Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Ano Paulino

As Cartas de Paulo

1. Paulo escritor
• Porque é que Paulo escreveu cartas? Paulo sentia a responsabilidade da missão que Deus lhe tinha confiado: anunciar o Evangelho de Cristo às nações; por isso viajava incansavelmente, fundando e visitando as comunidades cristãs. Quando surgem os problemas na vida comunitária ou dúvidas na fé, Paulo apressa-se a resolver os problemas ou dificuldades, pessoalmente ou através de uma carta. As cartas de Paulo surgem como resposta às necessidades históricas das comunidades cristãs; não são um tratado sistemático sobre a fé cristã, mas um toque de atenção sobre alguns pontos básicos da fé e da vida dos cristãos. A Igreja desde sempre as acolheu como espelho de vida cristã e as lê e medita diariamente.

• Tradicionalmente, a Igreja considerou de Paulo as treze primeiras cartas que encontramos no Novo Testamento: Rom, 1 e 2 Cor, Gal, Ef, Filip, Col, 1 e 2 Tess, 1 e 2 Tim, Tit e Flm. A crítica moderna, estudando o seu estilo, vocabulário e teologia, considera escritas ou ditadas pessoalmente por Paulo só sete delas: Rom, 1 e 2 Cor, Gal, Filip, 1 Tess e Flm. As outras foram escritas por discípulos de Paulo, que recolheram a sua doutrina e a aplicaram à situação das comunidades cristãs; em sentido amplo, podemos dizer que têm Paulo como autor.

2. As grandes cartas
• Têm este nome quatro cartas que Paulo escreveu durante a sua terceira viagem missionária: 1 e 2 Cor, Rom e Gal. As cartas aos Coríntios foram escritas por Paulo por causa de uma forte crise no seio da comunidade: havia o perigo de se dividir em facções contrárias, e a pessoa de Paulo tinha sido duramente criticada por alguns dos seus membros. Paulo responde de Éfeso com essas cartas: a primeira contém soluções concretas sobre qual deve ser a conduta da comunidade; na segunda - formada pela união de vários escritos de Paulo - o Apóstolo defende-se e insta-os a que se convertam.

As cartas aos Gálatas e aos Romanos são escritas a propósito da polémica de cristãos de origem judaica, que procuravam convencer os outros cristãos da necessidade de praticar a Lei de Moisés e de se circuncidarem. Paulo responde com valentia, defendendo que a salvação nos vem pela fé em Cristo ressuscitado e não pelo cumprimento das normas da Lei de Moisés. O cristão foi libertado dessas normas para viver em plenitude a única norma cristã: a do amor, que o Espírito derramou nos nossos corações.

Das duas cartas aos Tessalonicenses, a primeira delas considera-se escrita pessoalmente por Paulo em Corinto pelo ano 50; talvez seja o escrito mais antigo do Novo Testamento. Paulo viveu uma grande amizade com os cristãos de Tessalónica – a moderna cidade grega de Salónica – que se manifesta nas expressões de intimidade desta carta. Agradece-lhes as atenções de que foi objecto e esclarece algumas dúvidas sobre a morte dos defuntos e sobre a vinda iminente de Cristo. A segunda carta, escrita uns anos mais tarde por um discípulo de Paulo, exorta a comunidade a manter-se fiel ao ensino do Apóstolo e a viver sempre em atitude de vigilância.

3. As cartas do cativeiro
• Conhecidas tradicionalmente com este nome porque nelas se diz que o Apóstolo está preso. Na carta aos Filipenses, Paulo previne-os contra as pretensões e o egoísmo de alguns, que ameaçavam dividir a comunidade. A vida do cristão aparece centrada em Cristo que “tomou a condição de escravo, tornando-se semelhante aos homens» (Filip 2, 7) e deve mostrar-se sobretudo na alegria e na união, afastando toda a rivalidade. ~

A carta a Filémon é a mais breve de todas as cartas de Paulo, quase parece um bilhete-postal. Não foi dirigida a uma comunidade, mas a uma pessoa. Um escravo de Filémon fugiu e Paulo devolve-o ao seu dono, pedindo-lhe que o receba não como escravo, mas como Irmão.

• A carta aos Colossenses, tal como nos chegou, provavelmente não foi escrita por Paulo. Os especialistas reconhecem, no entanto, alguns fragmentos (por exemplo 4, 7-18) escritos pelo próprio Paulo e que foram incluídos na carta pelo seu autor. A carta propõe-se responder à presença de alguns que pretendiam completar a mensagem cristã com certas devoções a seres supra-mundanos e certas práticas ascéticas. O autor recorda o lugar central de Cristo no universo e na Igreja e a coerência que deve existir entre a fé e a vida do cristão. Os fragmentos de Paulo foram talvez escritos em Roma aquando da carta a Filémon.

• A carta aos Efésios inspira-se na que foi escrita aos Colossenses, a ponto de quase metade dos seus versículos terem paralelo nesta. O autor insiste sobretudo na unidade eclesial, para evitar o perigo de particularismos. Apresenta uma rica reflexão sobre o mistério de Cristo e da Igreja e as suas repercussões na conduta cristã.

Carta, Ano de composição, Lugar mais provável de composição, Viagem Missionária de Paulo

1 Tessalonicenses – 49/50 – Corinto – 2ª
1 Coríntios – 55/56 – Éfeso – 3ª
2 Coríntios – 56/57 – Éfeso – 3ª
Filipenses – 56/57 – Éfeso – 3ª
Gálatas – 56/57 – Éfeso – 3ª
Romanos – 57/58 – Corinto – 3ª
Filémon – 61/63 – Roma? - Prisão
Colossenses – 61/63 – Roma? - Prisão
Efésios – 80/100 – Ásia Menor – Discípulos de Paulo
2 Tessalonicenses 80/100 – ? - Discípulos de Paulo
Tito 80/100 – ? - Discípulos de Paulo
1 Timóteo 80/100 – ? - Discípulos de Paulo
2 Timóteo 80/100 – ? - Discípulos de Paulo

4. As cartas pastorais
• A partir do século XVIII, assim se começou a chamar à 1 e 2 Timóteo e à carta a Tito. Não são dirigidas a nenhuma comunidade, mas a pessoas singulares. Ao contrário das outras cartas, não pretendem corrigir desvios, mas orientar na organização das comunidades da segunda geração cristã. Timóteo e Tito eram colaboradores de Paulo na missão evangelizadora e na direcção das comunidades; estas cartas parecem ser a eles dirigidas para apresentar breves tratados de organização eclesiástica: a organização das comunidades é centrada nos que exercem os cargos: os «episkopoi» ou dirigentes, os «presbyteroi» ou responsáveis e os «diakonoi» ou auxiliares. As testemunhas directas da Ressurreição de Cristo começaram a desaparecer e pretende-se assegurar a continuidade e a autoridade na transmissão da fé cristã. Assim como aconteceu com a carta aos Colossenses, alguns fragmentos poderiam provir do próprio Paulo (por exemplo 2 Tim 4, 9-2 1), e um discípulo anónimo os incluiu depois nestas cartas.

 


 

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