Página Eucarística
O segredo da Sagrada Eucaristia
- 10-11-2023
- Visualizações: 73
- Imprimir
- Enviar por email
A Sagrada Eucaristia é um “segredo”
que muitos cristãos ainda não conhecem com profundidade, por isso não se
enriquecem plenamente com as suas graças. Há dois mil anos, Jesus está no meio
de nós, escondido, e muitos ainda não O conhecem. O Papa São João Paulo II
disse que “a Igreja vive de Jesus Eucarístico, por Ele é nutrida; por Ele é
iluminada”. (Ecclesia de Eucaristia, 6).
O nosso Catecismo diz: “A Eucaristia é
o coração e o ápice da vida da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e
todos os seus membros a Seu sacrifício de louvor e de ação de graças oferecido,
uma vez por todas, na cruz a Seu Pai; pelo Seu sacrifício, Ele derrama as
graças da salvação sobre Seu corpo, que é a Igreja” (cf. n.1407).
Por que é que Jesus se esconde na
Eucaristia? Muitos ficam aflitos, porque Jesus esconde a Sua Glória na
Eucaristia. Mas Jesus precisa de fazer isto para que o brilho da Sua Majestade
não ofusque a nossa vista, impedindo-nos de chegar a Ele. O Senhor não pode
mostrar o fulgor da Sua Glória, porque, se o mostrasse, nós morreríamos. Nós
também não podemos olhar para o Sol ao meio-dia! Ele esconde-se para podermos chegar
a Ele sem medo.
Jesus desce até ao nada na hóstia para
que desçamos com Ele e sintamos profundamente o que Ele disse: “Vinde a Mim,
aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. O amor exige a presença do
Amado, a comunhão de bens e a união perfeita; por isso Jesus quis ficar na
Eucaristia para estar connosco. Ele ama-nos profundamente.
A Eucaristia é a maior prova de amor
de Jesus. Ele instituiu-a na noite em que foi traído. Deus quis ficar connosco
para sempre, por causa da nossa fraqueza e miséria: “Eis que Eu estou convosco
todos os dias”. (Mt 28,20). Por isso Ele pede: “Permanecei em Mim e Eu permanecerei
em Vós, porque sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,4-5).
Santo Agostinho disse que “Jesus,
sendo Deus omnipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar
mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar.”
Jesus, no Sacrário, é o prisioneiro do
Seu amor por nós. Pesava-Lhe a ideia de nos abandonar neste vale de lágrimas
sem a Sua companhia. Por nós, Ele oferece ao Pai, continuamente, as Suas
chagas, o Seu Sangue e Seu aniquilamento. Ele é a Hóstia, isto é, “vítima
oferecida em sacrifício permanente”. Ali, Ele continua a salvar o homem de
forma pessoal e misteriosa; ensina-nos a sermos humildes. Do Sacrário, Ele
governa o universo com amor. Não sofre mais na Hóstia, mas está em permanente
estado de sacrifício. Ali, Ele se compadece de todos que se aproximam, porque a
todos quer salvar. Não há dor que não seja amenizada diante d’Ele. São Paulo
relata o que recebeu de Jesus:
“O Senhor Jesus, na noite em que foi
entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: ‘Tomai e comei; isto é
o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim’.
Igualmente também, depois de ter ceado, tomou o cálice e disse: ‘Este cálice é
o novo testamento no meu sangue; fazei isto em memória de mim todas as vezes
que o beberdes'” (1Cor 11,23-29).
Na Santa Missa, temos a perpetuação, a
atualização, a presentificação do sacrifício da cruz (Cat. n. 1323); a Missa une
à liturgia do céu e antecipa a vida eterna; é o céu na terra (n. 1326).
A multiplicação dos pães e o milagre
das bodas de Caná são sinais da Eucaristia.
Santo Inácio de Antioquia, mártir do
império romano (†102), disse: “Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais
frequentemente, para celebrar a Eucaristia de Deus e o seu louvor. Pois quando
realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as forças de Satanás e se desfaz
o seu malefício pela vossa união na fé. Nada há melhor do que a paz, pela qual
cessa a guerra das potências celestes e terrestres.” (Carta aos Efésios)
Quanto mais amarmos Jesus Eucarístico,
mais seremos semelhantes a Ele. Se Ele pudesse, sem dúvida, derramaria lágrimas
copiosas no Sacrário por cada um de nós.
Foi preciso que um ladrão adorasse a Sua
divindade e proclamasse a Sua inocência; foi preciso que a natureza chorasse o
seu Criador, pois os homens não o fizeram.
À Consolata Bertone Ele perguntou: “O
que mais Eu poderia ter feito por vós?”
Ninguém é digno de receber Deus no Seu
Corpo, Sangue e Alma, mas Ele quer vir a nós. Então, precisamos de comungar com
as “disposições necessárias”, isto é, estar em “estado de graça”, sem pecados graves,
recebê-Lo com profunda devoção e fazer a acção de graças ao menos durante cerca
de quinze minutos. Sem isto, a presença d’Ele na nossa alma não produzirá os
frutos de salvação.
Não te preocupes em sentir nada na
comunhão; apenas crê pela fé. Ele disse: “Isto é o meu corpo”. Basta. Não
precisamos de mais nada. “Felizes aqueles que creem sem ter visto… Não sejas
incrédulo, mas homem de fé” (Jo 20, 28-29).
São Cirilo de Jerusalém (315-386), nas
suas pregações na Basílica do Santo Sepulcro, falava aos fiéis: “Ao comungarmos
o Corpo de Cristo, tornamo-nos “cristóforos”, ou seja, portadores de Cristo”.
Santo Agostinho (354-430) chamava à
Eucaristia “o pão de cada dia, que se torna como o remédio para a nossa
fraqueza de cada dia.” E ainda: “Ó reverenda dignidade do sacerdote, em cujas
mãos o Filho de Deus se encarna como no Seio da Virgem”. “A virtude própria
deste alimento divino é uma força de união que nos une ao Corpo do Salvador e
nos faz seus membros, para que nos transformemos naquilo que recebemos”.
São Cipriano de Cartago (†258),
durante a perseguição romana, dizia: “Os fiéis bebem diariamente do cálice do
Senhor, para que possam também eles derramar o seu sangue por Cristo” (Epistola
56, n. 1).
Todos os Santos foram devotos da
Eucaristia; aprendamos com eles:
São Jerónimo (348-420), doutor da
Igreja, assim falou da Missa: “Nosso Senhor concede-nos tudo o que lhe pedimos
na Santa Missa: o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos
pedir-Lhe e que, entretanto, nos é necessário”.
São João Maria Vianney, patrono dos
párocos: “Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que zelo não
teríamos em assistir a ela!” “Cada Hóstia consagrada é feita para se consumir
de amor num coração humano”.
São Bernardo de Claraval (1090-1153),
doutor da Igreja: “Fica sabendo, ó cristão, que vale mais ouvir devotamente uma
só Missa do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a
terra”. “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”.
“Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam
guarda de amor os anjos”.
Santa Teresa D’Avila (1515-1582),
doutora da Igreja: “Não há meio melhor para se chegar à perfeição”. “Não
percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não
costuma pagar mal a hospedagem se o recebemos bem”. “Devemos estar na presença
de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”. “É
pelo preparo do aposento que se conhece o amor de quem acolhe o seu amado”,
dizia Santa Tereza.
São Tomás de Aquino (1225-1274): “A
Comunhão destrói a tentação do demónio”.
São João Crisóstomo (349-407), doutor
da Igreja: “A Eucaristia dá-nos uma grande inclinação para a virtude, uma
grande paz e torna mais fácil o caminho para a santificação”. “Deu-se todo não
reservando nada para si”. “Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se
sente “doente de amor” (Ct 2,4-5)”.
Santo Ambrósio (340-397), doutor da
Igreja: “Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance.”
São Gregório Nazianzeno (330-379),
doutor da Igreja: “Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser
desejado”. “O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama, de modo que,
retirando-o do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis
ao inferno.”
Santo Agostinho (354-430), doutor da
Igreja: “Ele esconde-se, porque quer ser procurado”. “Não somos nós que
transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que
tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma n’Ele”. “Na Eucaristia, Maria
perpetua e estende a sua maternidade.”
Santo Afonso de Ligório (1696-1787),
doutor da Igreja: “A comunhão diária não pode conviver com o desejo de
aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas
e maldosas. Exige oração, mortificação e recolhimento.”
“Ficai certos de que todos os
instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será
o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e
durante a eternidade”.
Santa Maria Madalena de Piazzi: “Tempo
mais apropriado para crescer no amor de Deus”. “Os minutos que vêm depois da
comunhão – dizia a santa – são os mais preciosos que temos na nossa vida; os
mais apropriados da nossa parte para entender-nos com Deus e, da parte de Deus,
para comunicar-nos o seu amor”.
Santa Teresinha (1873-1897), doutora
da Igreja: “Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do
céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as suas
delícias”.
“Quando o demónio não pode entrar com
o pecado no santuário de uma alma, quer, pelo menos, que ela fique vazia, sem
dono e afastada da comunhão.”
Santa Margarida Maria Alacoque: “Nós
não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demónio, do que
afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós.”
São Filipe de Neri: “A devoção ao
Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o
único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar
um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia.”
Santa Catarina de Génova: “O tempo
passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.
São João Bosco: “Não omitais nunca a visita
cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que
seja constante.”
Chiara Lubic: “Enquanto existir a
Eucaristia, eu nunca estarei só. Enquanto existir um sacrário, não terei
solidão”.
Temos que nos preparar para receber
bem Jesus.