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Quem se suicida está condenado?
- 11-01-2021
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Antigamente pensava-se que sim, embora a Igreja nunca tenha
ensinado isto oficialmente; pois ela nunca disse o nome de um condenado. Hoje,
com a ajuda da psicologia e psiquiatria, sabemos que a culpa do suicida pode
ser muito diminuída devido ao seu estado de alma.
Evidentemente que o suicídio é, objectivamente falando, um
pecado muito grave, pois atenta contra a vida, o maior dom de Deus para nós.
Infelizmente há países que chegam a facilitar e até mesmo estimular esta prática
para pacientes que sofrem ou para doentes mentais.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que:
§2280 – “Cada um é responsável pela sua vida diante de Deus
que lha deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor. Devemos receber a
vida com reconhecimento e preservá-la para sua honra e a salvação das nossas
almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos
confiou. Não podemos dispor dela”.
§2281 – “O suicídio contradiz a inclinação natural do ser
humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao justo
amor de si mesmo. Ofende igualmente o amor do próximo porque rompe injustamente
os vínculos de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, às
quais nos ligam muitas obrigações. O suicídio é contrário ao amor do Deus
vivo”.
Mas o Catecismo lembra também que a culpa da pessoa suicida
pode ser muito diminuída:
§2282 – “Se for cometido com a intenção de servir de exemplo,
principalmente para os jovens, o suicídio adquire ainda a gravidade de um
escândalo. A cooperação voluntária ao suicídio é contrária à lei moral.
Distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do
sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida”.
Portanto, ninguém deve pensar que a pessoa que se suicidou
esteja condenada por Deus; os caminhos da Sua misericórdia são desconhecidos por
nós. O Catecismo manda rezar por aqueles que se suicidaram:
§2283 – “Não se deve desesperar da salvação das pessoas que
se mataram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um
arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a
própria vida”.
Um dia o santo Cura D´Ars, São João Maria Vianney, ao
celebrar a santa Missa notou que uma mulher vestida de luto, estava no fundo da
igreja a chorar, pois o seu marido tinha-se suicidado na véspera, saltando da
ponte de um rio. O santo foi até ela no final da Missa e disse-lhe: “pode deixar
de chorar, porque o seu marido foi salvo, está no Purgatório; reze pela sua
alma”. E explicou à pobre viúva: “Por causa daquelas vezes que ele rezou o
Terço consigo, no mês de Maio, Nossa Senhora obteve de Deus para ele a graça do
arrependimento antes de morrer”. Não devemos duvidar destas palavras.
Prof. Felipe Aquino