Nesta Quaresma, com Santo Agostinho, podemos reflectir sobre quais as situações e distracções que hoje nos afastam do amor de Deus e que nos tiram a força para voltar
O ser humano experimenta, grande dificuldade em fazer o bem,
por isso é indispensável a Graça de Deus que nos auxilia. A falsa felicidade leva-nos
muitas vezes a esquecermos o caminho da vida e debruçarmo-nos sobre as coisas
efémeras.
Só no esgotamento quase total, assim como o do filho pródigo,
na situação de miséria, a saudade da vida digna e feliz parece gritar no ser
humano como última centelha de esperança para a tomada de consciência e voltarmos
à vida.
Nas suas Confissões, Agostinho indica-nos que o processo de
pecado e dispersão nos afasta de Deus, e nos leva a sermos cada vez mais, menos
humanos. O pecado torna-nos insensíveis às necessidades dos outros, embrutece-nos,
e torna-nos escravos de nós mesmos. A batalha que travamos é interior!
É importante lembrar todos os dias que a realidade do pecado
e o afastamento de Deus esteve presente na vida de Agostinho! Há um momento de
uma tomada de consciência da situação na qual ele se encontrava, começando o
caminho de retorno, auxiliado pela graça de Deus. Ele teve um profundo encontro
pessoal com a pessoa de Cristo, a sua misericórdia, o seu amor. Fica claro para
ele que, Cristo habita no coração de cada homem convidando-o sempre a fugir da
dispersão para unificar todas as forças e as orientar para Deus.
Rever a vida
Quaresma é um tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado.
Santo Agostinho ajuda-nos a entender que a verdadeira alegria brota da vivência
da virtude, da graça e que a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e
felicidade, porque chegámos.
Que Santo Agostinho nos ajude a entender quais as escolhas
ruins que estão a guiar o nosso quotidiano e a realizar, com toda a liberdade, a
nossa confissão diante de Deus.