A Família
Eu ensino uma coisa e, com o colega, o meu filho aprende outra
- 24-05-2018
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Eu ensino uma coisa e, com o colega, o meu filho aprende outra
Como agir diante destes confrontos?
Quantos pais investem tempo e energia para educar os filhos! Quantos buscam injectar valores que eles acreditam serem certos e importantes, tais como “quem fala a verdade não merece castigo!” Porém, quando os filhos começam a ter contacto com valores externos, esses parecem ter uma força maior do que a dos familiares. Os filhos aprendem com os colegas que a mentira pode ser uma forma de fugir de conflitos e fazer aquilo que querem.
Como agir diante destes confrontos? Não há receita pronta, mas há caminhos que ajudam. Conquistar o coração é o início do processo para modelar a mente e a alma de seu filho, e não deixar que outros conquistem esses lugares.
A base de tudo é lembrar que as pessoas são quem decide de quem vão aceitar a educação e como isso se dará. Portanto, todo o trabalho da família deve ser buscar, junto dos filhos, ser essa pessoa para eles. A pergunta principal é: como conseguir que os filhos deleguem para si a orientação do processo de aprendizagem?
É preciso criar laços fortes com os filhos
Para que o filho delegue aos pais e não ao colega o ensino, o primeiro passo é criar laços fortes com ele. As crianças aprendem e assumem como verdade os ensinamentos de pessoas com as quais possuem laços afectivos e relação de confiança. Se a convivência familiar é pior do que a convivência com os amigos, o filho começa a rejeitar o processo de aprendizagem interno. Ele vai-se tornando desobediente, rebelde e desinteressado em falar com os pais. Mas, se no relacionamento entre eles existir o diálogo, será possível resolver as discordâncias entre a educação dada pelos pais e pelos colegas.
O segundo passo é trabalhar o canal da comunicação. É importante escutar o aprendizado externo e mediar com o interno, mostrando ganhos e perdas. Conversar sobre consequências sem moralismo é um caminho para o esclarecimento. Por vezes, eles trazem novidades que vão mexer com o status actual da família, os quais precisarão de ser revistos. Não assuma posições radicais. Ouça, encontre as causas do conflito e busque concordâncias.
A flexibilidade dos pais pode ajudar
Outro passo é saber que, os pais não são donos da verdade; eles precisam de reconhecer a necessidade de mudanças. Mostrar flexibilidade naquilo que não é importante, e firmeza em relação àquilo que é fundamental para o bem-estar dos filhos, sabemos que é uma linha ténue e difícil de ser definida. Não desanime, concentre esforços nos itens que têm alto impacto no carácter das crianças.
Outra dica importante é: trazer para dentro de casa os colegas dos seus filhos, conhecer com quem eles andam a conviver. Usando o conhecimento anterior, de que laços afectivos e confiança aproximam as pessoas e permitem influência sobre elas, busque isso junto dos colegas de seus filhos. A prática ensina a usar o ensino por tabela. Às vezes, é mais fácil influenciar os colegas para que, esses, actuem melhor sobre os nossos filhos.
Outras pessoas podem ajudar os pais na educação dos filhos
A educação não é uma acção solitária. Os pais podem e devem buscar apoio da escola, dos colegas e de profissionais nessa tarefa. O importante nesta caminhada não é ter razão, mas, conseguir que o seu filho seja uma pessoa feliz, saudável, realizada como pessoa, ele precisa de se lembrar que não está só no planeta. Assim, ele poderá contribuir para que outros, também, possam alcançar esse mesmo patamar. Neste processo, a caminhada espiritual ajuda muito, ela imprime valores colectivos: de perdão mútuo; de verdade que liberta; entre outros.
A nossa missão não se restringe aos nossos filhos, mas à educação de gerações. Eles serão futuros educadores dos seus filhos, e como foram modelados pelos seus pais, provavelmente modelarão os outros.