A Família
Os dilemas da mãe moderna e como lidar com eles
- 29-01-2020
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A vida moderna tem características próprias: a jornada de
trabalho tanto da mãe como do pai dificulta o tempo de permanência deles com a
família, o aumento da violência actual traz uma preocupação maior com a
segurança dos filhos, as notícias sobre a queda da qualidade da educação
escolar, leva os pais a buscarem escolas com melhores referências, e o núcleo
familiar, cada vez mais reduzido, traz dificuldades no cuidado diário com as
crianças.
Quais são os dilemas da mãe moderna? Como lidar com eles?
Desde a mais tenra idade, surge o primeiro dilema: a mãe tem
de voltar a trabalhar. A questão que entra em pauta é a seguinte: a criança vai
ficar com a ama ou no berçário? Vai ficar com parentes ou com pessoas
estranhas? A mãe deve voltar a trabalhar ou ficar em casa para cuidar
pessoalmente dos filhos? Não existe resposta certa.
Esta decisão deverá ser analisada pensando nos prós e
contras. Se a mãe ficar em casa, a criança terá mais apoio, porém, terão de
adaptar-se ao salário do marido; mas, quando a mãe é a mantenedora, não há essa
opção. Entre ficar com a ama sozinha ou numa escola confiável, a segunda opção
oferece uma possibilidade de a criança não sofrer maus tratos e ter uma
alimentação mais saudável.
Quando se pensa no tempo disponível, lembre-se de que o que
conta não é a quantidade, mas a qualidade do tempo, pois há mães que ficam em
casa, mas, por falta de paciência, acabam por agredir os filhos em vez de
educá-los e amá-los. Por outro lado, se o tempo que a mãe ficar em casa, ela se
dedicar a brincar e ficar por inteiro com os seus filhos – evitando trazer
trabalho para casa, pelo menos enquanto as crianças estiverem acordadas –, esse
tempo pertencerá a eles.
Outro dilema: qual a quantidade de presentes ideal? Muitas
vezes, os presentes reflectem uma forma de amenizar a culpa pela falta de
convívio. Crianças que têm a dosagem correcta de presentes, que aprendem a
esperar por datas ou comportamentos que os justifiquem, terão menos frustrações
na vida, pois foram treinados a esperar e merecer. Às vezes, pensamos que os presentes
devem ser caros ou da moda, mas pequenos itens construídos juntos podem ter
valores afectivos que nenhum dinheiro pode comprar.
As mulheres, actualmente, fazem o papel de ‘Mulher
Maravilha’, pois querem ser mães estremadas, esposas presentes e profissionais
brilhantes; com isto, acabam superprotegendo os filhos, não deixando que sofram
tanto física como emocionalmente. Mas, por mais que queiram, elas não
conseguem, até porque o sofrimento faz parte do crescimento e amadurecimento. A
estratégia é acompanhar a vida dos filhos com liberdade controlada e diálogo,
pois isso ajuda na protecção e no desenvolvimento deles.
Para nortearmos a educação dos filhos, temos de saber que não
os criamos para nós mesmos; portanto, é preciso dosar protecção e liberdade, e
todas as escolhas precisam de ser fonte de preparação para que eles possam ser
felizes.