A Família
Oração em família: como rezar com os filhos e evitar confusão
- 27-11-2020
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Como rezar com os filhos, sem choro ou nervosismo
Jovens pais lamentavam: “Em casa, a oração é o grandeproblema. As crianças são insuportáveis. Devemos simplesmente parar? Qual é oresultado de tentar orar com a família nestas condições?”
Uma mãe confessou: “À noite estou exausta e mal posso esperarpara colocar as crianças na cama. Se o meu marido não está aqui, não tenhocoragem de reunir as crianças para a oração.”
É verdade que rezar com crianças pequenas não é fácil,especialmente se elas são muitas e próximas umas das outras. Não é fácil orarcom crianças de idades muito diferentes, os mais velhos sentem-se envergonhadospela agitação dos pequeninos, que ainda não são capazes de se manter emmomentos de silêncio mais prolongado.
Por uma variedade de razões que variam de família parafamília, a oração familiar raramente é fácil, especialmente em determinadosmomentos. No entanto, é importante orar com a família e quanto menos você orar,menos fácil será. Vamos então tentar encontrar algumas soluções para asdificuldades de muitas famílias.
Escolha um bom ritmo de oração
Primeiro, não nos comparemos com os outros. O que é possívelnuma família não é possível em outra. O exemplo dos outros deve-nos encorajar, darideias, mas cabe a cada família saber como será este momento de oração.
É importante que a criança, até mesmo uma criança pequena, seacostume a este momento de oração diária. É melhor rezar um minuto todos osdias, do que dez minutos toda a semana ou todo mês. Quando, por várias razões,não oramos em família antes de dormir, podemos sempre, enquanto vamos beijá-losna sua cama, orar alguns segundos com cada um deles: um “Pai Nosso”, umapequena canção, fazer o sinal da Cruz. É melhor esta curta oração na sua camado que nenhuma oração.
Famílias numerosas podem, em certos momentos, introduzirpreces específicas para cada idade. Isto não é ideal, claro, mas pode sernecessário provisoriamente. Também podemos adoptar um sistema “variado”:durante a semana, rezamos por faixa etária, domingo rezamos juntos. Assim,pode-se, de tempos em tempos ou durante um período mais ou menos longo, rezarcom cada criança no seu quarto.
É melhor do que não rezar, se a oração familiar se tornoumuito difícil. Às vezes, esta é a única solução quando um dos pais se opõe àoração familiar. Também pode ser o caminho para começar os momentos de oraçãocom a sua família porque, pouco a pouco, as crianças expressam o desejo derezar com os outros, em vez de rezarem sozinhas: encontramo-nos num dosquartos, escolhemos um canto de oração e reunimos a família todos os dias.
Distribuir tarefas e responsabilidades
O final do dia é um momento em que todos estão cansados. Ascrianças ficam ainda mais agitadas por sentirem o nervosismo e a tensão dospais.
O melhor é dividir as tarefas: enquanto o pai cuida dosúltimos detalhes (o final da refeição ou a arrumação dos quartos, por exemplo),a mãe já pode ir ao canto de oração para começar a rezar. Dois minutos ou dezminutos depois, as crianças que chegam ao canto da oração encontrarão uma mãerelaxada, já tomada pelo silêncio de Deus. Eles também podem chegar cada um porsua vez e, como a mãe, começar a rezar em silêncio, enquanto esperam que todosestejam lá.
A agitação das crianças, por vezes, vem do facto de que elaspodem estar mal instaladas num local que não estimula a meditação. É importantetentar encontrar um lugar tranquilo para instalar o cantinho de oração. Colocarum ícone bonito, uma imagem ou uma estátua na altura dos olhos das crianças,perto deles (e não à uma altura em que se não se pode ver nada, a menos queestique o pescoço). Uma carpete ou tapete grosso, almofadas e cadeiras de oraçãopodem ajudar as crianças a portar-se de forma adequada e confortável, sempassarem de um joelho a outro, ou se curvarem desajeitadamente. Algumas famíliasnão hesitam em desligar os telemóveis durante o tempo de oração, para não seremincomodadas pelo toque inesperado.
Não se sinta culpado
A maioria das fotos que mostram as famílias em oração sãoedificantes: as crianças ajoelham-se, olhando para o ícone ou para o crucifixo.Tudo parece perfeito… e talvez seja assim. Vendo isto, dizemos a nós mesmos: “Aoração familiar é importante, mas somos incapazes de tal façanha. A nossa oraçãofamiliar não se parece com isto.”
Primeiro, não nos é pedido que nos pareçamos como o vizinho,mas com aquilo que o Senhor nos chama a ser. Então, devemos lembrar o que é umafoto: um cliché que muitas vezes não reflecte as dificuldades diárias. Amaioria das famílias (se não todas), cuja lembrança desperta a nossa admiraçãoe inveja, certamente experimentam as mesmas dificuldades que nós. Eles tambémconhecem as “orações barulhentas”, a excitação e a fadiga do fim do dia. Mas,claro, estes não são os momentos que o fotógrafo escolherá para imortalizar.
Quando oramos, Deus não nos pede coisas extraordinárias. Ele pede-nospara estarmos lá e isto é tudo. Os nossos filhos estão agitados e nós estamoscansados? O Senhor vê bem, Ele sabe melhor do que ninguém. Se estivéssemosconscientes da imensa ternura com que Ele olha para cada uma das nossasfamílias, com que Ele recebe todas as nossas orações familiares – mesmo muitopobres, desajeitadas, agitadas, intercaladas com acusações ou repreensões – seentendermos que Ele nos ama como somos, nunca hesitaríamos a rezar em família.
Christine Ponsard