Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

A Confissão

Confissão sacramental

 

Confissão sacramental: não é preciso fazer “detalhes angustiados”

 

"Algumas pessoas querem repetir confissões inteiras por sentirem que as mesmas são invalidadas por causa de um esquecimento"

Não é preciso angustiar-se com um detalhe exaustivo e exagerado na hora de se confessar, com medo de não ser absolvido, se algum pecado for esquecido ou não seja descrito minuciosamente. Calma: não é assim que “funciona” a misericórdia de Deus. Deus é muito mais simples e generoso do que isso!

A tendência a supervalorizar e exagerar o peso de cada mínimo deslize pessoal com medo do castigo divino é uma doença espiritual chamada escrupulosidade.

 

A IGNORÂNCIA SOBRE O MODO DE ACTUAR DA ABSOLVIÇÃO SACRAMENTAL

Segundo o Catecismo de São Pio X: “Quais os efeitos do Sacramento da Penitência? O Sacramento da Penitência confere a graça santificante, pela qual são perdoados os pecados mortais e também os veniais que se confessaram com sincero arrependimento” (n. 691).

No imaginário do pseudo-escrupuloso existe a necessidade nervosa de uma confissão exaustiva dos pecados, para além da espécie e do número (ou seja, tem a necessidade psicológica de contar cada falta detalhadamente para se sentir aliviado), como se a absolvição fosse conferida individualmente a cada item apresentado, como se dependesse mais disso do que do poder sacramental mesmo.

Na resposta de São Pio X fica claro que o efeito principal da absolvição sacramental é conferir a graça santificante perdida pelos pecados mortais ou danificada pelos pecados veniais e é mediante a graça santificante que são perdoados os pecados, não o contrário.

A força desta infusão da graça é tão exuberante que São Pio X afirma: “quem deixou de confessar por esquecimento um pecado mortal, ou uma circunstância necessária, fez uma boa confissão, desde que tenha empregado a devida diligência no exame de consciência” (n. 754), embora com a ressalva de que, “se um pecado mortal esquecido na confissão volta depois à lembrança, somos obrigados, sem dúvida, a acusá-lo na primeira vez que nos confessarmos novamente” (n. 755).

Algumas pessoas, movidas por pura ignorância, querem repetir confissões inteiras por sentirem que as mesmas são invalidadas por causa de um esquecimento.

São Tomás explica que quem confessa todos os pecados que tem na memória e, de maneira geral, os que sinceramente esqueceu não está a proceder dissimuladamente, mas com toda a simplicidade, e, deste modo, alcança o perdão (cf. Suma Teológica, Suplemento, q. 10, a. 5, sed contra), de modo que não há motivo para considerar como dissimulação o que é apenas um involuntário esquecimento.

Se entendemos bem que os pecados se confessam pela espécie e pelo número, e que se devem confessar integralmente os de que lembramos, não há dúvida de que a graça divina é comunicada pela absolvição sacramental e, portanto, que se recebe validamente o perdão divino dos pecados por força da absolvição.

Quando acentuamos a tónica mais na confissão, que na absolvição, caímos em certa tendência protestante, que considera esta última apenas como uma mera declaração de que os pecados confessados são perdoados (cf. Concílio de Trento, Cânones sobre o sacramento da penitência, c. 9) e não como causa instrumental para a infusão da graça.

Não está em causa a importância da integridade da confissão, mas certa impressão de escrupulosidade é somente falta de Catecismo! Para ser íntegra, a confissão precisa de ser clara, completa, concisa e concreta: ir directo à espécie do pecado e ao seu número, sem precisar de descer a pormenores angustiados e a histórias intermináveis.

Assim como um promotor de justiça acusa o réu apenas da espécie do crime, nós devemos sobriamente acusar-nos ao sacerdote dos nossos pecados. Isto é resultado de uma fé doutrinalmente formada acerca da natureza da absolvição. O que passa disto, é ignorância disfarçada de requinte de informação e falta o velho e bom catecismo da doutrina cristã.

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