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A Família

Os filhos estão a ser educados com excesso ou falta de amor?

 

Os filhos estão a ser educados com excesso ou falta de amor? 

 

Quando o assunto é educação, surgem as dúvidas: estamos a educar os filhos com falta ou excesso de amor?

Diante de um mundo em que predomina o desequilíbrio económico, que alguns países possuem excesso de riqueza e outros a escassez de recursos, as pessoas acabam por se acostumar a conviver com essas diferenças; muitas vezes, deixam de perceber as consequências. Na formação dos filhos, também, podemos ver excessos ou escassez nos relacionamentos. Por isso, precisamos de nos perguntar como anda o equilíbrio da afectividade nas famílias, sejam elas carentes ou não, e que consequências têm sido colhidas na vida adulta.

É claro que, como mantedores das necessidades emocionais e físicas dos filhos, as acções dos pais impactam fortemente na constituição da psique dos filhos. No entanto, a falta de tempo e o excesso de culpa têm permeado muitas relações e trazido muitos sofrimentos. Por isso, é momento de estar mais presente e não assumir a responsabilidade das decisões que são tomadas pelos filhos e que não pertencem aos pais.

Equilíbrio na dose de afecto

As mães, no papel maternal, geralmente propiciam vínculos afectivos e amor incondicional pelos seus filhos, e mesmo não concordando com atitudes deles, não os abandona, nem se rendem ao impossível. Entretanto, a escassez de tempo, a necessidade de vencer no mundo profissional e a opção de deixar outra pessoa em seu lugar, pode levá-las a um vazio. Ao contrário, uma mãe que não trabalha, não tem projetos, pode passar um tempo em excesso com as crianças, levando-as [as mães] a considerar a maternidade um peso. Depois, por serem responsáveis pela felicidade da mãe, muitos filhos adultos apresentam uma conta afectiva alta, que os impede de seguir a vida. O equilíbrio na dose de afecto maternal vai definir quem os filhos serão emocionalmente.

Outro ponto importante é o relacionamento do casal, pois, é a mãe quem abre espaço para a relação entre pai e filho. Muitas vezes, as esposas competem pelo amor do filho, atrapalhando a criação de vínculos que vão organizar a afectividade deles com os pais. É importante que, o casal invista na vida a dois e, também, no convívio com os filhos. São amores diferentes, que, bem equilibrados, se completam. Filhos são importantes, entretanto, não são a única prioridade do casal.

Os pais, no papel masculino, contribuem com o cumprimento da lei, fazem o corte entre mãe e filho, permitindo que esse se enxergue como indivíduo. Quando chega o tempo de o filho buscar novos horizontes, faz o convite para sair do ninho em busca da liberdade, a qual traz responsabilidades e direitos. As escolhas fazem parte do processo de amadurecimento. Alguns pais, excedem nas leis e, gastam pouco tempo na convivência que ajudaria nessa aprendizagem, ou, por insegurança, dificultam a saída de casa, criando filhos dependentes e frágeis.

Independentemente da maneira, é preciso demonstrar afecto

É lógico que, as crianças não restringem as relações apenas aos pais. À medida que crescem, expandem o convívio social, mas, na primeira infância, as referências que marcam a existência das pessoas, provêm do ambiente familiar. A demonstração de afecto varia de pessoa para pessoa, sendo pais ou filhos. Alguns capricham no carinho, outros investem na educação ou têm um senso prático de solucionar problemas, não importa a forma, mas a criança precisa de se sentir amada e valorizada para poder amar e valorizar o outro.

Isto leva-nos a uma reflexão: o relacionamento com os filhos tem sido permeado pela escassez ou abundância? Ou, então, encontrou o equilíbrio que, possivelmente, formará adultos mais saudáveis e comprometidos com o equilíbrio do mundo.

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