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Como cultivar a devoção ao Anjo da Guarda

“Um protetor e pastor para nos guiar na vida”, esta é a missão do anjo da guarda, colocado ao lado de cada pessoa. “Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão”, afirma o Catecismo da Igreja Católica (CIC n.336).

“Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, deu a cada ser humano um anjo da guarda pessoal para o conduzir no caminho da salvação, porque Deus quer a salvação de todos”.

Este vínculo com o anjo é fortalecido após o batismo. “Podemos dizer, a partir do batismo, que o anjo da guarda assume plenamente a sua missão. E como faz? Primeiro, transmite-nos a luz de Deus para que possamos entender o que Deus quer de nós. E, assim, dá-nos inspirações, bons conselhos, mas também nos exorta para que não nos desviemos do caminho. É importante invocar o anjo da guarda, pedir a sua ajuda.

O Santo Padre Pio teve a graça sobrenatural de conseguir ver o seu anjo da guarda desde a sua infância e considerava-o um amigo e um professor, pedia a sua ajuda em diversas tarefas, como a tradução de cartas que recebia e também era acordado pelo seu anjo para rezar, e rezava com ele.

Muitas vezes, ele dizia aos seus filhos espirituais que, se precisassem dele, mandassem os seus anjos da guarda. E isto realmente acontecia, pois o santo contou: “Não viu todos aqueles anjos que estavam aqui ao meu redor? Eram os anjos da guarda dos meus filhos espirituais que vieram trazer-me as suas mensagens”.

Um relacionamento espiritual

A graça de ver o anjo da guarda é um privilégio dado a poucos, conforme o propósito do Senhor, mas cada pessoa tem ao seu lado o seu anjo e pode cultivar um relacionamento com ele. “A nossa relação com o anjo da guarda é pela fé, pela certeza da sua presença e também da ação do anjo da guarda”.

O relacionamento com o anjo da guarda acontece espiritualmente. “É importante saber silenciar, afinar o ouvido interior para podermos ouvir a sua voz na nossa consciência e, depois, seguir os seus conselhos. Por isso é importante aprender a silenciar, escutar e obedecer, como fez Maria na anunciação”.

O episódio da anunciação, narrado na Bíblia (cf. Lc 1, 26ss), mostra o caso ideal da relação do anjo da guarda com uma pessoa humana. “Maria estava no silêncio, o anjo entrou e saudou-a. Ela ficou em silêncio, e o anjo revelou a sua vocação. Maria refletiu e perguntou ao anjo como aconteceria, e ele explicou que o Espírito Santo viria sobre ela. E, depois, ela disse sim. É assim como nós nos deveríamos relacionar e comunicar com nosso anjo da guarda”.

Para conversar com o anjo da guarda não é necessário falar em voz alta, pode-se falar com ele interiormente. “Quando eu penso nele e falo mentalmente com ele, ele entende perfeitamente. Ele, até certo ponto, pode ler os meus pensamentos, na medida em que eu lhe abro os meus pensamentos e o faço participar deles”.

Cultivar a devoção ao anjo

Numa carta escrita pelo Santo Padre Pio a uma das suas filhas espirituais, deu algumas orientações sobre como se relacionar com o anjo da guarda.

“Esforça-te por ter uma grande devoção a este anjo tão benéfico”. E acrescentou: como é consolador saber que, perto de cada pessoa, há um espírito que, do berço ao túmulo, nunca nos abandona, “nem mesmo quando nos atrevemos a pecar!”

O santo afirma que o anjo “nos guia e protege como um amigo, um irmão”, e “ora sem cessar” pela pessoa que guarda, oferecendo a Deus todas as suas boas ações, pensamentos e desejos, se são puros. “Por caridade, não te esqueças deste companheiro invisível, sempre presente, sempre pronto a escutar-nos e mais ainda a consolar-nos”.

Pedi e recebereis

Nesta relação com o anjo da guarda, vale o princípio ensinado por Jesus: “pedi e recebereis” (cf. Mt 7,7), e indica que o anjo ajuda, muitas vezes, de maneira silenciosa e a pessoa nem percebe a sua proteção afastando de certos perigos. É importante pedir a sua ajuda concretamente por nós mesmos ou por outras pessoas.

Dois exemplos desta ajuda concreta. Certo dia, não encontrava um documento de que precisava com urgência, então ajoelhou-se e rezou ao anjo da guarda. No mesmo instante, o telefone tocou, era um amigo a informar que, na última vez que esteve em sua casa, se esqueceu de um envelope. E era justamente o envelope que continha o documento que ele procurava.

Quando pedimos ao anjo, ele atende na medida em que aquilo realmente corresponde à vontade de Deus.

Outro caso foi de uma senhora que não era casada na Igreja e queria receber o sacramento, mas o seu marido não queria e ficava bravo quando ela falava sobre isto. Ela começou a rezar, todos os dias, pedindo ao anjo da guarda que dissesse ao esposo para casar com ela. Passaram-se alguns meses e chegou o aniversário dela. O marido convidou-a para ir a um restaurante, e ali abriu uma caixinha com as alianças que tinha comprado e disse: “Meu amor, eu sei o que tu mais desejas, e eu vou pedir-te em casamento”.

Podemos pedir tudo ao anjo da guarda, desde coisas simples como arranjar uma vaga para estacionar o carro, como nos lembrar do momento de oração, sobretudo coisas importantes. Quando pedimos ao anjo, ele atende na medida em que aquilo realmente corresponde à vontade de Deus.

Neste sentido, é importante desenvolver uma familiaridade com o anjo da guarda. Tratá-lo como um amigo, como um irmão, conversar com ele, aconselhar-se com ele, pedir sua ajuda, agradecer-lhe, saudá-lo etc..

Jesus tinha um anjo da guarda?

O Catecismo da Igreja Católica, nº 333, afirma: “Da Encarnação à Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é rodeada da adoração e serviço dos anjos. Quando Deus introduziu, no mundo, o seu Primogénito, disse: ‘Adorem-nO todos os anjos de Deus’”.

 São Tomás de Aquino responde que Jesus tinha vários anjos para O servir-durante a sua vida, mas não teve um anjo da guarda pessoal. “Jesus é pessoa divina, o filho de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, por isso não era conveniente Ele ter só um anjo da guarda, porque Ele precisava do serviço dos anjos”.

Nas palavras de São Tomás: “Não era de um anjo da guarda, enquanto superior, que Ele necessitava, mas de um anjo que O servisse como inferior”.

Como Deus, os anjos adoram-nO, mas, como homem, Ele precisava da ajuda dos anjos para poder cumprir a sua missão como nosso Salvador.

Algumas experiências dos santos com o seu anjo da guarda

Santa Gemma Galgani via, frequentemente, o seu anjo da guarda e  considerava-o como um amigo. Rezavam juntos e ele prestava-lhe ajuda, até mesmo levando mensagens ao seu confessor. Além disso, ela tinha o seu anjo como “um mestre de vida espiritual”, acolhendo os seus ensinamentos para proceder retamente.

Ela tinha o costume de, antes de dormir, pedir ao anjo que velasse por ela junto à cabeceira da sua cama e que lhe fizesse o sinal da Cruz na sua fronte.

Não há relatos de que Dom Bosco pudesse ver o seu anjo, mas ele cultivava uma grande devoção ao seu anjo da guarda, ensinado por sua mãe. Ela saudava várias vezes ao dia, e confiou na sua proteção em cada passo da sua vida.

Dom Bosco aconselhava os seus jovens a ter um profundo amor e respeito pelo próprio anjo. E ensinava: “Invoca o teu Anjo nas tentações. Ele quer ajudar-te…”, ou ainda: “se te encontras em algum perigo grave para a tua alma ou corpo, invoca-o…”, ou ainda: “Se queres agradar a Jesus e Maria, obedece às inspirações do teu Anjo da Guarda”.

Entre muitos testemunhos, um jovem pedreiro, seguidor de Dom Bosco, trabalhava num alto andaime, quando este cedeu e ele caiu do quarto andar. Na queda, lembrou-se das orientações do santo e pediu: “meu anjo, ajuda-me”. O jovem caiu e levantou-se sem nenhum arranhão. E continuou o seu trabalho normalmente, para espanto de todos.

São Josemaria Escrivá, afirmou que o “trato e a devoção aos Santos Anjos da Guarda está no âmago do nosso trabalho apostólico”.

Disse que sentia a ajuda constante e imediata do anjo da guarda, até em detalhes pequenos. Certa vez, sem dinheiro para mandar consertar o seu despertador, pedia ao seu anjo para o acordar à hora prevista. Nunca lhe falhou, por isso lhe chamava carinhosamente o “meu relojoeirinho”.

O santo tinha o costume de cumprimentar sempre o anjo da guarda das pessoas com quem se encontrava. Quando ia a uma capela, adorava a Jesus no Sacrário e, depois, agradecia aos anjos que permaneciam ali adorando continuamente o Senhor.

A mística polaca Santa Faustina Kowalska via o seu anjo com frequência. Ela descreve-o no seu Diário como “um espírito de grande beleza”. “Este espírito é muito belo e a sua beleza provém da estreita união com Deus. Este espírito não me abandona por um momento sequer, acompanha-me por toda a parte” (cf. Diário nº 471).

O anjo da guarda mostrava-se como uma proteção em momentos em que se sentia em perigo (cf. nº 1271), em situações que ela era aflita pelo demónio (cf. nº 419), acompanhando-a no dia a dia, como numa viagem que fez a Varsóvia (cf. nº 490 e 630), e ajudando-a na oração, por vezes indicando por quem devia rezar (cf. nº 820).

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