A Família
O meu marido é viciado em pornografia. O que devo fazer?
- 11-08-2020
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A
pornografia despreza o valor humano da sexualidade ordenada ao casamento,
perverte o relacionamento entre as pessoas, explora indivíduos, especialmente
mulheres e crianças
Testemunho
da mulher:
No início,
eu não percebi que o comportamento do meu marido era como um cancro que o
invadiu, que o deixou física e espiritualmente doente a ponto de mudar toda a
sua personalidade.
Quando pedi conselhos
a um parente, disse-me que eu estava a exagerar, que era coisa de um homem
adulto de trinta e oito anos e que nada estava errado. Na realidade, era algo
totalmente destrutivo.
O seu mundo
angustiante foi revelado para mim.
Ele esqueceu-se
e não encerrou as suas sessões na internet, o que me levou a entrar naquele
mundo sombrio de aberrações tentando entender o que estava a acontecer.
Então descobri
que ele não só consumia pornografia gratuita, mas tinha diferentes modalidades,
cobradas no cartão de crédito, isto apesar da família estar a passar por
dificuldades financeiras.
O seu
problema começou a tornar-se muito evidente em coisas que eu tenho vergonha de
descrever. Coisas que me convenceram de que havia uma grande anormalidade no
comportamento dele.
Eu amo-o e
quero ajudá-lo. Sugeri-lhe que aceitasse a ajuda de um profissional, mas,
negando tudo, ele disse para eu não me preocupar, que tudo mudaria para melhor.
Eu gostaria de acreditar.
Mas não era
este o caso, pois tratava-se de um problema que ele não conseguia escapar por
conta própria e continuava no abismo. Metástases da sua doença maligna
começaram a aparecer.
No início,
ele continuava até altas horas da madrugada, trancado num quarto da casa, em
frente ao computador.
Chegou um
momento em que, mesmo exaurido, ele ia para a cama, mas não adormecia, e então
levantava-se para a mesma coisa, enquanto eu permanecia em vigília angustiada.
Passou a
acordar cansado, parou de se exercitar e de conviver com a família, deixou de
nos acompanhar nas caminhadas e foi mergulhando num profundo isolamento que
reflectia indiferença a tudo e a todos.
O cancro
continuou a espalhar-se, então abrangendo o horário de trabalho na empresa em
que trabalhava. E começou a apresentar sérios problemas de desempenho devido à
falta de concentração nas suas actividades profissionais. Até que foi demitido,
ficando deprimido e zangado.
Depois
passou a saltar de trabalho em trabalho, sempre procurando aquele que lhe
permitisse viajar para ficar em hotéis ou fazer de casa.
Actualmente,
está subempregado, e não pode sustentar a família.
O meu marido
é um homem triste e sem esperança. A sua autoestima, a sua alegria, a sua
espontaneidade, a sua confiança para tomar decisões e se relacionar: tantas
qualidades de carácter que ele tinha foram arruinadas.
O meu
casamento está despedaçado.
Palavra da
terapeuta:
Aqueles que
estrelam, produzem ou consomem pornografia estão a violar o direito do corpo
humano à privacidade na sua natureza masculina ou feminina, reduzindo-o a um
objecto anónimo destinado à perversão.
O que está
em jogo é a oferta para obter uma gratificação sensual que excita os instintos
humanos fundamentais, o que leva a cometer actos contrários à natureza e à
dignidade da pessoa.
Uma das
consequências é uma séria perda da autoestima por assumir atitudes patológicas,
que, não sendo reconhecidas, induz os envolvidos a justificarem-se com “razões
irracionais”.
Para o
viciado em pornografia, esta é uma droga que requer cada vez mais doses, o que
interfere directamente no seu desenvolvimento psicológico e moral, fazendo com
que perca o senso de bondade ou maldade das suas acções.
Ele está
seriamente impedido de desenvolver laços profundos de verdadeira entrega e
compromisso no autêntico amor humano, pois é um ser desintegrado.
A
pornografia despreza o valor humano da sexualidade ordenada ao casamento,
perverte os relacionamentos entre as pessoas, explora indivíduos, especialmente
mulheres e crianças.
É um cancro
que danifica a fibra da sociedade, enfraquecendo gradualmente as consciências
que a aceitam.
A grande
proliferação deste cancro deve-se a um tipo de negócio em que os fins
justificam os meios; trata-se de meios pervertidos que usam as pessoas,
independentemente do dano que lhes causam.
Aqui está o
negócio das máfias deste mal: obter despersonalização e produzir uma massa de consumo
que toma decisões de baixa qualidade. Uma massa escravizada por poderes económicos
cujo egoísmo material é incapaz de medir a extensão do dano.