A Família
A aliança de casamento pode ter a força de um exorcismo
- 13-04-2023
- Visualizações: 123
- Imprimir
- Enviar por email
Usá-la sempre é uma excelente protecção
De ferro, prata, ouro ou qualquer outro metal: o anel
adquiriu um significado maior do que tinha na antiguidade pagã depois que a
Igreja o constituiu em símbolo da aliança indissolúvel entre os casais.
Entre os judeus e os romanos – até mesmo entre os povos
pagãos – os homens tinham o costume de colocar um anel no dedinho da sua futura
esposa, mas era um anel com um significado diferente. Tratava-se de um voto de
confiança, em que o homem entregava à mulher uma réplica do anel ou carimbo
pessoal que ele usava no polegar, com o qual lacrava correspondências pessoais
e contratos. Era um costume das classes mais abastadas.
Por outro lado, os casais, de qualquer classe social,
trocavam anéis nupciais no dia do casamento e costumavam colocá-los no dedo
anelar da mão esquerda, bem perto do coração, onde se sente mais o pulsar do
órgão poderoso, que simboliza o amor que deve ser somente para Deus.
Pode soar muito romântico e até sentimental, mas o costume
que nasceu na Europa do século VI espalhou-se por todo o planeta, e, ainda
hoje, sob qualquer nominação religiosa ou cultural, os casais trocam anéis e colocam-nos
no dedo anelar da mão esquerda.
Nalguns países, estes anéis são chamados aliança e é comum
que, no dia do casamento, eles entrem solenemente na igreja sobre uma elegante
almofadinha conduzida pelas mãos de um pajem. Durante a aplicação do
sacramento, o padre abençoa as alianças e, em seguida, convida os noivos a
colocarem-nas mutuamente, repetindo palavras de compromisso, fidelidade e amor.
Claro que esse pequeno cerimonial inserido na solenidade do
sacramento não é obrigatório – e a sua ausência não invalidaria o matrimónio. Mas,
dignificado pela solenidade sobrenatural, como somente a Igreja poderia ter
concebido para maior glória de Deus e consolidação do amor conjugal, transmite
maior sentido ao contrato mútuo de um casal.
A aliança de casamento pode chegar a revestir a condição de
sacramento autêntico, como o anel do pescador usado pelos papas depois do
conclave. Ou como os que recebem os religiosos – desde cardeais, bispos e até
freiras.
Abençoada e elevada de categoria, a aliança passa de um
simples anelzinho a um instrumento de vida consagrada, uma profissão de vida
religiosa, cheia de renúncias e sacrifícios santificantes.
Símbolo de oração da Igreja pelos seus filhos, a aliança pode
até chegar a ter a força de um exorcismo contra tentações e ataques de
espíritos malignos que induzem o adultério e a fornicação.
Usar sempre a aliança, mais do que um acto de amor,
fidelidade e dever conjugal, é uma protecção, já que, quando se casa, Deus
manda um anjo especial para o casal e a sua finalidade é proteger o homem e a
mulher individualmente, em função da “uma só carne” que são os dois depois do
casamento, até que a morte os separe e no Céu sejam como os anjos. (Marcos
12,25)