A Confissão
Confissão, Sacramento da Penitência ou Reconciliação, é a aplicação imediata a cada cristão da copiosa Redenção que Jesus conquistou para toda a humanidade. É o momento em que o Seu Sagrado Coração se dilata de amor e misericórdia para com qualquer pecador arrependido que venha a Ele pedir perdão. No Sacramento o sacerdote perdoa-nos “em Nome de Cristo” e pela autoridade que Ele conferiu somente à Igreja Católica.
A fórmula da absolvição que o Sacerdote da Igreja latina usa, exprime os elementos essenciais deste sacramento: o Pai das misericórdias é a fonte de todo o perdão. Ele opera a reconciliação dos pecadores pela páscoa de seu Filho e pelo dom do seu Espírito, através da oração e ministério da Igreja: “Deus, Pai de misericórdia, que, pela Morte e Ressurreição de seu Filho, reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”
O Catecismo da Igreja ensina que: §1446 – “Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores da sua Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do Baptismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a graça baptismal e feriram a comunhão eclesial. É a eles que o sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de se converter e de recobrar a graça da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este sacramento como “a Segunda tábua (de salvação) depois do naufrágio que é a perda da graça”.
Os seus efeitos
1468 - Toda a força da Penitência reside no facto de ela nos reconstituir na graça de Deus e de nos unir a Ele com a máxima amizade` (Cat. R. 2,5,18). Portanto, a finalidade e o efeito deste sacramento é a reconciliação com Deus. Os que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa, `podem usufruir da paz e tranquilidade da consciência, que vem acompanhada de uma intensa consolação espiritual`(Conc. Trento, DS, 1674). Com efeito, o sacramento da Reconciliação com Deus traz consigo uma verdadeira `ressurreição espiritual`, uma restituição da dignidade e dos bens da vida dos filhos de Deus, entre os quais o mais precioso é a amizade de Deus (Lc 15,32).
Reconciliação com a Igreja
1469 - Este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O pecado rompe ou quebra a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência repara ou restaura esta comunhão. Neste sentido, ele não cura apenas aquele que é restabelecido na comunhão eclesial, mas também um efeito vivificante sobre a vida da Igreja, que sofreu com o pecado de um dos seus membros (1Cor 12,26). Restabelecido ou confirmado na comunhão dos santos, o pecador sai fortalecido pela participação dos bens espirituais de todos os membros vivos do Corpo de Cristo, quer estejam ainda em estado de peregrinação ou já estejam na pátria celeste (LG 48-50):
Não devemos esquecer que a reconciliação com Deus tem como consequência, por assim dizer, outras reconciliações capazes de remediar outras rupturas ocasionadas pelo pecado: o penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no íntimo mais profundo do seu ser, onde recupera a própria verdade interior; reconcilia-se com os irmãos que de alguma maneira ofendeu e feriu; reconcilia-se com a Igreja; e reconcilia-se com toda a criação (RP 31).
Juízo particular antecipado
1470 - Neste sacramento, o pecador, entregando-se ao julgamento misericordioso de Deus, antecipa de certa maneira o julgamento a que será sujeito no fim desta vida terrestre. Pois é agora, nesta vida, que nos é oferecida a escolha entre a vida e a morte, e só pelo caminho da conversão poderemos entrar no Reino do qual somos excluídos pelo pecado grave (1 Cor 5,11; Gl 5, 19-21; Ap 22,15). Convertendo-se a Cristo pela penitência e pela fé, o pecador passa da morte para a vida sem ser julgado (Jo 5,24).
O sigilo do sacramento
2490 - O sigilo do sacramento da Reconciliação é sagrado e não pode ser traído sob nenhum pretexto. O sigilo sacramental é inviolável; por isso, não é lícito ao confessor revelar o penitente, com palavras, ou de qualquer outro modo, por nenhuma causa (CDC, cân. 983,1).
Penitência
Definição
A Penitência é a volta. Quase todo o dia a gente cai e se levanta. Pequenas quedas e grandes tombos. Ninguém quer ficar no chão. A gente pisa em falso porque não enxerga bem os passos e o caminho de Jesus. Erramos o caminho. Atrapalhamos a caminhada uns dos outros. Deus sempre dá a mão para a gente se deixar reconduzir. No sacramento da Penitência celebramos a coragem de pegar de novo na mão de Deus e voltar a andar no caminho dele, que é o caminho da irmandade.
Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram ao pecar, e a qual colabora para a sua conversão com caridade, exemplo e orações. A confissão consiste num sacramento instituído por Jesus Cristo no qual o sacerdote perdoa os pecados cometidos depois do baptismo.
Sobre o sacramento da Confissão, devemos analisar o seguinte:
Os homens pecam
Diz a Sagrada Escritura: "O justo cai sete vezes por dia" (Prov 24, 16). E se o próprio justo cai sete vezes, que será do pobre que não é justo?
"Não há homem que não peque" (Ecl 7, 21).
"Aquele que diz que não tem pecado faz Deus mentiroso" (1 Jo 1, 10).
O "Livre Arbítrio" humano permite ao homem realizar actos contrários ao seu criador.
É necessário obter o perdão dos pecados
"Nesta porta do Senhor, só o justo pode entrar" (Sl 117, 20).
"Não sabeis que os pecadores não possuirão o reino de Deus?" (1 Cor 6, 9).
Portanto, para entrar no Reino de Deus, é necessário obter o perdão dos pecados.
Jesus instituiu um sacramento
Qual é o meio que existe para alcançar o perdão dos pecados? Diz São João: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e purificar-nos de toda a injustiça" (1 Jo 1, 8).
Todavia, "aquele que esconde os seus crimes não será purificado; aquele, ao contrário, que se confessar e deixar os seus crimes, alcançará a misericórdia" (Prov. 38, 13). "Não vos demoreis no erro dos ímpios, mas confessai-vos antes de morrer" (Ecl 17, 26).
A confissão não é nova, já existia no Antigo Testamento, mas foi elevada à dignidade de Sacramento por Jesus, que conhecia a fraqueza humana e desejava salvar os seus filhos.
No dia da ressurreição, como para significar que a confissão é uma espécie de ressurreição espiritual do pecador, "apareceu no meio dos apóstolos... e, mostrando-lhes as mãos e o seu lado... disse-lhes: A paz esteja convosco. Assim como meu Pai me enviou, eu vos envio a vós. ...soprando sobre eles: recebei o Espírito Santo... Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 21, 21-23). O mesmo texto encontra-se em S. Mateus (Mt 28, 20).
Como tudo é claro! Jesus tinha o poder de perdoar os pecados, como se despreende de S. Mateus (Mt 9, 2-7). Ele transmite esse poder aos seus Apóstolos dizendo: "assim como o Pai me enviou", isto é, com o poder de perdoar os pecados, "assim eu vos envio a vós", ou seja, dotados do mesmo poder. E para dissipar qualquer dúvida, continua: "soprando sobre eles: Recebei o Espírito Santo..." como se dissesse: Recebei um poder divino... só Deus pode perdoar pecados: pois bem... "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 21, 21-23).
A conclusão é rigorosa: Cristo podia perdoar os pecados. Ele comunicou este poder aos Apóstolos e por eles aos sucessores dos Apóstolos: pois a Igreja é uma sociedade "que deve durar até ao fim do mundo" (Mt 28, 20).
O livro dos Actos dos Apóstolos refere que quem se convertia "vinha fazer a confissão das suas culpas" (Act 19, 18).
A confissão deve ser feita a um padre
Pelo próprio livro dos Actos dos Apóstolos, quando se afirma que o convertido "vinha fazer a confissão", fica claro que era necessário a pessoa deslocar-se para realizar a confissão junto dos Apóstolos, pois o verbo "vir" é usado por quem recebe a visita do penitente. Se a confissão fosse directa com Deus, bastaria pedir perdão dos seus pecados, sem precisar de ‘ir' até à Igreja.
Aliás, S. Tiago é explícito a este respeito: "confessai os vossos pecados uns aos outros, diz ele, e orai uns pelos outros, a fim de que sejais salvos" (Tgo 5, 16). Isto é, confessai os vossos pecados a um homem, que tenha recebido o poder de os perdoar. De qualquer forma, a instituição do Sacramento deixa claro o poder que Nosso Senhor conferiu à sua Igreja.
Sem a vontade de se confessar com um outro homem, o pecador demonstra que o seu arrependimento não é profundo, pois ele não se envergonha mais de ofender a Deus do que de expor a sua honra. No fundo, ama a si mesmo mais do que a Deus e pode estar a cometer um outro pecado, ainda mais grave, contra o primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas.
Contrição e Atrição
A Contrição consiste em pedir o perdão dos seus pecados por amor de Deus. A atrição, por sua vez, consiste em pedir o perdão dos pecados por temor do inferno.
A primeira, contrição (chamada contrição perfeita), apaga os pecados da pessoa antes mesmo da confissão. Todavia, só é verdadeira se há a disposição de se confessar com um padre. Foi desta forma que se salvaram os justos do Antigo Testamento. A atrição só é válida através do sacramento da confissão, o qual é eficaz mesmo se há apenas "medo do inferno".
Ninguém duvida de que o sincero arrependimento dos pecados, com firme propósito de não pecar mais, e satisfação feita a Deus e aos prejudicados, eram, no Antigo Testamento, condições necessárias e suficientes para obter o perdão de Deus. O mesmo vale ainda hoje para todos os que desconhecem Nosso Senhor Jesus Cristo e o seu Evangelho (desde que sigam a Lei Natural) e para os que não têm como se confessar (desde que tenham um acto de contrição perfeita). Mas quem, no seu orgulho, não acredita nas palavras de Cristo Ressuscitado, com as quais ele instituiu o sacramento da penitência, e por isso não se quer confessar, não receberá o perdão, pois não ama a Deus verdadeiramente.
Cada pecado é um acto de orgulho e desobediência contra Deus. Por isso "Cristo humilhou-se e tornou-se obediente até à morte, e morte na Cruz" (Flp 2, 8) para expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados, e nos merecer o perdão. Por isso ele exige de nós este acto de humildade e de obediência, na Confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do seu representante, legitimamente ordenado. E, conforme a sua promessa: "Quem se humilha, será exaltado, e quem se exalta, será humilhado" (Lc 18, 14).
Portanto, todos os homens necessitam da misericórdia divina; e os sinceros seguidores da Bíblia recebem-na, agradecidos, no sacramento da Confissão.
Acto de contrição
"Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido e com o auxílio da vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas, pela vossa infinita misericórdia. Amém.
O que é necessário para ser eficaz uma confissão?
1. Exame de consciência sobre as faltas cometidas desde a úiltima confissão
2. Ter arrependimento (atrição ou contrição);
3. Propósito de não recair no pecado e de evitar as circunstâncias que o favoreçam;
4. Confessar-se sem omitir nada;
5. Cumprir a penitência estabelecida pelo confessor.
Perguntas e Respostas sobre Confissão
1. O que é o sacramento da Penitência?
O sacramento da Penitência, ou Reconciliação, ou Confissão, é o sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para apagar os pecados cometidos depois do Baptismo. É, por conseguinte, o sacramento da nossa cura espiritual, chamado também sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente o nosso retorno aos braços do Pai depois que nos afastámos com o pecado.
2. É possível obter o perdão dos pecados mortais sem a confissão?
Depois do Baptismo não é possível obter o perdão dos pecados mortais sem a Confissão, embora seja possível antecipar o perdão com a contrição perfeita acompanhada do propósito de se confessar.
3. E se depois de feita a constrição a pessoa não se confessa?
Quem se comporta desta maneira comete uma falta grave. Pois todos os pecados mortais cometidos depois do baptismo devem ser acusados na Confissão.
4. O que se requer para fazer uma boa confissão?
Para fazer uma boa confissão é necessário: fazer um cuidadoso exame de consciência, arrepender-se dos pecados cometidos e o firme propósito de não os cometer mais (contrição), dizer os outros pecados ao sacerdote (confissão), e cumprir a penitência (satisfação).
5. O que é o exame de consciência?
O exame de consciência é a diligente procura dos pecados cometidos depois da última Confissão bem feita.
6. No exame de consciência é necessário ter exacto o número dos pecados?
Dos pecados graves ou mortais é preciso acusar também o número, porque cada pecado mortal deve ser dito na confissão.
7. O que é a dor dos pecados?
A dor dos pecados é o sincero pesar e a repulsa dos pecados cometidos.
8. De quantos tipos é a dor?
A dor é de dois tipos: dor perfeita (ou contrição) e dor imperfeita (ou atrição).
9. Quando se tem dor perfeita ou contrição?
Tem-se a dor perfeita ou contrição quando se arrepende dos próprios pecados porque se ofendeu a Deus, imensamente bom e digno de ser amado: quando a dor nasce do amor desinteressado a Deus, quer dizer, da caridade.
10. Quando se tem a dor imperfeita ou atrição?
Tem-se a dor imperfeita ou atrição quando o arrependimento, assim que inspirado pela fé, tem motivações menos nobres: por exemplo, quando nasce da consideração da desordem causada pelo pecado, ou pelo temor da condenação eterna (Inferno) e das penas que o pecador pode receber.
11. Pela dor dos pecados obtém-se imediatamente o perdão?
A dor perfeita unida ao propósito de se confessar obtém imediatamente o perdão; a dor imperfeita só se obtém, pelo contrário, na confissão sacramental. (Nota: o Catecismo ressalta que ainda que se ache estar em contrição perfeita, que já perdoaria o pecado, deve-se receber a eucaristia apenas após realizar a confissão)
12. É necessário arrepender-se de todos os pecados cometidos?
Para a validade da confissão é suficiente arrepender-se de todos os pecados mortais, mas para o progresso espiritual é necessário arrepender-se também dos pecados veniais.
13. Um verdadeiro arrependimento requer também o propósito de abandonar o pecado?
O arrependimento certamente olha para o passado, mas implica necessariamente um empenho para o futuro com a firme vontade de não cometer nunca mais o pecado.
14. Pode-se ter um verdadeiro arrependimento se a gente prevê que antes ou depois tornará a cair em pecado?
A previsão do pecado futuro não impede que se tenha o propósito sincero de não o cometer mais, porque o propósito depende só do conhecimento que nós temos da nossa fraqueza.
15. O que é a confissão?
A confissão é a manifestação humilde e sincera dos próprios pecados ao sacerdote confessor.
16. Quais pecados são obrigatórios confessar?
Estamos obrigados a confessar todos e cada um dos pecados graves, ou mortais, cometidos depois da última confissão bem feita.
17. Quais são os pecados mortais mais freqüentes?
As faltas objectivamente mortais mais frequentes são (seguindo a ordem dos mandamentos): praticar de qualquer modo a magia; blasfemar; perder a Missa dominical ou nas festas de preceitos sem um motivo sério; tratar mal os próprios pais ou superiores; matar ou ferir gravemente uma pessoa inocente; procurar directamente o aborto; procurar o prazer sexual e solitário ou com outras pessoas que não sejam o próprio cônjuge; para os cônjuges, impedir a concepção no acto conjugal; roubar alguma soma relevante, inclusive desviando ou subtraindo no trabalho; murmurar gravemente sobre o próximo ou caluniá-lo; cultivar voluntariamente pensamentos ou desejos impuros; faltar gravemente com o próprio dever; aproximar-se da Sagrada Comunhão em estado de pecado mortal; omitir voluntariamente um pecado grave na confissão.
18. Se a pessoa esquece um pecado mortal, obtém igualmente o perdão na confissão?
Se a pessoa esquecer um pecado mortal, pode obter igualmente o perdão, mas na confissão seguinte deve confessar o pecado esquecido.
19. Se a pessoa omitir voluntariamente um pecado mortal obtém o perdão dos outros pecados?
Se uma pessoa, por vergonha ou por outros motivos, omite um pecado mortal, não só não obtém nenhum perdão, mas também comete um novo pecado de sacrilégio, o de profanação de uma coisa sagrada.
20. Há obrigação de confessar os pecados veniais?
A confissão dos pecados veniais não é necessária, mas é muito útil para o progresso da vida cristã.
21. O confessor deve dar sempre a absolvição?
O confessor deve dar sempre a absolvição se o penitente estiver bem disposto, quer dizer, se estiver sinceramente arrependido de todos os seus pecados mortais. Se pelo contrário, o penitente não está bem disposto, não tendo a dor ou o propósito de emenda, então o confessor não pode e não deve dar a absolvição.
22. O que deve fazer o penitente depois da absolvição?
O penitente depois da absolvição deve cumprir a penitência que lhe foi imposta e reparar os danos que os seus pecados eventualmente tiverem causado ao próximo (por exemplo, deve restituir o roubado).
23. Quais são os efeitos do sacramento da Penitência?
São a reconciliação com Deus e com a Igreja, a recuperação da graça santificante, o aumento das forças espirituais para caminhar para a perfeição, a paz e a serenidade da consciência com uma viva consolação do espírito.
24. Como se pode superar a dificuldade que se sente em se confessar?
Que tem dificuldades para se confessar deve considerar que o sacramento da Penitência é um dom maravilhosos que o Senhor nos deu. No “tribunal” da Penitência o culpado nunca é condenado, mas sempre absolvido. Pois quem se confessa não se encontra com um simples homem, mas com Jesus, o qual, presente no seu ministro, como fez com o leproso do Evangelho (Mc 1, 40ss.) também hoje nos toca ou nos cura; e, como fez com a menina que jazia morta nos toma pela mão repetindo as palavras: “Talita kumi, menina, eu te digo, levanta-te!” (Mc 5, 41).
25. A confissão ajuda-nos também no caminho da virtude?
A confissão é um meio extraordinariamente eficaz para progredir no caminho da perfeição. Com efeito, além de nos dar a graça própria do sacramento, faz-nos exercitar as virtudes fundamentais da nossa vida cristã.
A humildade acima de tudo, que é a base de todo o edifício espiritual, depois a fé em Jesus Salvador e nos seus méritos infinitos, a esperança do perdão e da vida eterna, o amor a Deus e ao próximo, a abertura do nosso coração à reconciliação com quem nos ofendeu. Enfim, a sinceridade, a separação do pecado e o desejo sincero de progredir espiritualmente.
O Santo Cura d’Ars, sobre a confissão dizia:
“O bom Deus sabe tudo. Ainda antes de vos confessardes, já sabe que voltareis a pecar e todavia perdoa-vos. O seu amor é tão grande que vai ao ponto de esquecer voluntariamente o futuro só para poder perdoar-vos agora!”
Por tudo isto, o Santo Cura d’Ars passava longas horas a confessar. Até lhe chamavam “o grande hospital de almas”.