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No Céu reconheceremos os nossos parentes?

No Céu, reconheceremos os nossos parentes?

No Céu, ainda viveremos com os nossos parentes, assim como Nosso Senhor ainda é, e será eternamente, Filho da Virgem Santíssima

Há pessoas que desejariam saber o que acontece à família no Céu, isto é, se Deus ali a recompõe, e se a esperança de possuir os parentes na pátria celeste é uma consolação de que se possa gozar sem receio, sem escrúpulo e sem imperfeição.

Deus coroou de glória e honra a família cristã, e faz brilhar na sua fronte o reflexo dos três principais mistérios da nossa religião.

Vede por onde ela começa: – Por um Sacramento que é o sinal sagrado da união do Verbo de Deus com a natureza humana, da união de Jesus Cristo com a sua Igreja, e da união do mesmo Deus com a alma justa.

Quem o disse? Um grande Papa, Inocêncio III. Vede por onde continua:

 “Maridos, amai vossas mulheres como Jesus Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela; mulheres, amai vossos maridos como a igreja ama a Jesus Cristo e se entrega por Ele”. Quem o disse? O grande apóstolo S. Paulo (Eph., V, 25).

Vede por onde acaba:  – Pelas relações de origem que os anjos nos enviam, tanto elas nos recordam as da Trindade e nos procuram alegrias; porque o homem é do homem como Deus é de Deus. Assim o disse um grande doutor, S. Tomás de Aquino.

Mas teria mais poder o sopro da morte para destruir esta obra prima, do que a virtude força para lhe conservar o esplendor?

E visto que o amor é forte como a morte (Cant., VIII, 6), dar-se-á que a caridade de Deus, que criou a família, que a caridade do homem que lhe santifica o uso, não queira ou não possa refazer eternamente no Céu o que a morte desfez temporariamente na terra?

Tertuliano dizia: “Na vida eterna, Deus não separará aqueles que unira na terra, cuja separação também não permite nesta vida inferior. A mulher pertencerá a seu marido, e este possuirá o que há de principal no matrimónio – o coração. A abstenção e ausência de toda a comunicação carnal, nada lhe fará perder. Não será tanto mais honrado um marido quanto mais puro for?”

Aquele que nos deu este preceito: Não separe o homem o que Deus uniu (Mat, 19, 6), deu-nos também o exemplo. O Verbo contratou com a humanidade um divino desponsório: repudiou ele porventura a sua esposa subindo ao Céu? Pelo contrário, fê-la assentar consigo à direita do seu Eterno Pai.

O Homem Deus tem uma Mãe que é bendita entre todas as mulheres: dignou-se Ele fazê-la participante da sua glória? Depois de associá-la à sua Paixão na terra, fê-la gozar das alegrias da sua Ressurreição e dos esplendores do seu triunfo, atraindo ao Céu, após si, o seu corpo e a sua alma.

Jesus Cristo tinha dado a alguns homens o nome de irmãos: desconhecê-los-ia mais tarde? Não. Reconheceu os seus Apóstolos no martírio que sofreram por Ele, e fez-se reconhecer por eles no esplendor de que os cerca na Corte Celeste.

Mas o Filho de Deus que assim se dignou recompor, em redor de si, a sua família por natureza e por adoção, não quereria recompor da mesma forma, no Paraíso, esta cristã e religiosa família, que é a vossa e também a sua?

Quer, sim, e o Céu oferecerá um espetáculo não menos tocante do que admirável.

Assim como a primeira pessoa da Augustíssima Trindade, dirigindo-se à segunda, lhe diz:

Tu és meu Filho, eu hoje te gerei (Act., XIII, 33); e a segunda diz à primeira, com o acento da piedade filial: Meu Pai, Pai justo, Pai santo, guarda aqueles que me foram dados em teu nome para que sejam um, como nós somos um, vós em mim e eu neles (Jo, XVII, 11, 22-25): assim também uma criatura humana se voltará para outra e lhe dirá com ternura: Meu filho, minha filha! E do coração desta subirá para aquela, esta exclamação de amor: Meu Pai!

Assim como o único Filho de Deus se regozija de poder dizer a uma mulher: Vós sois minha Mãe; também inumeráveis escolhidos exultarão de alegria dizendo igualmente a uma mulher: Minha mãe!

Ora, se fosse verdade…

Que os membros da mesma família se não reconhecessem no Céu, Jesus não reconheceria já a sua Mãe nem seria reconhecido por ela. Não será horrível pensar nisto e muito mais dizê-lo?

Um piedoso autor estava por certo mais bem inspirado, quando escrevia: “A Santíssima Virgem conserva intacta a sua autoridade maternal sobre o corpo do seu Filho, Nosso Senhor, mesmo depois da Ressurreição e Ascensão; porque o seu direito é perpétuo e inalienável.

Depois de se ter deleitado, durante a sua vida mortal, na submissão a Maria, Jesus compraz-se ainda em mostrar-se seu filho na bem-aventurada imortalidade, e em reconhecê-la por sua Mãe.

Temos a prova disto nas numerosas aparições, em que ele se tem feito ver sob a forma de um menino entre os braços de sua Mãe, e se tem mesmo dado a alguns Santos pelas suas virginais mãos.

Na glória, os parentes conservam um contínuo cuidado dos seus próximos, e particularmente dos filhos, que são uma parte deles mesmos, e por assim dizer, outros eles.

É, pois, indubitável que a Mãe de Jesus tem sempre o pensamento unido a tudo o que toca ao corpo do seu querido Filho, tanto na obscuridade do Sacramento como nos esplendores da glória. Segue-o, do alto do Céu, com a vista e com o coração em todos os lugares em que se encontra presente na terra, pela consagração eucarística”.

A eterna duração desta maternal ternura e desta filial piedade, explica e justifica o belo título de Nossa Senhora do Sagrado Coração, dado a Maria.

 “Tomando a natureza humana, o Verbo Divino apropriou-se de todos os elementos que a compõem, no estado de perfeição a que a elevou a união hipostática (Hebr., II, 17).

Nosso Senhor possui no mais alto grau o sentimento do amor filial, um dos mais nobres do coração humano, e longe de se despojar dele depois da ressurreição e da sua gloriosa ascensão, tê-lo-ia dilatado, fortificado e elevado no seu mais sublime poder, se fora permitido dizê-lo, no seu estado de bem-aventurada transfiguração, em que está assentado à direita de seu Pai.

Daqui é fácil concluir que a augusta Virgem Maria possui sobre o seu divino Coração um soberano poder, de que ela é verdadeiramente a Senhora ou a Rainha”.

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