vida, e defender a unidade e a indissolubilidade do vínculo conjugal como sinal da graça de Deus e da capacidade que o homem tem de amar seriamente» (Homilia na Missa de Abertura do Sínodo, 4 de Outubro de 2015); enfim, para valorizar os cursos pré-matrimoniais como oportunidade de aprofundar o sentido cristão do sacramento do matrimónio;
A viar-se ao encontro dos outros, porque uma Igreja fechada em si mesma é morta; uma Igreja que não sai do seu aprisco para procurar, acolher e conduzir todos a Cristo atraiçoa a sua missão e vocação;
M anifestar e estender a misericórdia de Deus às famílias necessitadas, às pessoas abandonadas, aos idosos negligenciados, aos filhos feridos pela separação dos pais, às famílias pobres que lutam para sobreviver, aos pecadores que batem às nossas portas e àqueles que se mantêm longe, aos deficientes e a todos aqueles que se sentem feridos na alma e no corpo e aos casais dilacerados pela dor, doença, morte ou perseguição;
I luminar as consciências, frequentemente rodeadas por dinâmicas nocivas e subtis, que procuram até se pôr no lugar de Deus Criador. Tais dinâmicas devem ser desmascaradas e combatidas no pleno respeito pela dignidade de cada pessoa; ganhar e reconstruir com humildade a confiança na Igreja, seriamente diminuída por causa da conduta e dos pecados dos seus próprios filhos. Infelizmente, o contratestemunho e os escândalos cometidos dentro da Igreja por alguns clérigos afetaram a sua credibilidade e obscureceram o fulgor da sua mensagem salvífica;
L abutar intensamente por apoiar e incentivar as famílias sãs, as famílias fiéis e numerosas que continuam, não obstante as suas fadigas diárias, a dar um grande testemunho de fidelidade aos ensinamentos da Igreja e aos mandamentos do Senhor;
I dear uma pastoral familiar renovada, que esteja baseada no Evangelho e respeite as diferenças culturais; uma pastoral capaz de transmitir a Boa Nova com linguagem atraente e jubilosa, tirar do coração dos jovens o medo de assumir compromissos definitivos; uma pastoral que preste uma atenção particular aos filhos que são as verdadeiras vítimas das lacerações familiares; uma pastoral inovadora que implemente uma preparação adequada para o sacramento do matrimónio e ponha termo a costumes vigentes, os quais, muitas vezes, preocupam-se mais com a aparência de uma formalidade do que com a educação para um compromisso que dure a vida inteira;
A mar incondicionalmente todas as famílias e, de modo particular, aquelas que atravessam um período de dificuldade. Nenhuma família deve sentir-se sozinha ou excluída do amor e do abraço da Igreja; o verdadeiro escândalo é o medo de amar e manifestar concretamente esse amor.
A Igreja não tem medo de abalar as consciências anestesiadas
O Santo Padre afirma que a Igreja “não tem medo de abalar as consciências anestesiadas ou sujar as mãos com discussões animadas e francas sobre a família”. Os bispos buscaram olhar e ler as realidades com os olhos de Deus, para acender e iluminar com a chama da fé os corações das pessoas numa época marcada por desânimo, crise social, económica, moral e negativa. Corações fechados também foram observados, bem como tentativas de julgamento, com sinais de superioridade e superficialidade. No entanto, no caminho desse Sínodo prevaleceram livre expressão de opiniões e resultaram em um diálogo rico e animado, “proporcionando a imagem viva de uma Igreja que não usa «impressos prontos», mas que, da fonte inexaurível da sua fé, tira água viva para saciar os corações ressequidos”.