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A Família

Ciúme: sinal de alerta nos relacionamentos

Ciúme: sinal de alerta nos relacionamentos  

 

O ciúme mexe com as estruturas de qualquer relacionamento

Quem nunca ouviu dizer que o ciúme é o tempero do amor? Temos assistido a muitos casos nos quais este sentimento é o “fósforo aceso na pólvora”, ou seja, provoca reações inesperadas e de total descontrole. Pensando assim, ainda achas que o sentir é normal?

Tempero no amor

Factores culturais fazem-nos acreditar que o ciúme é uma prova de amor e que pequenos sacrifícios, como deixar de ir a determinados lugares ou trocar de roupa para que a pessoa amada não se chateie, são bem-vindos e são o “tempero” no amor.

A grande questão é que os tais “pequenos sacrifícios” e este “tempero” transformam-se em aprisionamentos à medida em que o tempo passa. Estar com o outro, passa, então, a não ter tanto sentido, perde a graça, e, certamente, mexe com as estruturas de qualquer relacionamento.

Do ponto de vista psicológico, é um sentimento que envolve o medo de perder o amor da pessoa amada e está diretamente relacionado com a falta de confiança no outro, sobretudo em si próprio.

Quando ele se torna exagerado, consideramos que se transforma em doença, chegando a pensamentos obsessivos. A complexidade do ciúme é grande, pois envolve pensamentos, emoções, comportamentos e reações físicas.

Insegurança

Pessoas ciumentas costumam certificar-se, frequentemente, se são queridas, se as pessoas podem dar provas de amor ou mesmo pedindo provas para que este amor seja certificado, tais como: proibir o amado de visitar um determinado lugar, usar esta ou aquela roupa, prometer que fará ou não fará uma coisa, dentre tantas outras.

Muitas vezes, coloca-se nestes pedidos, que são coisas externas, o significado do amor, que de um sentimento interior, passa a ser construído com provas externas.

Ciumentos fazem interpretações distorcidas e, geralmente, fazem isso não apenas com o seu par amoroso, mas também nas relações de amizade, trabalho, família… Eles cobram atenção, e isto vale até mesmo para o uso de objetos pessoais por outras pessoas.

Problemas psicológicos

Convém lembrar que, quando excessivo, o ciúme se torna um problema de saúde psicológica, pois a pessoa começa a ter sentimentos paranóicos, delírios de perseguição e temor imaginário de que a pessoa está a ser vítima do mundo, com muitas fantasias, imprecisões, dúvidas ligadas aos ideais supervalorizados ou delirantes.

Por vezes, a pessoa passa a ter compulsão em dirimir as suas dúvidas e, com isto, passa a invadir a privacidade do outro, abrindo a correspondências, mexendo nos bolsos, no telemóvel, nas redes sociais, fazendo um perfil falso para tentar “encontrar” provas de infidelidade e tantas outras atitudes extremistas.

Parecem atitudes tolas e até mesmo são reconhecidas pelo parceiro, mas não servem em nada para aliviar o ciúme, mas, aumentam a sensação de desconforto.

Se tu passas por esta situação, é importante que converses (diálogo, muito diálogo) bastante sobre o assunto com o teu par, procurando, juntos, as alternativas que permitam que o verdadeiro amor, baseado na confiança e na cumplicidade, possa crescer entre vocês, deixando também que Deus actue na insegurança, nos reflexos de dificuldades afetivas do passado, bem como buscar ajuda especializada quando perceber que a situação tomou uma proporção maior do que aquela que vocês podem administrar sozinhos.

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